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Análise de F.E.A.R. 2: Project Origin para PC

Ficha Técnica

F.E.A.R. 2: Project Origin
F.E.A.R. 2: Project Origin
  • Título: F.E.A.R. 2: Project Origin
  • Produtora: Warner Bros. Games
  • Desenvolvedora: Monolith Productions
  • Distribuidora: Warner Bros. Interactive Entertainment, Steam
  • Plataformas: PC, Xbox 360 e PlayStation 3
  • Motor gráfico: Lithtech: Jupiter EX
  • Data de Lançamento: 10/02/2009 (América do Norte), 12/02/2009 (Steam, Europa)
  • Gênero: Ação e Terror em Primeira Pessoa
  • Versão: 1.0
  • Classificação Etária: 18+ anos

Requerimentos mínimos:

  • Processador: Intel Pentium 4 2.8GHz (3.2GHz para o Vista) ou AMD Athlon 64 3000+ (3200+ para o Vista) ou superior;
  • Memória RAM: 1GB (1,5GB para o Vista);
  • Placa de vídeo: 3D de 256mb, com suporte 100% ao DirectX 9.0c e ao Shader Model 2.0b, NVIDIA GeForce 6800 ou ATI Radeon X700 ou superior;
  • Espaço HD: 12GB;
  • Placa de Som: compatível com DirectX 9.0c;
  • Unidade de Leitura: DVD-ROM (1 DVD-DL + 1 DVD);
  • Sistema Operacional: Windows XP SP2/ Vista SP1;
  • Conexão à internet para ativação online via Steam.

Requerimentos recomendados:

  • Processador: Intel Core 2 Duo 2.2GHz ou AMD Athlon 64 X2 4400+ superior;
  • Memória RAM: 1.5GB;
  • Placa de vídeo: 3D de 512mb, com suporte 100% ao DirectX 9.0c e ao Shader Model 3.0, NVIDIA GeForce 8600GTS ou ATI Radeon HD 2900 XT ou superior;
  • Espaço HD: 12GB;
  • Placa de Som: compatível com DirectX 9.0c;
  • Unidade de Leitura: DVD-ROM (1 DVD-DL + 1 DVD);
  • Sistema Operacional: Windows XP SP3 / Vista SP1;
  • Conexão à internet para ativação online via Steam.
  • DirectX 9.0c.

Configuração em que o jogo foi analisado pela equipe:

  • Processador: Intel Core 2 Duo E7300 @ 2.66GHz;
  • Memória RAM: 4GB (2x 2GB DDR2 Kingston PC6400 @ 800MHz);
  • Placa de vídeo: XFX GeForce 9800GT 512mb GDDR3;
  • HD: 500GB Samsung SATA2 7200RPM 16mb;
  • Placa-mãe: ASUS P5Q;
  • Sistema Operacional: Windows Vista SP1;
  • Driver de vídeo: GeForce 181.20 WHQL;

Prós e Contras

Prós:

F.E.A.R. 2: Project Origin renova a formula de seu antecessor, trazendo mais do melhor. A história chega a ser tão misteriosa e sinistra que é capaz de prender a atenção do jogador até o último segundo do jogo. O ambiente extremamente carregado de suspense faz você saltar da cadeira a cada susto, posicionados sistematicamente. Enquanto as partes de ação, misturadas com o impecável Slow Motion dão toques de extrema adrenalina no maior estilo “Matrix”, as sequências paranormais lembram produções de terror orientais, já vistas em filmes como “O Grito” e “O Chamado”.

O nível de violência bem elevado do jogo acaba tornando as cenas de ação em um divertido banho de sangue e tripas. As sequências com Mechs trazem uma nova jogabilidade ao título de tiro. E por fim, os gráficos do renovado engine Jupiter EX, e a tão famosa Inteligência Artificial dos inimigos ajudam a tornar F.E.A.R. 2 um shooter bem sólido.

