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Você vai ser substituído pela IA — ou promovido com a ajuda dela?

Artigo por Maria Fernanda Zambon Merenda, diretora de Gente & Gestão do grupo Objective

A inteligência artificial vem transformando o ambiente de trabalho de forma acelerada. Ainda que existam incertezas sobre seu impacto no longo prazo, já é possível perceber uma mudança significativa nas competências valorizadas pelas empresas. Mais do que substituir profissionais, a tecnologia está redefinindo o que se espera deles.

Segundo uma pesquisa da Caju, hrtech especializada em gestão de benefícios, em parceria com as startups Comp e Pipo Saúde, quase metade das empresas brasileiras (47,8%) já utiliza IA em seus processos.

A boa notícia é que, quanto mais a tecnologia avança, mais valorizadas se tornam as habilidades exclusivamente humanas. Soft skills como pensamento crítico, criatividade, visão estratégica, aprendizado contínuo, inteligência emocional, adaptabilidade, ética e respeito deixam de ser diferenciais e passam a ser pré-requisitos. Essas competências não são novas — mas ganham novos significados em um cenário onde o julgamento humano continua sendo essencial.

A nova base das carreiras para o profissional de TI
A pergunta que cada profissional precisa se fazer agora é: como posso me manter relevante em tempos de IA? A resposta está na capacidade de adaptação, no aprendizado contínuo e no protagonismo da própria trajetória.

O profissional de TI precisa ir além do domínio técnico tradicional e adotar uma postura mais estratégica e crítica. Competências como lógica e pensamento analítico continuam essenciais, mas com um novo enfoque: não basta programar — é preciso avaliar, supervisionar e ajustar criações em velocidade de máquina.

Nesse cenário dinâmico, adaptar-se às mudanças e manter o aprendizado contínuo deixa de ser um diferencial e se torna uma exigência básica. Além disso, cresce a responsabilidade desses profissionais em compreender como a IA funciona, suas limitações e riscos, garantindo que as soluções sejam seguras, éticas e em conformidade com as leis de proteção de dados.

Em outras palavras: a IA não substitui o profissional de TI — ela redefine o que se espera dele.

Como desenvolver essas habilidades na prática?
→ Adote o aprendizado contínuo como estilo de vida: A IA muda rápido — e o mundo também. Cursos técnicos são importantes, mas não bastam. Invista em formações que desenvolvam resolução de problemas, comunicação, colaboração e pensamento analítico.
→ Pratique a adaptabilidade: Saber se ajustar a novas ferramentas, equipes e formatos de trabalho é essencial. O profissional que resiste à mudança tende a perder espaço.
→ Desenvolva sua visão estratégica: Não basta entender como uma ferramenta funciona — é preciso saber quando, por que e com que objetivo usá-la. Compreender o negócio, os clientes e os impactos da IA nas diferentes áreas coloca você em outro patamar.
→ Use a IA a seu favor: Ferramentas de IA estão a poucos cliques. Use-as para ganhar produtividade, explorar insights e testar ideias. O diferencial está em como você aplica a tecnologia com inteligência — e consciência.

Aproveite ao máximo as oportunidades de capacitação
Cada vez mais empresas estão investindo em programas de requalificação para IA — e esse movimento representa uma oportunidade valiosa para quem souber aproveitá-la.

Profissionais que participam ativamente desses programas desenvolvem uma visão mais ampla de negócio, fortalecem o pensamento crítico e se preparam para atuar com mais autonomia nas transformações do mercado.

Se a sua empresa oferece esse tipo de iniciativa, mergulhe de cabeça. As maiores vantagens da IA não estão apenas no que ela automatiza — mas no que ela permite que você se desenvolva como profissional.

Transformação acelerada: adaptar-se é o novo passo adiante
A inteligência artificial já está substituindo tarefas — mas também está abrindo espaço para funções mais estratégicas e desafiadoras. É visível que os cargos estão mudando, assim como as estruturas das empresas e as políticas que regem o mundo do trabalho.

Para quem observa com atenção, esse é um momento decisivo. À medida que as organizações buscam integrar competências técnicas e comportamentais em seus programas de desenvolvimento, cabe ao profissional entender esse movimento e se posicionar de forma ativa.

Estar na vanguarda não é apenas dominar novas tecnologias, mas também cultivar curiosidade, pensamento crítico e a capacidade de colaborar em ambientes diversos.

Assumir o protagonismo da própria carreira é perceber que, em um cenário de transformações aceleradas, quem se adapta com consciência e propósito não apenas acompanha o futuro — ajuda a construí-lo.

 

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