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Globo e Indústria Fonográfica querem processar a Google

A popularização da internet, dentre outras coisas, facilitou (e muito!) a troca de conteúdo entre os usuários. Assim, não demorou para que serviços P2P, torrent, sites de armazenamento de dados na nuvem e outros se proliferassem. Os detentores dos direitos autorais, visando proteger a propriedade intelectual e, principalmente, seus próprios bolsos, não medem esforços para procesar e tirar de circulação sites que facilitem a troca de arquivos ilegais. O MegaUpload é o exemplo mais proeminente da atualidade, mas muitos outros já sofreram com estas ações, como LimeWire e sites de torrent como o The Pirate Bay.

A indústria do entretenimento, com mais destaque para as gravadoras, costumam atacar a fonte do conteúdo pirata. Tirando-a do ar e detendo seus donos. Mas agora eles deram para apontar seus radares não para a fonte da pirataria, mas para o meio que as pessoas usam para encontrar a fonte. A emissora Globo e, nos Estados Unidos a IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica) acharam que é uma boa ideia processar a Google, por que os usuários usam o seu serviço de busca para encontrarem o conteúdo pirata e ela não faz nada para evitar. Ah vá! Durma-se com esse barulho!

Bom, a justiça brasileira, em toda a sua sapiência no que diz respeito à tecnologia e novas mídias, emitiu parecer favorável à Globo ontem (16/02) para que a Google Brasil seja notificada sobre a decisão. Em suma, ela terá de remover os links que levem à conteúdo pirata da emissora em seu buscador. Após a notificação, a empresa terá 48 horas para cumprir a decisão, e cada dia de atraso implica em uma multa de R$ 5.000,00 para a Gigante das Buscas. Ainda não houve nenhum pronunciamento oficial por parte da empresa, mas espera-se que ela recorra da decisão, evitando que seus resultados sejam manipulados para favorecer à instituição privada.

Google censurada

Nos EUA a briga é com a IFPI, uma organização que reúne as principais gravadoras do país. Eles reinvindicam prioridade nos resultados das buscas. Veja um trecho do documento escrito pela IFPI:

O Google continua a não priorizar sites de música legalizada em vez de sites ilegais nos resultados de busca, alegando que seu algoritmo para resultados de busca é baseado na relevância dos sites para os consumidores. Com uma visão para abordar esta falha, a IFPI obteve um parecer jurídico altamente confidencial e preliminar, em julho de 2011, sobre a possibilidade de abrir um processo de lei de concorrência contra o Google por abuso de sua posição dominante, dada a distorção do mercado para música online legítima que pode resultar da priorização pelo Google de sites ilegais.

Ou seja, a Google está sendo processada por fazer o seu trabalho direito: entregar resultados relevantes para os usuários. Se os usuários consideram relevante links que contenham pirataria, não é culpa da Google! Além do mais, a empresa já disponibilizou um meio para que a IFPI possa rastrear e retirar links ilegais da busca. Com essa ferramenta, eles já removeram 460 mil links com conteúdo potencialmente ilegal. Porém, acho que tais atitudes não refletem outra coisa senão desespero por parte da grande indústria do entretenimento tentando, de toda e qualquer forma, barrar o conteúdo pirata.

Pelo menos pra mim, está claro que o governo e toda a indústria do entretenimento está tentando de todas as formas controlar a internet e continuar lucrando tubos de dinheiro com o conteúdo legal. Primeiro, foi à perseguição aos sites e serviços que distribuiam o conteúdo de graça. Depois, foram projetos de lei como SOPA, PIPA, ACTA que tentaram dar o controle da web para governos e executivos. E agora eles estão partindo até para os serviços de busca numa atitude claramente desesperada de barrar a pirataria!?

Peraí, meus amigos… Quer diminuir a pirataria? Eu vou dizer como: Primeiro, diminua os preços dos filmes e álbuns. Não queremos ser extorquidos, queremos apenas ouvir uma boa música ou ver um filme. Segundo, nos dê material de alta qualidade, nada de SD! Queremos em HD! E terceiro, facilite os meios de compra. Tomem como exemplo a iTunes Store, uma ótima forma de comprar conteúdo com preço decente, de qualidade e a um clique de distância. Garanto que muitas pessoas vão preferir isso à garimpar a web em busca de conteúdo pirata.

[Tecnoblog; TorrentFreak]
Tags: Google, Internet

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