Contras:

Bom para uns, ruim para outros, F.E.A.R. 2 é extremamente conservador. Isso quer dizer que se você já jogou o primeiro capítulo da franquia da Monolith ou já é um grande veterano dos jogos de tiro das gerações mais atuais, o segundo título pode acabar parecendo um pouco fraco, reciclado, não trazendo nada mais que gráficos melhorados e algumas poucas respostas da enigmática história. Por outro lado, o fato de ser conservador pode ter contribuído para deixar o novo capítulo nos mesmos trilhos do original.

Além disso, a reciclagem atingiu até os cenários, que contém uma baixa diversidade, exibindo apenas 3 localidades básicas e passam uma esquisita sensação de “dejà-vú” em alguns momentos. O multiplayer conta com os modos genéricos de sempre, além de serem poucos, deixando essa opção apenas como um “tapa-buraco”.

M.E.D.O.

FEAR Alma

A franquia que introduziu o terror psicológico no gênero de tiro em primeira pessoa nasceu em 2005, lançada em outubro pela Monolith sob produção e distribuição da Vivendi Universal. Em F.E.A.R. – First Encounter Assault Recon, o jogador assume o papel de um point man (uma espécie de batedor ou guia) da fictícia F.E.A.R., unidade secreta de elite criada pelo Exército Americano para lidar com assuntos paranormais.

A equipe é chamada para deter e matar o líder de um exército de clones – chamados de Replica Soldiers – antes que ele tome controle da situação. O problema é que o exército e seu próprio comandante foram treinados através do Projeto Origin, desenvolvido pela Armacham Technologies Corporation, que buscava criar soldados controlados via telepatia e outros poderes além de nossa compreensão. Para piorar, o perturbante passado do protagonista sem nome do jogo esconde uma bizarra relação com uma garotinha com poderes paranormais chamada de Alma, o núcleo do projeto Origin e de todo o jogo. Apesar de a história parecer estranha do ponto de vista inicial, descrever mais que isso, é spoil na certa.

O fato é que F.E.A.R. foi um dos primeiros shooters e utilizar de forma magnífica os recursos do DirectX 9 em sua engine, além de dar a possibilidade ao jogador de usar o “slow motion” para obter uma certa vantagem sobre seus inimigos, tornando o tiroteio lento e extremamente divertido. Esses recursos tornaram o título uma grande inovação do gênero, o que rendeu um enorme sucesso e duas expansões: Extraction Point e Perseus Mandate, ambas desenvolvidas pela TimeGate Studios.

O sucesso foi tão grande que a Monolith foi logo adquirida pelo segundo maior conglomerado de mídia do planeta, a Time Warner, dona de empresas como CNN, Warner Bros., Cartoon Network, DC Comics, AOL e várias outras. Entretanto, a nomenclatura “F.E.A.R.”, até então, ficou com a antiga dona, a Vivendi, levando a Monolith a promover uma votação com os fãs – “Name Your Fear” – para definir o nome da tão aguardada continuação. Project Origin foi o mais votado e, faltando poucos meses para o lançamento, a Monolith conseguiu, após várias batalhas judiciais, recuperar o nome F.E.A.R.

Catástrofe paranormal

Deixando claro que as expansões – Extraction Point e Perseus Mandate – não foram consideradas, F.E.A.R. 2: Project Origin inicia exatos 30 minutos antes do final do primeiro jogo. O protagonista da vez tem nome! é Michael Becket, um operador de um grupo da Força Delta, a mais alta instância de elite do exército norte-americano, chamado para prender Genevieve Aristide, presidenta da Armacham Technology Corporation, responsável por toda a confusão apresentada em F.E.A.R.

Ao chegar à residência de Aristide, as instalações da Armacham vão para o espaço, explodindo na mesma proporção de uma bomba atômica, mergulhando a cidade em um inferno apocalíptico, lotado de mercenários, soldados-clones, tropas de segurança, e é claro, um batalhão de abobinações paranormais. Cabe ao protagonista Becket sobreviver ao caos e desevendar mais algumas lacunas do misterioso universo criado pela Monolith.

Booom!
Booom!

