Games

Crysis

Gráficos perfeitos, jogabilidade inovadora e história de filme. Crysis chega dando um banho de água fria nos PCs.

Esta frase retrata Crysis, uma mega-produção da indústria dos games!

E o Guia do PC, não poderia deixar de levar até você leitor uma super-análise deste jogo foto-realista!


Ficha Técnica
Título: Crysis
Produtora: Eletronic Arts
Desenvolvedora: Crytek
Plataformas: PC
Data de lançamento: 13/11/2007
Gênero: Tiro em Primeira Pessoa (FPS)
Versão: 1.2.1 (6 Março 2008)
Requerimentos mínimos:
Processador: Pentium 4 2.8GHz (3.2GHz com Vista) / Intel Core 2.0GHz (2.2GHz com Vista) / AMD Athlon 2800+ (3200+ com Vista) / ou melhor;
Memória RAM: 1GB (1.5GB com Vista);
Placa de vídeo: 3D de 256MB, NVIDIA GeForce 6800GT / ATI Radeon 9800 Pro (Radeon X800 PRO com vista);
Espaço HD: 12GB;
Placa de som: Compatível com DirectX 9.0c;
Unidade de Leitura: DVD-ROM;
Sistema Operacional: Windows XP/Vista;
DirectX 9.0c (DirectX 10 com Vista).

Requerimentos recomendados pelo Guia do PC:
Processador: Intel Core 2 Duo ou AMD Athlon X2;
Memória RAM: 1.5GB;
Placa de vídeo: NVIDIA GeForce 8600GT ou ATI Radeon X1950GT;
Espaço HD: 12GB;
Placa de som: Compatível com DirectX 9.0c;
Leitor: DVD-ROM;
Sistema Operacional: Windows XP/Vista;
DirectX: 9.0c/10.

Crysis_box

É de fato engraçado ver como a indústria dos jogos, que já está lucrando mais que produções cinematográficas, dá saltos de tempos em tempos. Um bom exemplo é o jogo “Doom 3”, da iD Software, lançado em 2004. Na época, muitos não acreditavam no salto de qualidade apresentado no jogo que ainda penava para rodar nos computadores da época.

Neste mesmo ano, a alemã Crytek, lança seu primeiro título: Far Cry, considerado o antecessor espiritual de Crysis. O jogo simplesmente foi um tiro no escuro e que atingiu seu alvo, mergulhando a Crytek de cabeça no mercado dos jogos atraindo, inclusive, a atenção da gigante Eletronic Arts, que logo a adquiriu. Está certo que não foi uma grande inovação em meio a um ano cheio de grandes novos títulos (Doom 3 e Half-Life 2, por exemplo), mas a produtora conseguiu misturar uma engine gráfica de boa qualidade agregada a uma jogabilidade incrível que permitia grande liberdade nos jogos de tiro – algo inédito na época -, mostrando a todos de que era capaz de fazer coisas que outras empresas mais velhas ainda não tinha conseguido.

Há quase 2 anos atrás, a Crytek mais uma vez apostando alto, apresentava ao mundo seu mais novo projeto: Crysis, que tinha como principal objetivo redefinir o conceito gráfico em jogos de computador, passando de um grupo de texturas em 3D à foto-realidade.

Invasão alienígena

O enredo de Crysis leva o jogador a um cenário interessante, típico de filmes de ficção científica: o ano é 2020 e uma equipe de cientistas americanos em uma ilha coreana no mar das Filipinas perde o contato com seu país natal. Você, por sua vez, faz parte da Delta Force, esquadrão especial do exército americano especializado em combates secretos. Chamado pelo codinome Nomad, você junto com outros 4 combatentes são enviados a esta ilha para averiguar a situação.

Até aí, não há grandes diferenças com o que já estamos acostumados a ver. Porém, há 2 fatores que começam a mudar a situação aos poucos. Sua equipe (incluindo você, claro) veste um traje chamado de Nanosuit, que nada mais é do que um nanotecido secreto capaz de dar poderes incríveis aos seus usuários.

