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re:Invent 2014

No mês passado fiz uma viagem para Washington DC nos EUA. Quando estava escolhendo as opções de hospedagem, decidi experimentar o airbnb, site que permite locar imóveis em várias cidades pelo mundo. O valor do aluguel foi bem menor que o de um hotel tradicional e a localização do imóvel era excelente! Como pretendia fazer todos os passeios a pé, gerei vários mapas e armazenei todos no meu disco virtual online do Dropbox, para acessá-los depois via celular. No dia da viagem pedi um táxi pelo aplicativo do Easy Taxi e fui para o aeroporto. Chegando lá, enquanto esperava o meu voo, curtia umas músicas do Spotify e consultava o tempo em Washington pelo aplicativo do The Weather Channel. Ao chegar em minha hospedagem em Washington, pude constatar que o imóvel era realmente muito bem localizado, mas a TV disponível tinha poucas opções. Graças ao Netflix, esse pequeno defeito nem foi percebido.

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Vocês devem estar se perguntando porque comecei a matéria sobre o re:Invent com essa descrição deminha viagem a Washington. E a resposta é simples: por que todos os serviços que utilizei (airbnb, Dropbox etc.) rodam na “nuvem” da Amazon! O re:Invent é o principal evento para desenvolvedores da AWS (Amazon Web Services). O evento é ideal para desenvolvedores, arquitetos e tomadores de decisões técnicas. O evento também atrai parceiros da AWS, imprensa e analistas interessados em computação em nuvem.

Este ano a conferência ofereceu três dias de muito conteúdo para que os participantes pudessem mergulhar mais fundo na plataforma de computação em nuvem da AWS. A maior parte dos assuntos apresentados era absurdamente técnica, mas também houve espaço para novos anúncios de serviços, visões gerais dos serviços existentes, e conteúdo para os tomadores de decisões executivas.

Um pouco de história

Apesar da Amazon ter disponibilizado alguns serviços já em 2002, a AWS surgiu mesmo em 2006 oferecendo um serviço de armazenamento (storage) – o Amazon S3. Em 2007 a companhia passou a oferecer também seu serviço computacional para processamento na “nuvem” o Elastic Compute Cloud – chamado de EC2. De lá para cá ela só tem aumentado a quantidade de serviços disponíveis ano a ano. A companhia se baseia em um modelo de inovação contínua. Só para se ter uma ideia, ano passado foram lançados 280 novos serviços para os clientes da plataforma AWS. Este ano, até o início do re:Invent já haviam sido lançados 442 novos serviços.

Confira o primeiro dia do evento

URL: https://www.youtube.com/watch?v=wApMDQFvNio

E também o segundo dia

URL: https://www.youtube.com/watch?v=ZPbM2qGfH3s

A AWS conta com aproximadamente 1 milhão de clientes no mundo todo e teve crescimento (em relação ao ano passado) de 137% nos serviços de Storage (S3) e 99% no serviço computacional (EC2). Segundo Andy Jassy, principal executivo da AWS e responsável pela palestra inicial do re:Invent 2014, a companhia tem 5 vezes a capacidade de nuvem que a concorrência. Jassy também afirmou em seu discurso: “Em 2020 todas as nuvens privadas  – aquelas que ficam armazenadas dentro das empresas – estarão extintas!”. “Trabalhar na nuvem se tornou o novo padrão para os negócios”.

Porém, quando se fala em nuvem, principalmente as empresas que estão pensando em migrar para este modelo, existem duas questões principais: segurança e migração. Para a AWS, segurança atualmente é um motivo para migrar, pois hoje é muito mais seguro ter os dados armazenados na nuvem do que em servidores privados. E quanto à migração, o tempo diminuiu significativamente: o que demorava meses, agora é uma questão de semanas. Como eles falam: “A nuvem é o novo datacenter e a AWS é o melhor datacenter disponível”.

Como eu já disse, O re:Invent é um evento para técnicos, mas que a AWS a utiliza também para difundir seus principais lançamentos. O re:Invent deste ano estava cheio deles, os mais importantes foram:

  • O AWS CodeDeploy permite que desenvolvedores, de um jeito simples e confiável, automatizem a implementação de código e atualizações para qualquer aplicação que esteja sendo executada no Amazon EC2.
  • O AWS CodePipeline realiza a entrega e lançamento de serviços de automação contínua, enquanto o AWS CodeCommit é um serviço de controle de origem.
  • O AWS Key Management Service dá aos clientes controle centralizado sobre as chaves de criptografia usadas para proteger seus dados.
  • O AWS Config fornece visibilidade de recursos AWS, histórico de configuração, e notificações de alteração de configuração para permitir segurança e governança. Enquanto o AWS Service Catalog permite que os administradores de empresa criem catálogos de curadoria de ofertas na nuvem e torna-os acessíveis a funcionários selecionados da empresa via um portal self-service.
  • O Amazon EC2 Container Service é um serviço de gerenciamento altamente escalável que facilitará o lançamento, administração e escala de um a dezenas de milhares de containers.
  • O Amazon Aurora é a mais nova ferramenta do Amazon RDS e oferece aos consumidores a performance de um banco de dados comerciais high-end com o preço de um database de código aberto.
  • O AWS Lambda fornece uma plataforma de alta performance computacional que executa funções em códigos que respondem a essas mudanças de dados sem que seja necessário provisionar ou gerenciar qualquer servidor. Os clientes escrevem um código JavaScript simples que age sobre um evento e o envia para o AWS Lambda. Com milissegundos de mudança nos dados, o AWS Lambda responde ao aplicar recursos computacionais adequados para executar a ação. Ele automaticamente escala para milhões de pedidos, espalhando-os para múltiplas Zonas de Disponibilidade, se necessário.

Uma característica que chama a atenção na AWS é seu comprometimento com os clientes. Todos os serviços que são fornecidos começam seu desenvolvimento a partir das necessidades dos usuários da nuvem da AWS. Só para se ter uma ideia de como a companhia é comprometida com seus clientes, só no ano passado a AWS deixou de ganhar U$ 350 milhões porque sugeriu mudanças que resultaram em economia para os usuários de sua nuvem.

Tive a oportunidade de participar de uma sessão mais técnica onde James Hamilton, um dos principais engenheiros da AWS explica como funciona o esquema de regiões e zonas de disponibilidade da AWS. Coisa para qualquer nerd ficar babando. Vale a pena dar um olhada no blog dele. E que venha o re:Invent 2015! Estou torcendo para poder participar de novo! Grande abraço!

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