Menos complexo que o enredo apresentado no primeiro jogo, em F.E.A.R. 2 a história correrá em ritmo mais acelerado, sendo apresentada tanto em diálogos e cut-scenes arrepiantes quanto em arquivos de inteligência – que fazem o papel de “secretos” – espalhados por todo o cenário. Em cerca de 8 à 10 horas de campanha, Becket passará boa parte da trama tentando se reagrupar com seu esquadrão e colher informações a respeito da foragida Genevieve e sua enigmática companhia, em meio ao fogo cruzado de Replicas e tropas de segurança da Armacham que querem evitar o vazamento de segredos, sem esquecer da trupe de Alma.

Super-soldado

Quando finalmente é possível usar o incrível poder de Slow Motion, capaz de deixar tiroteios tão lentos que é possível enxergar os trajetos de projéteis, F.E.A.R. 2 começa a ficar divertido. Responsável pelo enorme sucesso da franquia, o slow-mo torna o protagonista tão rápido que o espaço e o tempo são quebrados, deixando o mundo ao seu redor em “câmera lenta”. É claro que pra isso o arsenal está bem variado, incluindo uma boa quantidade de armamentos, que vão de pistolas e rifles de assalto a lançadores de mísseis e cortadores a laser, além das granadas de impacto, proximidade ou de pulsos eletromagnéticos.

Shotgun Shot

A medida que a campanha avança, levando em consideração a dificuldade de jogo escolhida, os inimigos vão aparecendo em maior número e em novos tipos, com armas e habilidades mais complexas. A Inteligência Artificial de F.E.A.R. 2, um dos elementos responsáveis pela enorme fama da franquia, faz com que os inimigos trabalhem sempre em equipe, usando comandos por rádio, procurando abrigo dos tiros do jogador ou dando no pé quando a situação aperta. Só que não espere por algo à beira da realidade: encontrar personagens do jogo “travados” por objetos ou simplesmente parados no meio de um cômodo pode ser algo bem comum.

Além dos habituais Replicas Soldiers – que se dividem desde classes de assalto até atiradores de elite, assassinos invisíveis e máquinas de guerra – e das forças de segurança da ATC, há as sinistras manifestações paranormais combinadas com o ótimo trabalho de áudio do título. Prestando singelas homenagens a filmes de terror oriental, as manifestações são compostas por objetos se movendo “do nada” ou lâmpadas estourando, passando por espectros brilhantes e perturbadores, chegando às aparições de Alma que com certeza vão fazer o jogador pular da cadeira. Ver o equipamento do protagonista apresentando uma bizarra interferência pode significar algo muito ruim a sua volta, criando um efeito de imersão de tirar o fôlego.

Abobinação Paranormal

Por fim, há ainda sequências que lembram títulos antigos como Ground Control em que Becket embarca nos Mechs, máquinas de guerras semelhantes à robôs, que são capazes de peneirar seus inimigos usando metralhadoras e mísseis. Enquanto se anda em um Mech pelas ruas em ruínas, o jogador sente uma enorme superioridade e uma bela dose de adrenalina, mesmo em níveis de dificuldade maiores, tornando estas uma das etapas mais divertidas de F.E.A.R. 2.

Mech

Mesma fórmula, mesmos problemas

Se Project Origin é a continuação conservadora da franquia, então é possível dizer que os mesmos problemas foram conservados. Quase 4 anos depois do primeiro F.E.A.R., o engine gráfico permaneceu o mesma com, é claro, várias otimizações, mas ainda sim, é o mesmo. Project Origin é indiscutivelmente bom, mas acaba perdendo justamente no quesito que o consagrou em 2005: o trabalho gráfico.

Replica Assassin

Muitas texturas e até mesmo cenários parecem que passaram por uma bela reciclagem. Os personagens ainda parecem ter as mesma texturas e os mesmos movimentos, sendo que até algumas vozes foram repetidas. Isso acabou fazendo com que Project Origin não causasse tanto impacto quanto o primeiro causou. O fato é que o trabalho gráfico poderia ter sido bem melhor, mesmo não parecendo nada mal no jogo em questão.

