Os usuários de realidade virtual enfrentam, em grande parte, um certo receio quando utilizam óculos VR (do inglês Virtual Reality): o medo de tropeçar em cadeiras, mesas ou até objetos maiores durante o uso do dispositivo. A Ericsson (NASDAQ: ERIC), empresa global de tecnologia em telecomunicações, criou uma solução exclusiva que auxilia os usuários a não esbarrarem em obstáculos na hora de jogar ou assistir vídeos com óculos de realidade virtual. Esta tecnologia inovadora teve a participação do pesquisador brasileiro Alberto Hata na equipe de inventores. A nova patente integra o marco recém alcançado pela Ericsson de 250 famílias de patentes registradas no mesmo ano em que a empresa completa 53 anos de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) no país.
Com o nome “Improvement of safety through modification of immersive environment”, ou “Melhoria da segurança por meio da modificação do ambiente imersivo”, em tradução livre, a patente busca garantir que o usuário de realidade virtual consiga manter segurança durante o uso, evitando batidas e quedas em objetos. O diferencial dessa solução é o de ajustar a realidade virtual como um todo, fazendo com que o usuário tenha sua experiência imersiva sem alertas exteriores.
O monitoramento do ambiente real é feito por sensores como microcâmeras, detectando os objetos e obstáculos que podem causar acidentes. É a partir destes dados que o ambiente virtual é ajustado e renderizado. A solução poderá ser implementada à parte em quaisquer óculos de VR, independente do modelo do aparelho, inclusive os já lançados.
“Existem hoje soluções que emitem sinais sonoros, projetam mensagens no visor ou até mesmo mostram os objetos de alguma forma para o usuário não tropeçar. Mas, nossa invenção vai além, que é alterar a realidade virtual de acordo com esses obstáculos”, explica o pesquisador em Inteligência Artificial da Ericsson, Alberto Hata.
Ao encontrar um obstáculo real, como uma cadeira, o jogo pode buscar uma solução para fazer o jogador desviar do objeto, mostrando no game, por exemplo, um precipício, um lago, algo que desencoraje o jogador a prosseguir naquele caminho no ambiente virtual. “O objetivo da aplicação é fazer isso de forma natural, sem mudar a experiência. Nossa proposta é que o usuário jogue sem medo e até mesmo sem perceber que há riscos exteriores”, completa Hata. O inventor projeta ainda que, com o avanço do 5G, a patente pode abrir oportunidades para o desenvolvimento de novas aplicações de realidade virtual, permitindo que o usuário possa explorar livremente o ambiente a partir da movimentação no mundo real.