Crysis13

Dois soldados do seu esquadrão usando o Nanosuit

Logo após que um dos membros da sua equipe é brutalmente assassinado no início da trama, a situação começa a se inverter. Enquanto se avança, fica evidente que há uma grande ameaça na ilha, além do próprio exército Coreano que isolou a área. É difícil falar o que acontece a partir daqui sem contar detalhes cruciais, mas trata-se de uma invasão alienígena que vem sendo planejada a milhões de anos atrás.

Combates “nanoincríveis”

Se você já sacou o contexto em que Crysis se desenvolve irá logo notar que apenas um pequeno grupo de soldados do Tio Sam no meio de uma ilha isolada por um exército não irá muito longe. Mas há algo “a mais” para auxiliar nos complicados combates.

Crysis10

Seu uniforme: um traje nanotecnológico

Assim que você inicia o jogo, um vídeo de introdução o apresenta às funções do Nanosuit, seu uniforme de combate. Através de um sistema que “injeta” certas substâncias na corrente sanguínea, a roupa pode lhe dar 4 poderes distintos: o primeiro e o mais simples, mas não menos importante é a capacidade da roupa absorver o impacto de tiros e deixá-lo super resistente contra projéteis inimigos, explosões, quedas e impactos que poderiam matá-lo instantaneamente.

Crysis7

Nanopartículas sendo injetadas na corrente sanguínea

O segundo poder torna-o super rápido, capaz de superar a velocidade dos veículos do jogo, por alguns instantes. Útil para ataques rápidos contra inimigos desprevenidos. O terceiro poder lhe concede uma força surreal, capaz de fazer você virar veículos com apenas um soco ou jogar objetos e soldados (sim, é possível agarrá-los!) a metros de distância. Se você tem problemas para mirar precisamente, esse poder ainda ajuda-o a “firmar” a sua arma, possibilitando um tiro certeiro.

Crysis8

Nanosuit absorvendo impacto de projéteis

O último poder, que merece um destaque especial, é capaz de deixá-lo invisível por algum tempo, abrindo um novo estilo de combate, diferente daquele “bang-bang” comum de jogos em primeira pessoa. Com esse poder, você é capaz de se infiltrar por bases inimigas e planejar emboscadas sem ser incomodado (e visto). Para aqueles mais cautelosos, é possível analisar os arredores de um acampamento inimigo, por exemplo, e sem ser visto, planejar um ataque. É importante lembrar que o Cloak Mode, como esse poder é chamado, desliga assim que você dispara sua arma.

Crysis9

Nanosuit se reconstruindo em altas temperaturas

Crysis14

Menu do Nanosuit

Além de tudo, o visor que a roupa trás, lhe dá informações precisas sobre o mapa e equipamentos eletrônicos que você precise examinar durante o jogo. E como não se fosse o bastante, há a possibilidade de personalizar e gerenciar sua arma com um menu interativo super-prático. Lá é possível escolher um tipo de luneta de mira entre várias outras e usar aquela que mais o agrada, ou até escolher o tipo de munição ou suporte que você precise em uma determinada situação. O número de melhorias é pequeno no início do jogo, mas assim que você vai coletando novas armas, o leque de opções aumenta consideravelmente.Crysis1

Customizando sua arma

Combates “nano-complicados”?

Apesar de seu traje poder fazer milagres, sem exageros, nem tudo é o que parece. Os poderes que o Nanosuit oferece é carregado através de uma “energia” representada por uma barra azul em seu visor, e é claro, ela uma hora vai acabar. Poderes como super-velocidade e invisibilidade tendem a gastar uma maior quantidade dessa energia. Mas não se preocupe, basta ficar alguns instantes fora de combate para que essa energia retome ao seu nível máximo.

