Análises

Quem vence a guerra dos navegadores?

Perto do lançamento oficial do Mozilla Firefox 3, a guerra dos navegadores volta a ser notícia. Desta vez, porém, algumas mudanças aconteceram. O Netscape teve seu fim decretado, e a Apple começa a adaptar seu navegador padrão – o Safari – para o ambiente Windows. Além disso, temos o poderoso Opera, e o líder Internet Explorer na briga. Sei que existem outros navegadores no mercado, mas nesta análise vamos nos concentrar nestes quatro – Firefox 3, Opera, Safari e Internet Explorer 7.

Todos os navegadores foram testados sob as mesmas condições. Num Athlon XP 2000+ com 512mb de memória Ram. Foi realizado um teste de consumo de memória. Nada muito complexo, mas dá pra se ter uma vaga idéia do consumo de cada um. Não abordarei a segurança de nenhum deles, por ser uma área que não faz parte dos meus conhecimentos. Vamos lá?

Opera 9.25

Eu considero o Opera um divisor de águas nessa briga. Sob o meu ponto de vista, ele não é um mero concorrente do Internet Explorer (conseqüentemente não tentando imitar este), mas sim uma excelente alternativa para aqueles que não se sentem bem usando outros navegadores.

A primeira impressão ao usar o Opera, confesso, é de medo. Migrar para o Opera é mais difícil do que migrar para o Safari ou o Firefox, exatamente pelo fato dele ter uma identidade própria, e não ser uma cópia de outros navegadores. Demora um certo tempo até que você consiga se acostumar aos atalhos – muitas vezes diferentes de outros navegadores – e a funções específicas.

Opera

O Opera incorpora funções bastante úteis, e que dispensam a instalação de aplicativos extras. Destaquei algumas para comentar.

Speed Dial

O Speed Dial é uma página que contem acesso rápido às páginas que você mais acessa. É possível cadastrar até nove páginas que estarão disponíveis ao alcance de apenas um clique.
O site oficial disponibiliza um vídeo demonstrativo da função. Acompanhe aqui.

Wand, gerenciador de senhas

O Wand grava e possibilita rápido preenchimento das suas senhas. Uma vez gravado, toda vez que você entrar em algum site onde você tenha que digitar nome de usuário e senha, uma borda amarela surgirá em torno da caixa de preenchimento. Assim, basta clicar na caneta (ícone do Wand) e ele preencherá automaticamente a senha.
Acompanhe um demo, também do site oficial, aqui.

Widgets

Os Widgets são pequenos aplicativos (semelhantes aos encontrados no Sidebar do Windows Vista) com diversas funções diferentes. Você pode ter, desde uma útil calculadora ou um leitor de feeds, até inúteis joguinhos.

Além disso o Opera trás integração com arquivos Bittorrent, gerenciador de emails, IRC, prévia em miniatura das abas abertas e atalhos através do mouse. O visual é muito bonito e se integra muito bem ao Windows. O usuário também pode, se quiser, optar por instalar skins disponíveis no site oficial.

Consumo de memória:
1 aba – 22.856k
3 abas – 42.200k

Internet Explorer 7

Muita gente tem uma certa bronca com o IE7 por achar que a Microsoft apenas se deu ao trabalho de copiar recursos de outros navegadores nele. Teoricamente essa afirmação não é totalmente errada, mas é preciso analisar a situação sobre outro ponto de vista. É um navegador que divide opiniões. Muitos consideram o IE7 uma revolução do Internet Explorer, mas eu não o vejo desse jeito.

Comparado a sua versão anterior, o Internet Explorer 7 é um grande avanço, até porque a sexta versão do navegador foi lançada em 2001 e sempre foi duramente criticada pela falta de segurança.

Sim, o Internet Explorer 7 é indiscutivelmente melhor (se comparado com suas versões anteriores), mas, ao que parece, ele é apenas uma resposta da Microsoft ao rápido crescimento do Firefox. Tanto que, a primeira vista, o Internet Explorer não trás nenhuma novidade que já não exista em outros navegadores. É a melhor versão do navegador já lançada, mas não existe um diferencial que faça dele uma revolução se comparado aos concorrentes.

O novo visual é mais limpo, esconde a barra de menus (Arquivo, Editar, Exibir, etc), e traz ícones para as funções mais utilizadas, como Favoritos, Ferramentas, Feeds e Imprimir. Além, é claro, da navegação por abas, umas das maiores novidades desta versão. Outras funções incluem um filtro anti-phishing, zoom, maior segurança, menor integração com a Shell do Windows e suporte a RSS 2.0.

