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Lucid Lynx, o que esperar?

Estamos em fevereiro. E como todo bom começo deste mês de carnaval, aguardamos ansiosos para que os próximos dois meses passem bem rápido. Não é que detestemos a folia regada a álcool e outras pequenas coisas da vida, mas sim porque, no final de Abril, mais uma versão do Ubuntu será lançada, e chegará com toda aquela expectativa notória desta distribuição, principalmente acerca do visual deslumbrante, há tanto prometido, mas, ao que tudo indica, fará sua estréia somente no ano do Linux no desktop.

Salvo engano, aquele visual assinado por um designer, capaz de fazer frente aos requintes detalhadamente trabalhados do MacOSX, já era esperado desde a versão 9.04, o Jaunty Jackalope, mas foi sendo adiado sistematicamente, até que, no começo deste ano, o pai do Ubuntu, Mark Shuttleworth, resolveu acabar de vez com as expectativas dos usuários. Entretanto, ao declarar que aquele tema de fazer inveja a Steve Jobs não tem previsão de entrega, titio Mark, a quem nerds de todo mundo carinhosamente se referem, anunciou sua saída do cargo de CEO da Canonical, empresa responsável pelo desenvolvimento do sistema operacional, e afirmou que o propósito do afastamento é dedicar mais tempo às funcionalidades do Ubuntu, bem como dar os seus pitacos na aparência do pinguim laranja, marrom, ou seja qual for a cor escolhida para o próximo.

Como de colaboração e rumores vive a informática, temos imagens! Calma, não é nada oficial. O que veremos são conceitos desenvolvidos pela comunidade, alguns dos quais já em estágio alpha, que poderão ser inclusos no Lucid, ou mesmo no próximo, ainda sem nome. Proposições para o tema não faltam, mas poucas são as que se destacam. Delas, uma acabou se tornando forte candidata a padronizar o tema das janelas – aquela barrinha onde ficam os botões de maximizar, etc – e chama-se Homosapiens. Como as ideias são muitas e não param de chegar, eu postarei apenas algumas, mas é bom ficar de olho neste site para mais, visto que muitas delas já estão prontas para teste; quem usa Linux poderá deliciar-se, ou não, com os engenhosos temas disponíveis. Confira na galeria.

Vamos agora ao que de fato interessa: o Sistema Operacional e suas principais mudanças. De longe, a saída do Gimp do pacote out-of-the-box é a mais estardalhosa. O Lucid não trará consigo o famoso editor de imagens pré-instalado, com a explicação de que ele não é intuitivo o bastante para usuários normais, sendo muito pouco usado e apenas ocupando espaço no CD. No lugar dele, será incluso o PiTiVi, um editor de vídeos a lá Windows Movie Maker, mas, aparentemente, mais completo e prático. Há possibilidades, claro, de que as coisas mudem até o lançamento.

Review com o Single Sign-on

Além da típica atualização de pacotes, como Gnome, KDE, entre outros, o próximo Ubuntu passará a utilizar o Plymouth, desenvolvido pelo time da Red Hat, como sistema de boot padrão, esperando, com isso, um ganho considerável no tempo que o sistema operacional leva para estar pronto para uso. Outra novidade é o abandono completo do HAL, (Camada de Abstração de Hardware), com o intuito de ganhar ainda mais velocidade na hora de iniciar o sistema. Uma das atualizações mais esperadas para esta versão é do Kernel, que deverá trazer o 2.6.32, com diversas melhorias para os sofredores donos de placas ATI, da série HD2xxx para cima, e também dos pacotes X-Server 1.7 e Xorg 7.5. Estas novidades tem tudo para estabilizarem o funcionamento das placas de vídeo da AMD, tremendamente problemáticas atualmente.

Aliás, falando em vídeo, a atenção da Canonical para este problema está bastante concentrada. No começo de fevereiro, Ara Pullido, do time de desenvolvimento do Ubuntu, postou uma mensagem convocando usuários de placas Nvidia e ATI a participarem de um programa de testes com o propósito de caçar bugs antes que atinjam um grande número de usuários. Os requisitos são possuir uma Radeon com chip R600 ou mais nova , ou uma NVidia a partir da Geforce série 2xx, conexão com a internet, uma partição no sistema somente para os testes e uma hora por semana de dedicação ao programa. Com isso, os desenvolvedores esperam garantir uma experiência muito mais suave para os usuários do Lucid.

O Ubuntu Software Centre, antigo Instalar ou Remover Programas, ganhou a possibilidade de avaliação pelos usuários. Ou seja, a partir desta versão do sistema, quem tiver uma conta no recém-lançado Ubuntu Single Sign-on – sistema que integra contas do usuário no Launchpad, Shipt-it, forum, dentre outros serviços da Canonical, como a futura Music Store – poderá classificar e escrever um pequeno review do aplicativo. Por fim, teremos o Manual do Ubuntu, desenvolvido para dar ao usuário novato uma diretriz mais simpática e muito mais simplória, ao contrário do que acontece com a documentação oficial do sistema.  Não serão incluídos dados técnicos complexos, mas sim explicações mais básicas sobre o funcionamento do sistema, onde encontrar ajuda, etc.

Como todas as outras, esta nova empreitada do Ubuntu promete muito. Independente das reclamações de que fica mais pesado a cada versão, o fato é que a Canonical está conseguindo deixar o sistema bastante amigável a cada 6 meses de trabalho, fazendo com que o Linux esteja, enfim, ganhando espaço nos holofotes tecnológicos e, paulatinamente, abrindo as janelas para acabar com a escuridão do monopólio, sem que para isso o usuário precise comprar uma nova casa.

Tags: Linux

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