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O pequeno grande monstro da ATI

Desde o início da série GeForce 6000, a NVIDIA controlou o mercado de processadores de vídeo. A companhia verde, principalmente após o lançamento da série 8000, massacrou a concorrente ATI que nunca mais conseguiu produzir uma placa que pudesse superar os monstros da NVIDIA.

Até pouco tempo atrás, a poderosa GeForce 9800GX2 dominava de forma isolada o topo dos melhores processadores gráficos. Com o lançamento da novíssima GeForce GTX 280, que conseguiu, pela primeira vez, rodar Crysis em resolução FULL HD em míseros 15fps, ficava cada vez mais longe a possibilidade da AMD/ATI retomar a “pole position” com uma placa de alto desempenho, o suficiente para desbancar a melhor da rival. As novas Radeon HD 4850 e HD 4870 não superavam, se quer, a GeForce 9800GX2, que como você já deve saber, pertence a uma geração atrás da (ex-)top GeForce GTX 280.

Mas parece que agora a ATI deu o máximo de si para produzir a arrasadora e incrível Radeon HD 4870 X2, com nada mais, nada menos, que dois núcleos de processamento, assim como ocorreu com algumas versões anteriores que também foram gratificadas com dois núcleos. Pra se ter uma idéia, é como ter um Crossfire*, dentro de uma máquina, ou melhor, dentro de apenas uma placa. Um Crossfire* de duas placas com dois núcleos acaba, no final das contas, criando 4 núcleos independentes de processamento gráfico. Incrível, não?

Quer saber o poderio do novo brinquedinho da ATI? Lá vai: 16 controladores de memória 256bits GDDR5, cada um com 128MB, totalizando 2048MB (2GB) rodando a 4GBPS. A taxa de transferência chega a 230GB por segundo, o clock das mémorias chega a estúpidos 3.600MHz (3,6GHz), comendo até 256W de pura energia. O clock da GPU é de 750Mhz, com 1600 Stream Processors (2x 800). A plaquinha consegue exibir imagens em 2560×1600 além de, como se ainda fosse pouco, ter um chip de som 7.1 através de um cabo HDMI. A GPU é o R700 (2x RV770), e a litografia é de 55nm. É bom lembrar também que a placa suporta DirectX 10.1, uma vantagem um pouco insignificante sobre a rival, que ainda utiliza o DirectX 10.

Doido pra ver o desempenho desse pequeno monstro? Vamos lá então. Começando com Crysis, o jogo que nada roda. OPA, nada? Se você achou que todo esse poder não conseguiria rodar Crysis, se enganou, o jogo da Crytek já pode ser jogado satisfatoriamente em configurações máximas, com resoluções Full HD, filtros ligados e settings Very High, além, é claro, do DirectX 10 ligado. Com resolução de 1280×1024, a taxa de frames por segundo ficou com uma média de 48.2, enquanto a GTX 280 ficou com 32.8fps. Lembrando que é necessário superar 25fps para que o jogo se torne jogável e não fique uma apresentação de slides. Na resolução de 1920×1200, a média fica nos 35.9fps, chegando a uma marca mais próxima da GTX 280 que lasca 34.7fps.

Já no sucesso Call of Duty 4, com resolução de 1920×1200, a Radeon HD 4870 X2 arrancou 88.4fps, na configuração máxima, enquanto a GTX 280 fica com 80.7fps. Em 2560×1600, o monstrinho da ATI marca 61.8fps, contra 49fps da melhor placa da NVIDIA.

Em Assassin’s Creed, utilizando uma modificação que reativa o suporte ao DirectX 10.1, retirado no último patch para o jogo, a placa marcou 54.7fps na resolução 1680×1050 com configurações máximas, porém, a marca, mesmo alta, foi muito abaixo da GTX 280 e da GTX 260, que teve 60.2 e 57.8, respectivamente. O strikes back vem na resolução 2560×1600, em que a HD 4870 X2 marca 45.9fps, contra 33.9fps da GTX 280, que por sua vez, também foi superada pela HD 4870 que marcara 35fps.

Gostou? Bem, se você planeja comprá-la um dia, prepare-se para comprar também uma usina elétrica própria fonte poderosa. A papadora de energia come quase 223W. Para comparar, a GTX 280 não ultrapassa os 190W de consumo em estado “não-ocupado”. Durante os testes com Crysis, a placa engoliu incríveis 483W de energia, contra 364W da GTX 280.

O preço? US$ 559,99 de puro processamento gráfico. No Brasil? Multiplique o preço em dólares por 4, e você terá o valor aproximado, incluindo impostos e correção monetária.

Depois de um contrato com sua fornecedora de energia e um bom gerador, podemos, finalmente, jogar Crysis lisinho em resoluções bem altas e ter uma das mais incríveis placas de vídeo já vistas. Porém, vamos lembrar que o mercado das placas de vídeo pertence, muito mais do que a metade, à NVIDIA e que ainda (pode) está longe de ATI superar totalmente sua principal rival. Lembre-se que a HD 4870 X2 possui dois núcleos, que como já dissemos, é como ter um Crossfire dentro de uma placa, ou seja, não pertence ao mesmo nível da GTX 280, que por sua vez, possui apenas uma GPU. Isso faz com que não as duas não se encarem frente a frente dentro do padrão do mercado, mas no desempenho, a GTX 280 tomou uma surra. Para compará-las de forma igualitária, deve-se usar a HD 4870 de apenas um núcleo, mas aí, a GTX 280 mantém o trono.

*Crossfire – é a tecnologia Multi-GPU da AMD/ATI, semelhante à (Physics) SLI da NVIDIA. O objetivo é unir duas placas do mesmo modelo e um único computador, dobrando o desempenho. Além de ser cara, utilizar placas muito poderosas junto com hardwares não tão fortes assim acaba gerando o efeito “gargalo”, que acaba por “segurar” o poder de um ou mais hardwares, impedindo que eles cheguem ao máximo de sua capacidade de processamento. Um Crossfire de 2x HD 4870X2, levando em consideração o calor e o consumo de energia, seria caro demais e impossível de manter. Se você achava loucura venderem fontes de 1200W, pode desistir dessa idéia.

Para mais informações, visite o site do teste feito pelo pessoal da Bit-Tech.net. Lá há outros testes com Race Driver: GRID, Half-Life 2: Episode Two e World In Conflict, em que a HD 4870 X2 falha desastrosamente em todos os testes. Vale a pena conferir o poderio (e as baixas) de tirar o fôlego dessa belezinha.

Tags: Hardware, Jogos

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