É importante lembrar que à medida que os poderes vão sendo utilizados, eles vão gastando uma quantidade de energia, que pode variar. Tomamos por exemplo o poder de invisibilidade: se você permanecer parado, o poder ficará ligado, mas não gastará energia. Assim que começar a se mover, a energia do traje começa a ser consumida, levando em consideração também a velocidade da sua caminhada (ou corrida).

Agora se você está pensando em somar todos esses poderes e destruir uma base de inimigos “no braço”, pode desistir. Você só poderá usar um poder por vez. Lembre-se de analisar a situação de combate para decidir qual poder você deve ativar. Caso escolha qualquer outro poder que não seja o de ‘super-resistência’, você estará completamente vulnerável contra ameaças físicas (ou seja, tiros e impactos).

Mesmo que essa roupa lhe dê uma ajuda inestimável dentro de um combate, ela ainda se parece “fraca” frente a algumas situações. Basta alguns poucos inimigos bem armados para que o matem num piscar de olhos. Mesmo que você tenha super-poderes, o uso de abrigos durante as batalhas é tão crucial quanto eliminar de cara as ameaças. O traje se mostra também muito vulnerável contra granadas, que o danificam seriamente.

Não se confunda. Crysis é um jogo.

Para os mais leigos no assunto, Crysis pode parecer um filme devido aos seus gráficos incríveis e sem comparação no atual mercado de jogos. A engine que leva as iniciais da empresa e do jogo, CryENGINE2, foi produzida para dar a impressão de foto-realidade, ou seja, parecer algo cinematográfico.

Além do visual sensacional de suas texturas, a física que o jogo apresenta é de cair o queixo. Muitas vezes, a vontade de explorar e testar a engine é maior do que aproveitar o próprio jogo. Arremessar uma granada debaixo de um carro ou dentro de uma casa e ver os destroços voando para direções distintas de acordo com as ondas de impacto é um dos vários exemplos. Atirar rajadas de tiros contra árvores e ver os galhos quebrando e caindo sobre outras plantas ao redor é algo fascinante.

Crysis6

Nascer do sol perfeito

Andar entre folhagens e vê-las chacoalhando, examinar cuidadosamente as sombras em tempo real no chão, olhar os raios de sol passando entre as árvores criando uma imagem de tirar o fôlego. Essas são algumas das experiências mais gratificantes dentro deste jogo. Exato, um jogo, não filme. Uma combinação perfeita entre o DirectX10 e CryENGINE2.

Crysis12

Expressões faciais. Não é um filme, é CryENGINE2

Porém, isso tem um preço a ser pago e aqui começam os pontos ruins do jogo. Toda essa realidade exige um computador com configurações astronômicas para ser rodada com perfeição. Esse foi um dos principais aspectos em que o jogo recebeu críticas graves e não vendeu o quanto a empresa esperava. Em um esforço desesperado de reduzir o tamanho das texturas, os desenvolvedores fizeram com que elas carregassem à medida que você avança pelo cenário. Por isso é comum você chegar a uma área em que você imaginava que não houvesse nada.

Outro problema é erros de carregamento de texturas em um jogo salvo, em que elas ficam com qualidades precárias e demoram a serem ajustadas. Há também problemas de colisão entre materiais do jogo que quando se encostam parecem “saltar” e criam um som irritante. Felizmente, alguns desses terríveis erros já foram corrigidos no Patch 1.1 lançado recentemente, que ainda adiciona os efeitos de Motion Blur e VSYNC.Crysis4
Crysis5

Efeito Motion Blur, popular “borrado” ou “fora de foco”

Trilha sonora incrível

É claro que um jogo com tamanha perfeição não poderia perder no quesito de som. Com a trilha sonora produzida pelo compositor Inon Zur, o jogo consegue adaptar perfeitamente momentos de calmaria ou tensão à canções lentas ou rápidas. Em momentos em que a situação é crítica e uma batalha feroz é travada, uma música rápida é logo inserida, aumentando a adrenalina. Em uma situação de exploração, por exemplo, a música calma ajuda a criar um clima de suspense.

