Análises

Uma análise das interfaces gráficas para Linux (parte 3): KDE

KDE 4

O KDE é uma das interfaces mais tradicionais do mundo Linux. Sua última versão estável, a 4.7 (usada neste review rodando sobre Kubuntu 11.10) conta com suporte as bibliotecas gráficas openGL 2.0 e trouxe atualizações para a área de trabalho Plasma, em especial os Widgets, além de outros refinamentos e milhares de correção de bugs.

Em sua versão 4, o KDE foi muito criticado no começo devido as versões iniciais apresentarem incontáveis bugs de lançamento e a mudança radical no tema, quebrando o tradicionalismo que se existia no KDE 3.5 mas trazendo uma área de trabalho mais moderna, bonita e eficiente. Aos poucos com os novos lançamentos das versões o KDE 4 foi conquistando o amor dos usuários e é claro, correções dos bugs e refinamentos que tornaram ele uma opção atraente para os usuários.

Kubuntu 11.10 e KDE 4.7

A interface do KDE

A interface padrão do KDE lembra muito a do Windows: um botão no canto, barra de tarefas, área de notificação e relógio no canto direito. Mas não sei deixe enganar, pois o KDE é muito mais do que uma “cópia do Windows” que a primeira impressão te dá.

Vamos começar pelo o tema do sistema. Antes do KDE 4, o KDE 3 usava um esquema de ícones chamado Crystal (que eu pessoalmente achava feio). O KDE 4 usa o conjunto de ícones Oxygen, com icones em alta resolução, detalhes, sombreamentos, transparência e outras firulas junto com o tema Air que deixam o sistema (não) muito agradável, digno de uma obra de arte.  O esquema visual chamado QT (semelhante ao GTK do GNOME, mas usado no KDE) tem tons acinzentados e metálicos, dando um tom futurista a área de trabalho que também é rica em tons de azul. Muito azul.

Os Widgets são outro componente interessante do Plasma. São miniaplicativos do KDE que tem como função auxiliar numa tarefa simples ou servir de atalho pra alguma função básica. Eles podem ser inseridos na área de trabalho ou na barra de tarefas do KDE. Vão de Widgets quase essenciais, como o lançador de aplicativos, passando para relógios dos mais variados tipos (de binários até relógios analógicos) e Sticky notes virtuais e indo para os não tão essenciais assim, como os olhos que acompanham o movimento do mouse.

Desktop padrão do KDE 4.7 com Widgets na área de trabalho

Na barra inferior ficam alocados os componentes de forma bem parecida com o esquema do Windows. A começar pelo menu Kickoff: esse botão azul brilhante serve de “menu iniciar” do KDE, só que muito mais tunado e organizado diga-se de passagem. Existem cinco submenus sendo eles Favoritos (atalho para os aplicativos mais usados), Aplicativos (lista todos os aplicativos instalados divididos em várias categorias), Computador (lista todos as mídias de armazenamento como pendrives, CD’s e tem atalhos para as principais pastas do sistema), Usados recentemente (lista os arquivos usados ou adicionados recentemente) e Sair (oferece opções para desligar, hibernar, trocar de usuário, etc). Além disso existe atalhos para outro desktop virtual (funciona como uma segunda área de trabalho, semelhante ao “Spaces” do OSX) seguido de uma área de notificações e um relógio. Sem muito mistério aqui.

Menu KickOff

Não apenas um ambiente de trabalho, mas um conjunto de aplicativos

Faz um tempo desde que o KDE deixou de ser designado só um ambiente de trabalho e ganhou a classificação de conjunto de aplicativos. Por quê? Simples. O KDE não é uma estrutura sólida, monolítica, única, ele é formado por vários aplicativos, bibliotecas, conjunto de softwares específicos, widgets. Tudo rodando sobre o KWin (gerenciados de janelas) e o Plasma (ambiente de trabalho). Funciona como um quebra-cabeça. cada um tem um papel, importante ou não.

Dolphin, o Gerenciador de Arquivos

Dentre os softwares importantes do KDE podemos destacar o player de musica Amarok, o gravador de discos K3b, o gerenciador de arquivos Dolphin e o navegador Web/Arquivos/FTP Konqueror que usa a engine KHTML (que serviu de molde para o WebKit, fazendo das duas engines, irmãs).

Rekonq, outro navegador desenvolvido pelo time do KDE usando engine webkit

Fácil e usar de se acostumar

Não existem disputas abertas entre KDE e GNOME. Cada um usa a que quer e ninguem briga com isso porque são diferentes e não vão se favorecer em nada angariando uns poucos usuários de outra interface. O usuário usa a que quer e ponto, afinal todas elas oferecem vantagens, desvantagens, recursos, usabilidade que diferenciam cada nicho de usuário.

Particularmente, eu gosto do GNOME, mas um KDE bem configurado cai muito bem: ele é bonito, fácil de usar, linha de aprendizado rápida e modus operandi simples que em poucas horas vai te deixar em total sintonia com esse “canivete suiço” de área de trabalho.

Tags: Linux

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