Ie7

O resultado final é animador, embora a grande maioria não tenha se acostumado com a barra de menus oculta (fazendo a Microsoft voltar atrás e lançar o navegador com a barra aparente).

O grande destaque vai para o leitor de RSS do Internet Explorer. Aliás, é o melhor na minha opinião. Pelo menos para o usuário que não está acostumado a essa nova tendência da Web, ele é o mais amigável.

Consumo de memória:
1 aba – 15.652k
3 abas – 43.252k

Firefox 3 Beta

É sempre difícil avaliar um aplicativo em estágio beta, pois sempre há algo que não está totalmente funcional, ou que ainda vai mudar até a versão final. Mas como ele já está em avançado estágio de desenvolvimento, não custa nada tentar.

As mudanças mais notáveis do Firefox 3 estão no visual. Ele se integra a Shell do sistema, tendo aparências diferentes dependendo do sistema em que for instalado. Agora é possível redimensionar a barra de endereços e a barra de pesquisa. A barra de endereço, aliás, recebeu uma modificação interessante: ela dá possíveis dicas de resultado (baseado no histórico já contido nela) a medida em que você digita o endereço. O gerenciador de downloads melhorou e finalmente recebeu a tão esperada função de pausar e recomeçar a transferência.

Firefox3

Extensões

O maior diferencial do Firefox são as extensões. Com elas é possível adicionar funcionalidades que tornam o navegador bastante poderoso. O céu é o limite. Com as extensões é possível fazer praticamente qualquer coisa no Firefox.

Tudo bem que ainda é uma versão beta, mas pra um navegador que sempre foi tido como revolucionário, o Firefox 3 ficou devendo. Não é ruim, mas não é o melhor. E que me perdoem os mais fanáticos, mas não vejo nada de tão melhor nele hoje, como nas versões anteriores. E o consumo de memória, a maior crítica ao Firefox desde a primeira versão, ainda não é animador. Quem sabe na versão final?

Consumo de memória:
1 aba – 27.184k
3 abas – 46.640k

Safari 3.04 Beta

Toda a propaganda da Apple em cima do Safari não é à toa. Embora a aparência dele seja bem simples, ele é um browser rápido e poderoso. Aliás, a publicidade da Apple em cima dele gira exatamente em torno disso: “Simples e elegante”. Pra quem usa o Windows o Safari pode não cair bem, já que ele tem o visual típico do Mac OS X, mas nada que tire o encanto. Uma característica interessante do Safari é a fonte usada. Ela consegue ser mais forte e mais suave ao mesmo tempo. Algo difícil de explicar e que só pode ser notado por quem usa. É algo semelhante ao Clear-type do Windows, mas muito superior ao usado no Internet Explorer 7, por exemplo.

Safari

Ele tem algumas diferenças que podem não agradar todo mundo, como a ausência de um gerenciador de senhas, e a falta de um menu drop-down na barra de endereços. É sempre necessário digitar o endereço do site na barra. Ele até tem uma função que completa o endereço automaticamente, mais ou menos parecido com o que o Firefox 3 está trazendo, mas ainda assim não é a mesma coisa.

O diferencial do Safari mesmo é a velocidade. Abre páginas mais rápido que os outros navegadores, embora ainda tenha um consumo de memória relativamente alto. Outro ponto que vale a pena destacar é o gerenciador de favoritos, bastante personalizável.

Consumo de memória:
1 aba – 23.400k
3 abas – 46.530k

Conclusão

A evidente puxação de saco ao Opera no início do texto não é impressão. Se eu tivesse que indicar um navegador hoje, o Opera seria o escolhido. Ele é o melhor dos quatro, na minha opinião. Consegue oferecer mais por menos, reunindo velocidade, segurança, personalidade e baixo consumo de memória. É claro que o conceito de melhor e pior depende de quem está usando, mas o Opera é o que reúne o maior número de qualidades a seu favor. Acredito que o Safari tenha potencial para ser o melhor, mas hoje, ainda em estágio beta, é difícil analisar.

Firefox e Internet Explorer não são opções ruins. Teoricamente, para o usuário doméstico, é possível usar qualquer um deles sem grandes preocupações. O Internet Explorer tem ao seu favor o fato de ser o mais usado, conseqüentemente é o mais compatível com o maior número de páginas. O Firefox segue pelo mesmo caminho e é bastante personalizável com a ajuda das extensões, além de ter a ajuda de toda uma comunidade, mas ainda não agrega nada de revolucionário para o usuário comum, ao menos numa instalação padrão.

Respondendo a pergunta que é título desse post, na “guerra” dos navegadores quem vence somos nós!

Tags: Apple, Internet, Mozilla, Software

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