O motor Jupiter EX no novo título da Monolith ganhou grandes melhorias, apresentando telas borradas, um sangue mais “natural”, um sistema de desmembramento mais realista, trabalho de luzes caprichado, dentre outros elementos. Porém, no geral, não há nenhuma maravilha gráfica, nada que possa destacar Project Origin neste quesito, infelizmente.

Sangue!

Outro fato que sofre é os cenários repetitivos e também reciclados: o protagonista ficará alternando entre instalações subterrâneas e as ruínas da cidade, sem grandes surpresas. 90% de todo o combate acontece em cômodos bastante fechados, tornando a escopeta uma arma extremamente útil e letal. E em quase todos os bang-bangs, o slow-mo é necessário já que sem ele, os tiroteios tem gosto de vento, além de se tornarem difíceis.

É bom lembrar que os controles padrões de Project Origin são uma confusão total, onde, por exemplo, o Shift desempenha o papel de ativar a mira da arma, tornando uma “visitinha” na tela de opções quase que uma obrigação. Se você já tiver prática no gênero, o recomendado é já iniciar o game em uma dificuldade mais alta, já que nos modos fáceis, é possível encontrar montanhas generosas de kits médicos – sim, o sistema de vida ainda é em barrinhas -, munição, armadura e suprimentos espalhados pelo cenário. A única coisa que é menos comum são os “boosts“, que aumentam a duração do slow motion, ou bullet time.

Tiroteio

Para terminar, o multiplayer desta versão ficou extremamente desinteressante, deixando claro que o destaque mesmo é com a campanha single player. Há os modos de sempre do mata-mata em grupo além de algumas batalhas nos Mechs. Porém, se sua preferência for o modo multijogador, quem sabe títulos como Call of Duty ou Counter-Strike lhe agradem mais que F.E.A.R. 2.

Considerações finais

F.E.A.R. 2: Project Origin é um título interessante. Para quem curtiu os primeiros jogos da franquia, a continuação é extremamente recomendada, simplesmente pelo fato de completar várias lacunas (e abrir outras) do enigmático universo criado pela Monolith. Porém, se você pretende experimentar os sustos de Alma pela primeira vez, Project Origin vai aparecer fraco e sem muitas novidades em comparação com outros títulos do mercado.

Enquanto os tiroteios frenéticos recebem doses de adrenalina com a habilidade do slow motion e o sustos das manifestações paranormais tornam o ambiente extremamente carregado de suspense, os gráficos fracos para os padrões atuais e cenários repetitivos, além do multiplayer sem gosto, fazem de F.E.AR. 2 um shooter sólido para passar o tempo. Nada mais.

Notas

F.E.A.R. 2: Project Origin

  • Jogabilidade: 8.5. Depois de uma reforma no menu de controles e na dificuldade, a jogabilidade de Project Origin se torna bem sólida, misturando o slow motion à várias cenas de ação e suspense.
  • Enredo: 8.0. Bem menos “amarrada” que em outras versões e extraindo vários elementos de filmes de terror orientais formando um ambiente bem carregado de suspense, a história medonha do título é capaz de fazê-lo saltar da cadeira a cada corredor.
  • Gráficos: 8.0. Mesmo com um motor gráfico bem desenvolvido e bastante sólido, animações e texturas poderiam ter recebido um pouco mais de atenção dos artistas da Monolith.
  • Física: 7.5. Faz apenas seu papel com os habituais ragdolls (ainda que mal implementados) e ajuda a dar um pouco de realidade aos rastros de bala e membros decepados durante os tiroteios com slow-mo.
  • Áudio: 9.5. Quer uma dica? Jogue com o volume no máximo e durante a madrugada. Se tiver problemas cardíacos, esqueça.
  • Diversão: 8.0. A história e as cenas de ação contribuem para quase 10 horas de campanha. O problema é a extrema facilidade do título em modos de dificuldade mais “leves”.
  • Multiplayer: 6.5. Sem gosto. Counter-Strike ou Call of Duty 4 são mais divertidos.
  • Nota Final: 8.0. Interessante.
Tags: Hardware, Jogos

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