Análises

Uma análise das interfaces gráficas para Linux (parte 1): GNOME 3

Numa série de três posts, vamos discutir sobre as três principais interfaces disponíveis no Linux: GNOME, KDE e o mais novo dessa família: o Unity. Para começar esse especial de posts vamos começar com o recém saído do forno, GNOME 3. A distribuição usada para os testes foi o Fedora 15 Lovelock. A configuração usada nos testes foi:

  • XFX ATI Radeon HD6770
  • AMD Phenom II X4 955 3,2Ghz Black Edition
  • 4 GB de RAM DDR3 1333Mhz

Em suma: uma configuração parruda para rodar satisfatoriamente tanto o GNOME, Unity e KDE.

Configuração usada nos testes

A nova cara do GNOME 3

O novo GNOME 3 foi praticamente reescrito do zero, e conta com uma nova interface chamada GNOME Shell que funciona como uma espécie de núcleo da interface. O GNOME Shell é drasticamente diferente da interface usada no GNOME 2 (que usava outra, chamada Metacity). Ele não existe mais. Além do novo ambiente em 3D (o que requer que o computador tenha uma placa de vídeo com pelo menos 128MB de memória disponível para rodar os recursos gráficos do GNOME.

A interface é extremamente limpa. Lembra dos três menus que existiam ali (Aplicações Locais Sistema)? Esqueça. Ele foi substituído pelo menu Atividades. Ao passar o mouse no menu, apertando a tecla “Windows do teclado ou clicando nele, o GNOME mostra todas as janelas abertas (que lembra muito o Exposè do OSX), uma dock chamada de “Dash” (bem parecida com a do Unity, que veremos mais adiante em outro post) que contém todos os aplicativos abertos e um botão ao lado do “Janelas” que alterna para a visualização em grade mostrando todos os aplicativos instalados. Praticamente o wallpaper está la de enfeite, pois tudo que o usuário precisa está de fácil acesso no menu “Atividades”.

http://www.youtube.com/watch?v=3-kb-_L-xn4

Todas as janelas do GNOME 3 foram desenhadas para aproveitar melhor a tela, mas ainda sim oferecer um grande controle ao usuário. Simplicidade foi a filosofia adotada para esse versão tão simples que sumiram com os botões de minimizar e maximizar a janela (para alternar o tamanho para a tela cheia, basta dar um duplo clique na barra de títulos). Minimizar janelas foi descartado pois, segundo o time de desenvolvimento do GNOME, tornou-se algo desnecessário com o uso frequente do alternador de janelas.

Novo botão Atividades mostra as janelas abertas e a "Dash" com os aplicativos favoritos

Novo sistema de notificações

Uma coisa que merece destaque na nova versão do GNOME é o sistema de notificação. A barra de notificações fica oculta na parte inferior da tela que é exibida sempre quando se passa o mouse sobre ela, mostrando os aplicativos que em geral ficavam na parte superior direita no GNOME 2.

O sistema também esta integrado as aplicações nativas do GNOME (as que funcionam sobre motor GTK 3, a biblioteca de informações gráficas do GNOME). Por exemplo, é possivel expandir a notificação do Empathy (cliente de mensagens instantâneas compatível com MSN e outras redes) para digitar uma mensagem rápida ao seu contato sem precisar abrir a janela da conversa. Simples, prático e rápido. Esta função esta sendo implementada nos aplicativos e será mais completa em futuras versões, assim esperamos.

Novo sistema de notificações permite responder a uma mensagem sem abrir a janela da conversa

A nova barra de tarefas do GNOME 3

Pulando para a parte superior da tela, chegamos na nova barra de tarefas do GNOME, quase que completamente redesenhada do zero. Como já dissemos, ela não apresenta mais os tradicionais três menus do GNOME, que foram trocados pelo menu Atividades. Ao seu lado fica o nome do programa atual aberto e caso o usuário clique sobre ele, a opção de fechar a janela é exibida. Ao centro fica o relógio.

Com um clique você pode ver o calendário e inserir atividades para o dia/semana/mês se assim desejar, basta configurar o cliente de email Evolution num simples assistente. E para finalizar, no canto direito estão as opções de acessibilidade, conexão, controle de volume e controle de contas.

Vale a pena?

Tudo que é novo gera um pouco de polêmica no começo. Assim como o KDE 4, o GNOME 3 esta aprendendo com sua nova interface, e com a nova versão recém saída, é provável que mudanças sutis aconteçam aos poucos, conforme o time de desenvolvimento vê suas falhas e apara arestas com o feedback dos usuários.

Aliás, falando em aparar arestas, existe alguns detalhes que eu achei terrivelmente grotescos: coisas simples e rotineiras como o botão de maximizar/minimizar a janela não estão presentes na janela do motor gráfico GTK3. Para deletar pastas no Nautilus (navegador de arquivos, equivalente ao Explorer do Windows) é preciso apertar CTRL + Del e não apenas o Del. Outro fator incômodo é a necessidade de fazer o logoff do usuário para poder desativar/reiniciar o computador. Coisas que podem gerar uma dor de cabeça ali, mas que provavelmente serão corrigidas em versões posteriores.

Tags: Linux

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