O som de fundo, chamado de “background sound”, também não deixa a desejar. Em alguns momentos, é possível ouvir tiros ao longe, nada que possa ameaçá-lo, mas deixá-lo esperto de que há combates mais a frente.

A conversa dos inimigos é importante também. Ao menor sinal de perigo, os coreanos podem desde avisar aos outros sobre a proximidade de uma ameaça até enviar comandos a outros soldados. Nos primeiros modos de dificuldade, eles falam inglês com um pequeno sotaque coreano, porém, no modo mais complicado, a conversa é puramente coreana, tornando impossível ouvir as conversas inimigas e tomar decisões a partir delas.

Além disso, os sons de suas passadas, carregamentos de armas, árvores rachando e vários outros barulhos que por mais insignificantes que sejam, ajudam a criar um clima envolvente, somado à trilha sonora e os sons de fundo.

Multiplayer não empolga

O Multiplayer de Crysis, por mais que seu visual agrade à primeira vista, parece não empolgar tanto quanto esperado. Para aqueles que já terminaram o modo campanha e buscam por mais diversão, o multiplayer é um prato cheio, mas não mais importante.

Os servidores podem comportar até 32 jogadores. Entre os estilos clássicos, há um que merece destaque: o Power Struggle, em que seu objetivo é atacar e destruir a base inimiga. Isso é somado com um sistema inteligente de dominação de edificações que fornecem recursos e veículos, por exemplo. Essa e outras modalidades deste modo, somado ao uso do poderoso Nanosuit, deixam o Multiplayer uma opção divertida para aqueles que querem curtir um pouco mais a poderosa engine do jogo.

Considerações finais

Está na cara que a Crytek conseguiu o que prometeu: agregar os melhores gráficos já vistos em um jogo de vídeo-game a uma história digna de filme. Aliás, a desenvolvedora já anunciou que está interessada em uma eventual produção de um longa metragem baseado no jogo.

Quem achava que Crysis não valia a pena por apenas mostrar gráficos incríveis está redondamente enganado. O medo que assombrava jogadores durante os últimos 2 anos de produção do jogo já pode ser descartado. Em nenhum aspecto o jogo deixa a desejar, seja na história, seja na jogabilidade.

E para aqueles que gostariam de “desenvolver seu próprio jogo” utilizando a incrível CryENGINE2, a versão original de Crysis trás o editor Sandbox, que possibilita a criação de novos mapas e até importação de texturas. Monte seu mapa e divirta-se fazendo uso de veículos especiais em meio a um cenário com a sua cara.

Mas já que nem tudo que reluz é ouro, Crysis é um tremendo banho de água fria para qualquer computador. Nem pense em querer rodá-lo abaixo de suas configurações mínimas ou, com certeza, não terá a mesma experiência (e que experiência!). Para aqueles que esperavam testar seu computador contra um título parrudo, aqui está o que você esperava. É bom também destacar, que é praticamente impossível rodá-lo em seu máximo esplendor fazendo uso das tecnologias atuais, por isso, vá com calma na hora de definir as opções gráficas!

Para terminar, o jogo é uma parada mais que obrigatória para qualquer fã de jogos de computador, não só de FPSs (First Person Shooters). Mas lembre-se de que apesar do seu visual incrível, Crysis cobra seu preço: um hardware de ponta para garantir total diversão.

Notas:

Jogabilidade: 9.5
Gráficos: 9.8
Áudio: 9.0
Diversão: 9.5
Multiplayer: 8.5

Nota final: 9.5

Máquina utilizada na análise:
– Processador
: AMD Sempron 2800+ 64bits
– Memória RAM: 1.5GB
– Placa de vídeo: Sapphire ATI Radeon X1950GT 256mb/256bits GDDR3
– Sistema Operacional: Windows XP

Configuração gráfica em que o jogo na análise foi rodado:

Resolução e filtros

Configuração dos Efeitos e Texturas

Tags: Jogos

Você também vai gostar

Leia também!