Artigo por Maria Luiza Reis, Dsc., Conselheira da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES)
Não é todo dia que o fundador de um dos maiores eventos de tecnologia do mundo dedica elogios públicos a uma iniciativa de um país. Mas foi exatamente o que aconteceu durante o Web Summit, em Lisboa, quando Paddy Cosgrave classificou o Pix brasileiro como “a maior surpresa dos últimos anos”.
E não é para menos. Em um mundo onde sistemas financeiros burocráticos e lentos ainda predominam, o Brasil conseguiu, em poucos anos, criar uma solução que não apenas modernizou as transações financeiras, mas também promoveu inclusão, agilidade e transformação digital em larga escala.
Do Pix para o mundo: O ecossistema brasileiro na vanguarda
O elogio de Cosgrave ao Pix não é um fato isolado, mas um sintoma de uma mudança maior. Ele sinaliza ao mundo que o Brasil não é mais apenas o “país do futuro”, mas um polo gerador de tecnologias de ponta no presente. Estamos deixando de ser vistos apenas como um mercado de potencial inexplorado para nos tornarmos referência em soluções reais, escaláveis e com impacto social tangível.
E essa nova realidade é construída por um ecossistema vibrante de empresas que, assim como os idealizadores do Pix, acreditam no poder da tecnologia para resolver problemas complexos. Eventos como o Web Summit servem justamente para dar visibilidade a essas iniciativas. Um exemplo que esteve presente no evento foi a Lab245, que apresentou sua plataforma Maps245, uma solução de automação de workflows com IA, ilustrando como a criatividade brasileira está se expandindo para outras frentes tecnológicas.
A força desse ecossistema foi atestada pela presença de representantes de peso do setor no evento. O presidente da ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software), Andriei Gutierrez, esteve em Lisboa acompanhado do economista Daniel Annemberg, e aproveitou a ocasião para prestigiar empresas associadas e a tecnologia nacional presente na exposição. Sua presença reforça o reconhecimento institucional do potencial brasileiro e a importância de se conectar com o cenário global de inovação.
Para empresas como essa, o Web Summit é mais do que um evento; é uma imersão estratégica. Trata-se de uma missão para capturar a energia dos centros globais de tecnologia, acompanhar as vozes que influenciam o mercado e traduzir tendências em conhecimento aplicável. Os pilares em foco – do futuro da comunicação ao poder dos dados e a revolução da IA – refletem justamente os desafios e oportunidades que as empresas brasileiras buscam endereçar para competir globalmente.
A força que vem de dentro: A importância de valorizar a tecnologia nacional
A história do Pix e a presença de startups brasileiras em palcos globais nos lembram de um ativo valioso que muitas vezes subestimamos: o talento e a capacidade de inovação que fervilham dentro do Brasil. Precisamos olhar para dentro e enxergar que aqui se desenvolve tecnologia de ponta, capaz de competir e se destacar no cenário internacional.








