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Vamos todos para o céu?

Computação na nuvem: eis a questão.Nunca se falou tanto de “computação na nuvem” ou “cloud computing” em inglês. Matérias na TV, jornais, Internet etc. falam maravilhas sobre a “nuvem”. Mas será mesmo que no futuro todas as aplicações e até sistemas operacionais vão rodar na “nuvem”? Antes de responder esta pergunta, vamos explicar primeiro alguns conceitos sobre computação na nuvem.

Quando falamos de computação na nuvem estamos nos referindo ao uso da Internet para realização de algumas tarefas que seriam normalmente executadas no nosso computador. Se quisermos rodar uma determinada aplicação que precise de investimentos em uma nova máquina, ao invés de investirmos em um servidor para nossa empresa ou num computador novo para nossa casa, contratamos capacidade de processamento de um provedor de serviços na Internet. O termo “nuvem” é utilizado para designar a Internet e os serviços disponíveis na mesma.

O conceito de “cloud computing” não é novo. Podemos dizer que é uma evolução que vem desde os primeiros “mainframes” e da computação cliente servidor. Porém, com o aumento da velocidade de conexão à Internet, hoje é possível oferecer serviços que antigamente só podiam ser executados em redes locais. Quase sempre quando se fala de “cloud computing” a Internet é usada como exemplo, mas é bom lembrar que o conceito pode ser usado em “Intranets” das empresas. Neste caso é o que se chama de nuvem “privada” ou interna. A Internet é chamada de nuvem “externa”.

Atualmente, quem mais pode aproveitar os recursos da computação na nuvem são as empresas. Imagine que você tem uma pequena empresa que faz análise matemática do comportamento das ações no mercado financeiro. Este tipo de análise requer um poder computacional bastante elevado, mas que não será usado 24 horas por dia, 7 dias por semana. Fica difícil para uma pequena empresa adquirir um computador robusto para realizar estas análises, pois o custo seria alto e na maior parte do tempo o computador ficaria ocioso. Com a computação na nuvem, esta empresa pode contratar um provedor que fornece o poder computacional necessário e cobra pelo tempo de uso do mesmo. Isto permite que até pequenas empresas possam competir em pé de igualdade com os gigantes do setor.

Mas, e o usuário doméstico? Será que ele não poderá levar vantagem com a computação na nuvem? Por que não rodar todos os programas e até o sistema operacional na Internet? Neste ponto é bom lembrar que equilíbrio é a palavra chave. Não creio que no futuro TODOS os programas rodem da “nuvem”. Aliás, este conceito é conhecido como SaS, ou “Software as a Service” – Sotfware como serviço. É muito mais razoável admitir que teremos algumas aplicações rodando localmente em nosso micro e outras rodando na Internet. Seria até desperdício jogar fora a capacidade de processamento dos microcomputadores modernos.

Estou escrevendo esta coluna depois de ter participado do PDC – Professional Developers Conference da Microsoft. O PDC é o principal evento de desenvolvedores da plataforma Windows. Um dos principais anúncios deste PDC foi o lançamento da plataforma Microsoft para cloud computing, chamada de Windows Azzure. Isto mostra a importância do tema para a empresa. Como eu já disse, em minha opinião, o equilíbrio é importante e tenho que admitir que a forma com que a computação na nuvem é abordada pela Microsoft parece bastante correta. Como exemplo, podemos citar que no novo Visual Studio (principal ferramenta para criação de programas na plataforma Microsoft) o desenvolvedor pode escolher se que gerar um programa para rodar localmente ou na nuvem apenas com um clique no mouse.

Eu aposto num equilíbrio de forças entre computação local e na nuvem. Só o tempo dirá se vou ganhar esta aposta ou não. Até a próxima coluna!

Tags: Internet, Microsoft, Windows

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