A grande notícia do mercado global de smartphones em 2021 é a consolidação dos aparelhos dobráveis como uma categoria mainstream. Apresentados ao mundo pela Samsung em 2019, eles nasceram para satisfazer as necessidades de um nicho de consumidores que buscam mais inovação e produtividade, e tinham como promessa se tornarem “as bases para o smartphone do amanhã”. No último mês de agosto, a Samsung anunciou globalmente os dois mais novos integrantes da linha Galaxy Z, o Z Fold3 e o Z Flip3, que foram lançados localmente em 15 de setembro. As reações de especialistas à grande evolução técnica dos aparelhos e as projeções de vendas para os dobráveis para os próximos anos mostram que esse “amanhã” está mais próximo do que imaginamos.
Segundo dados da consultoria Strategy Analytics, o mercado de dobráveis deve triplicar de tamanho em 2021, chegando a 6,5 milhões de unidades vendidas. É o início de uma ascensão importante do segmento, que deverá chegar a 117,2 milhões de unidades vendidas em 2025, mais do que dobrando de tamanho no acumulado ano a ano. No Brasil, é possível observar a categoria dos smartphones premium, na qual os dobráveis se inserem. Segundo dados da GFK, o segmento dos aparelhos é o que mais cresce no Brasil. Entre 2019 e 2021, observou-se um aumento de 131% em volume de vendas e 152% em faturamento. A participação no mercado geral de smartphones também cresceu. Em unidades vendidas, saltou de 7% em 2019 para 17% em 2021. Em faturamento, a fatia passou dos 21% para 41% no mesmo período.
Os smartphones dobráveis representam não apenas um novo design e uma forma de interagirmos com os aparelhos, mas sobretudo novas possibilidades de uso. Eles foram criados a partir de uma conexão direta com os consumidores, entendendo a maneira que os dispositivos têm sido utilizados e quais são as necessidades no dia a dia. Vivemos uma era em que o consumo de conteúdo por meio do smartphone se multiplica em diversas frentes, fazendo com que o tamanho da tela e a capacidade de executar diversas tarefas simultaneamente tornem-se ferramentas fundamentais. E não só isso: o próprio movimento de abrir e fechar dos aparelhos, a possibilidade de navegar em múltiplas telas (e em diferentes posições), além da integração com os recursos das canetas inteligentes, abre caminho para o desenvolvimento de novas funções que irão impactar no nosso dia a dia. Em outras palavras, estamos diante daquele raro momento em que uma mudança tecnológica também tem um potencial para transformar nossos hábitos.
É o que ocorreu quando surgiram os primeiros celulares e o ato de falar ao telefone deixou de ser algo que fazíamos restritamente num aparelho fixo em casa, no escritório ou no orelhão. Ou quando os fones sem fio começaram a se popularizar e pessoas passaram a caminhar pela rua “falando sozinhas” e gesticulando por aí – causando estranheza de quem não conhecia a tecnologia. Nos últimos cinco anos, o hábito de pagar também se transformou a partir dos smartphones. Sistemas como o Samsung Pay* estão tornando cada vez mais comum a frase ao fim de uma compra: “É por aproximação?”. Imagine o constrangimento que uma pergunta dessa poderia causar há poucos anos?
Todos esses hábitos introduzidos pela inovação nos dispositivos móveis foram incorporados e passaram a fazer parte da nossa rotina. Os dobráveis abrem caminho para muitos outros. A começar pelo tamanho da tela, que praticamente dobra de tamanho quando aberta. É um convite a quem hoje consome entretenimento em tablets, notebooks ou TVs e passará a usar o smartphone como mais uma opção. O simples movimento de colocar a tela dobrada em 90 graus com um dos lados sobre uma superfície plana abre caminho para uma série de funções novas: vídeo chamadas, fotos e vídeos sem precisar de um apoio. Quem vive em reuniões de trabalho ou consome conteúdo no Tiktok (principalmente as danças e memes divertidos) sabe como essa inovação torna tudo mais prático.
Mas a realidade é que só é o início, pois a maior parte da mudança de hábitos ainda estão por vir e depende dessa conexão que os desenvolvedores de aplicativos têm com seus usuários. Para isso, a Samsung está desenvolvendo em seu laboratório de pesquisa e desenvolvimento testes com os 100 aplicativos mais populares para smartphones para entender de que forma eles podem se adaptar e incrementar a experiência de uso dos dobráveis. Em paralelo, os milhares de desenvolvedores de aplicativos já estão explorando as novas dimensões, características físicas e conjuntos de sensores para criar novas formas de interação entre usuários e aparelhos. Em breve, novas aplicações na área de entretenimento, produtividade, saúde e bem-estar devem surgir especificamente a partir das características dos smartphones dobráveis.
Do lado do consumidor, há diversos indícios que mostram que existe grande interesse na categoria dos dobráveis, que tem como principais características o design e a inovação. A consultoria MindMiners realizou uma pesquisa recente no Brasil e fez a seguinte pergunta para usuários de smartphones: “Qual fator que chamou a sua atenção na hora de comprar seu smartphone atual?”. O design apareceu em primeiro lugar, com 32% das menções, seguido por inovação tecnológica, com 20%. Só depois apareceram fatores como recomendação de amigos e parentes (15%), anúncios em lojas (10%) e recomendação de influenciadores (8%).
Estamos diante de mais um movimento típico de popularização de uma nova tecnologia. Basta andar um pouco para trás na história dos dispositivos móveis. Os smartphones tornaram-se personagens tão centrais nas nossas vidas nos últimos anos que é difícil lembrar que, não faz muito tempo, esses aparelhos eram voltados a um nicho de usuários. Criados na década de 1990, eles só começaram a ter relevância comercial em meados dos anos 2000, tendo produtividade como principal apelo. Serviam basicamente para responder e-mails, organizar a agenda, ler e editar alguns documentos. No fim da década de 2010, as lojas de aplicativos impulsionaram a popularização e a criação de novas funções para esses aparelhos, mas foi só em 2013 que as vendas globais de smartphones superaram a dos celulares convencionais. De lá para cá, o mercado consolidou-se e evoluiu numa velocidade rara de se ver em outros setores. Os smartphones dobráveis têm tudo para repetir esse movimento nos próximos anos. Eles chegaram para ficar.
por Mario Sousa, diretor sênior de produto e planejamento estratégico da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil
* O Samsung Pay é compatível com a maioria dos terminais de pagamento novos e existentes, permitindo que os usuários façam pagamentos com um smartphone compatível da Samsung em qualquer lugar que aceite pagamentos com cartão usando as tecnologias MST e NFC. Verifique smartphones e cartões compatíveis, bem como mais detalhes em: http://www.samsung.com.br/samsungpay/#conheca