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Ubuntu, o Linux que deu certo

Há muitos anos o Linux vêm tentando se consolidar como uma boa opção no mercado de sistemas operacionais, mas nunca obteve a confiança necessária para emplacar, ao menos nos computadores domésticos. A culpa pode ser atribuída parte às dezenas de distribuições diferentes, que geram muitas dúvidas na hora da escolha, e parte do próprio sistema que sempre foi considerado complicado demais para a parcela não geek dos usuários.

No Brasil, esta barreira começou a ser rompida com o lançamento do Kurumin, distribuição brasileira desenvolvida pela equipe do Guia do Hardware com base no Knoppix. Numa época em que o Linux ainda não tinha a facilidade de uso que tem hoje, não demorou muito para o Kurumin se destacar como alternativa fácil ao Windows e até mesmo a outras distribuições Linux.

Anos depois foi a vez do Ubuntu se destacar.

Ubuntu é uma palavra africana que significa “humanidade para com os outros”, e a ubuntulogosolowhitesmall.pngCanonical (patrocinadora do projeto) tenta levar isso para o mundo do software.

A primeira versão oficial do Ubuntu foi a 4.10, lançada em Outubro de 2004. Como podem perceber, as versões do Ubuntu são baseadas na data de lançamento, onde o primeiro número corresponde ao ano, e o segundo corresponde ao mês. A versão 7.04 foi lançada em Abril de 2007. Essas versões também são lançadas com cerca de seis meses de intervalo entre uma e outra, com uma versão LTS (Long Term Support) a cada dois anos. Mais uma vantagem para o Ubuntu, que sempre oferece um sistema atualizado. A atual versão é a 7.10, lançada em Outubro do ano passado.

Por quê deu certo?

Talvez o Ubuntu seja a distribuição Linux mais amigável para os usuários comuns. Isso não significa que ele seja a melhor distro para todos os tipos de usuários, mas é certamente a que mais chama a atenção dos usuários de outros sistemas. O segredo do sucesso do Ubuntu está na facilidade de uso. Aquela pessoa que usa o computador pra tarefas básicas, como acessar a internet e ler e-mails, não terá qualquer tipo de dificuldade no Ubuntu. Ele já contém dezenas de aplicativos básicos, dispensando a necessidade de instalação de vários outros. Player de MP3, Navegador Web, Leitor de E-mails, suíte de escritório, manipulador de imagens, mensageiro instantâneo… esses são só alguns dos aplicativos que o Ubuntu já traz numa instalação padrão. Por falar em instalação, ela é bastante simples e rápida. O instalador faz algumas perguntas simples, como o nome de usuário, horário local e a linguagem padrão do sistema. Alguns “avançar” e o sistema estará instalado e pronto pra ser usado. Normalmente a instação dura cerca de 30 minutos, dependendo da capacidade da sua máquina.

O hardware exigido para rodar o Ubuntu é outro ponto a favor dele. Confesso que comparado a outras distribuições ele é bem pesado, mas se compararmos ao Windows ele se equivale bastante. Numa máquina que roda o XP com certa facilidade (Cerca de 1ghz e 256mb RAM), o Ubuntu se mostra com um desempenho bastante satisfatório. O ideal seria 512mb RAM, algo bastante excessivo para usuários de distribuições mais leves, mas dentro dos padrões atuais se comparamos com a atual versão do Windows.

E como eu faço pra instalar e desinstalar programas no Ubuntu?

Um dos maiores medos que as pessoas tem ao migrar para o Linux é a dificuldade de instalar e desinstalar programas. No Ubuntu (e na grande maioria das distribuições hoje) o processo é bastante simples. Muitas vezes, dependendo dos programas, existem pacotes pré-compilados de instalação automática. O .deb seria o equivalente ao .exe do Windows. Dois clique, alguns “avançar”, e pronto. Dificuldade zero. Existe também o Synaptic, que é uma interface gráfica para a instalação de programas. Ele exibe uma lista dividida por categorias, e basta escolher o aplicativo para que ele faça todo o trabalho sujo.

Mas e o modo texto?

Ah sim, o temido modo texto. O maior responsável pelo medo que as pessoas tem do Linux. No Ubuntu, garanto, você praticamente não vai precisar dele. Sim, é possível que, eventualmente, você tenha que fazer qualquer tipo de coisa nele. Mas quando isso for necessário, você verá que aquela horrível tela preta com letrinhas brancas não é a pior coisa do mundo. O Linux evoluiu de tal forma que só usa o terminal hoje quem realmente quer. É como usar o Prompt de comando no Windows hoje. Você praticamente não usa, mas ele está lá pra quando você precisar dele.

Parece interessante, mas ainda não me convenceu…

O Ubuntu é livre e gratuito. Isso significa que você não terá que pagar um centavo para usá-lo e ainda pode modificar o sistema ao seu gosto, e distribuir do seu jeito. Sim, a Canonical encoraja você a fazer isso. Grave um CD do Ubuntu e distribua livremente. A interface gráfica do Ubuntu é o Gnome, e é totalmente personalizável. Não gosta do Gnome? Existem n outras interfaces para Linux que você pode testar e escolher. O Ubuntu é um sistema operacional rápido, fácil, funcional, seguro e personalizável. Não está convencido ainda? Tente você mesmo. O Ubuntu oferece um LiveCD para que você tenha a oportunidade de testar o sistema sem se desfazer ou alterar as configurações do seu sistema atual. Você pode baixá-lo gratuitamente no site oficial ou solicitar um envio gratuito pelo correio. Pedir pelo correio demora um pouco, mas vem com adesivos e o encarte do CD é muito bem feito, ainda mais pra um produto gratuito.

Quer dizer que o Ubuntu é muito melhor que o Windows?

Nem melhor, nem pior. O Ubuntu é diferente. Certas tarefas você pode achar melhor executar no Ubuntu, enquanto outras serão melhores fazer no Windows. O conceito de liberdade também inclui isso. Você tem liberdade para testar o Ubuntu mas optar por continuar no Windows se quiser.

E se eu precisar de ajuda?

O Ubuntu tem uma extensa documentação com resposta para várias dúvidas que os usuários possam ter. Além disso, existem inúmeros fóruns na internet com pessoas experientes e dispostas a ajudar.

Então resumindo, o Ubuntu deu certo por que mesmo?

Deu certo porque fez as pessoas perderem o medo do Linux. Muita gente que tinha medo do tal do Línuques resolveu dar uma chance depois de conhecer o Ubuntu. E olha que em apenas quatro anos a distribuição já evoluiu bastante. Se você é usuário de outro sistema e não conhece o Ubuntu, dê uma chance a ele. As chances de você se surpreender são relativamente grandes. Testou e não é a sua praia? Tudo bem, pelo menos você teve coragem de testar pra dizer que não é pra você.

Para fazer o Download gratuitamente do Ubuntu, clique aqui.

Para solicitar o envio do Ubuntu pelo correio, sem custo algum, clique aqui.
Mas não solicite mais do que necessita. Embora os CD’s sejam gratuitos pra você, eles tem custos para quem envia. Lembre-se, o Ubuntu é livre e gratuito. Você não precisa pedir uma cópia pra cada amigo. Você pode (e deve) gravar copias desses cds e distribuir livremente.

Tags: Downloads, Linux

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