Com a popularização dos smartphones, surgiram aparelhos com hardwares cada vez mais poderosos e com sistemas operacionais cada vez mais sofisticados. Isso possibilitou aos usuários realizarem tarefas que antes só eram possíveis em um PC comum. Devido a isso, o mercado mobile está crescendo vertiginosamente, chamando a atenção de crackers que, se antes focavam apenas em sistemas operacionais “tradicionais”, principalmente o Windows, hoje também concentram seus esforços em sistemas móveis. E o alvo preferido deles é o Android, da Google.
Quem diz isso é a renomada empresa de segurança McAfee, conhecida por suas soluções de segurança para Windows. Segundo ela, o número de ameaças cresce a cada trimestre, mas no terceiro trimestre desse ano, praticamente só houveram novos malwares desenvolvidos para o Android, mostrando que ele é o preferido dos crackers. Veja o gráfico abaixo que dá uma ideia dessa indesejada crescente:

As ameaças se valem das mais variadas formas de ação. Existem vírus que enviam SMS secretamente com informações importantes do usuário, como dados do cartão de crédito; outros gravam as chamadas e enviam o áudio para o cracker; e já existem até falsos antivírus que em vez de proteger o celular, ferram ainda mais com o aparelho. A lista é bem longa.
O motivo de toda essa insegurança reside justamente na popularidade do sistema. O Android é instalado em todo tipo de aparelho, desde um xing-ling de R$ 200,00 até um smartphone topo de linha, como o Galaxy Nexus. A política de liberdade da Google, que deixa o usuário instalar apps não verificados, fora do Market, também agrava a situação. Assim, temos uma enxurrada de aparelhos rodando o robôzinho verde, muitas vezes com um usuário leigo por trás, que instala qualquer tipo de app, e o resultado é isso aí. Infelizmente, o Android está caminhando para ser o Windows dos sistemas móveis.
Mas há quem diga que a situação não é tão preocupante assim, e as empresas de segurança, como a própria McAfee, estão fazendo medo aos usuários. Segundo Chris DiBona, gerente de produtos open source da Google, os sistemas móveis são desenvolvidos de uma forma que não é tão fácil ser infectado por um malware. Ele fala que recursos como o sandboxing, que proibe que aplicativos acessem partes privilegiadas do sistema, protegem o usuário. Além disso, os apps vendidos no Market são bem seguros, e se uma coisa realmente grave acontecer, a Google pode desativar apps maliciosos remotamente. Ele escreveu um post grandão (em inglês), explicando o por quê de não achar o Android tão inseguro assim.
De qualquer forma, é a palavra de uma pessoa contra a de uma empresa de segurança, no caso a McAfee. Outras, como a Juniper, também emitiram relatórios nada favoráveis no tocante à segurança do Android. Esta, afirmou que o número de malwares para a plataforma cresceu 470%! Então, é bom você, android-user, ficar atento e só baixar produtos do Market. Além de prestar atenção às permissões concedidas ao aplicativo. Pelo menos até agora, a Google tentou criar um ecossistema livre, mas na verdade está conseguindo um bem libertino.