Mesmo após a suspensão da venda de novas linhas, em julho deste ano, não se observou uma melhoria considerável nos serviços das operadoras de telefonia móvel. Esta foi a constatação do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, nesta quarta-feira (12/12). Valendo recordar que após um período de bloqueio, as vendas das operadoras TIM, Claro e Oi só voltaram a ser liberadas com a condição de serem apresentados planos de melhoria dos serviços. O presidente do órgão regulador está participando de uma audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, e na ocasião, disse o seguinte:
Ainda não dá para inferir que houve uma melhoria substancial, apenas estamos constatando que há uma estabilidade na prestação de serviço. Embora haja esforço das empresas, achamos que ainda está faltando muito para atingir o nível de qualidade que o Brasil precisa.
O presidente da Anatel garantiu que a agência continuará cobrando investimentos das empresas e acompanhará a execução dos planos de melhoria. “Mas temos que dar mais um tempo para fazer uma avaliação crítica em relação aos procedimentos que elas estão adotando”, disse ele.
O presidente da Anatel também fez críticas pontuais dizendo que as palavras “infinito e ilimitado” deveriam sair do vocabulário de propaganda das operadoras de telefonia móvel. “Isso leva o usuário a achar que ele pode utilizar o serviço sem custo nenhum. Na verdade, nada é infinito, nada é ilimitado, existe limite para tudo e as empresas devem ter consciência para não confundir o consumidor”. Isso é bem verdade. Ao anunciar planos supostamente ilimitados, as operadoras atraem um grande número de usuários. O problema é que elas não têm a infraestrutura necessária para suportar a demanda e isso acaba por prejudicar a qualidade do serviço. Em outros casos, planos que são vendidos como ilimitados têm suas velocidades bastante reduzidas após o alcance de determinada franquia.
Segundo Rezende, os principais problemas no setor de telefonia móvel estão nos serviços de dados, que estão com índices abaixo dos que foram previstos pela Anatel. Os pontos críticos do setor estão relacionados a contas e cobranças, informações aos usuários e acesso à rede de dados. O diretor executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Eduardo Levy, informou que os planos de melhoria das empresas tiveram aumento de 14% na previsão de investimentos até 2014. Segundo ele, as empresas ofereceram à Anatel informações detalhadas de planejamentos para melhoria de infraestrutura, dimensionamento da rede e expansão da cobertura.
E você, o que acha que deve ser feito para que as operadoras passem a prestar um serviço decente?
Com dados da EBC
