O leitor deve estar intrigado com a palavra futuro no plural, e o objetivo aqui é fazer pensar sobre a visão de hoje que nos impacta no amanhã. Vivemos um paradigma histórico na educação e nosso debate hoje é sobre como assegurar uma educação comprometida com a qualidade e com as demandas de formação de profissionais. Considero ainda que este debate saudável nos ajudará a repensar os limiares entre uma educação convencional e uma educação inovadora. A primeira perspectiva defende uma regulação mais rígida e em contraponto a segunda visão propõe uma educação flexível e coerente. Uma educação de qualidade é defesa compartilhada e não há quem desdenhe deste compromisso. Podemos ponderar ainda que não queremos determinar um futuro único para a educação. Não cabe mais o pensamento refratário de um futuro encarcerado, queremos todos um legado emancipatório de uma educação que não é mercadoria, mas sempre foi e sempre será o caminho para o acesso social.
Está em nossas mãos pensar futuros possíveis, prováveis e preferíveis. O contexto da revolução da educação de qualidade na modalidade a distância oferece um arcabouço valioso para pensar as novas trajetórias que permitiremos seguir. Os futuros possíveis da educação a distância abrangem uma ampla gama de desdobramentos, que nos permitem inovar com novas tecnologias e metodologias. Os futuros prováveis são as conquistas e descobertas que já realizamos e que nos possibilitam pensar as tendências de uma educação qualificada, que dá acesso, inclui e permite aos brasileiros mais vulneráveis e desejosos ingressar numa carreira profissional tão sonhada. Também temos os futuros preferíveis, que refletem nossas aspirações e valores para uma educação emancipadora desejada.
A educação a distância nos ajudou experimentar um leque de inovações educacionais que vão desde a adoção de novos espaços a opções de tempos de aprendizagem. No campo das tecnologias revelamos a intencionalidade pedagógica de multimeios que vão desde realidades virtuais e aumentadas, que proporcionam experiências de aprendizagem imersivas, até a personalização do ensino através de inteligência artificial, capaz de adaptar o conteúdo educacional às necessidades e ritmos individuais dos estudantes. Neste tempo de EaD também ampliamos nosso olhar sobre os atores pedagógicos tão imprescindíveis para a mediação dos processos educativos. Novos profissionais se juntaram aos professores para proporcionar melhor atenção aos desafios de acompanhamento dos estudantes na jornada acadêmica. Professores, autores, tutores, designers educacionais e equipes multidisciplinares desenvolveram competências especializadas para melhor compor o entorno da atenção central aos estudantes. Competências estas que nos movimentaram para novas modelagens de aprendizagem, incorporando metodologias ativas que inverteram o prisma da “ensinância” para a verdadeira aprendizagem.
Neste contexto, vale considerar como as políticas educacionais e as infraestruturas tecnológicas podem evoluir para apoiar uma educação mais acessível e inclusiva, reduzindo a divisão digital e promovendo a equidade no acesso ao conhecimento. Dessa forma, os caminhos potenciais para futuros possíveis, esperados e desejáveis se consolidarão como nosso melhor legado para as futuras gerações. É aqui que nos encontramos num mesmo propósito de uma educação de qualidade, flexível, alinhada com valores éticos e sociais, para criar um sistema educacional que responda às necessidades de uma sociedade futura mais justa e conectada.