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Todos contra o Internet Explorer 8

Desde o lançamento do Beta do Windows 7, muita coisa já foi corrigida ou aperfeiçoada. Mas, ainda existem alguns problemas a serem resolvidos, e não se tratam exatamente de bugs ou questões de performance. O que mais parece preocupar a Microsoft no momento, é guerra declarada ao Internet Explorer 8. A pressão feita por empresas como a Opera para impedir que ele venha embutido no próximo sistema operacional da empresa, até agora, vem dando resultados. E apesar das recentes vitórias, a ofensiva ao IE 8, pelo visto, não irá cessar tão cedo.

Os bárbaros estão chegando!
Os bárbaros estão chegando! Preparem-se para a guerra

A mais recente novidade sobre esta guerra de navegadores, foi a decisão da Microsoft em permitir que elementos do Windows pudessem ser completamente removidos do sistema, dentre eles, o Internet Explorer 8. Em entrevista ao site Betanews, Jon S. Tetzchner, CEO da Opera, afirmou que a atitude da empresa foi positiva, porém, ainda não é o suficiente. Para ele,  a possibilidade “quase invisível de remover o navegador” foi apenas o primeiro passo.

Para melhorar ainda mais a situação, é preciso que o usuário tenha a possibilidade de escolher seu navegador já no processo de instalação do sistema operacional. Ou seja, imagine que você acabou de instalar o Windows 7. Depois de transferir e expandir os arquivos, o Setup irá lhe questionar sobre qual navegador deve ser incluso, apresentando uma lista de possíveis candidatos. Isto evitaria que o usuário comum se acomode com o que já tem na máquina e deixasse de buscar outras alternativas.

Jon Tetzchner
Jon Tetzchner

Mas e então, quais seriam os ilustres a comporem esta listinha? Provavelmente os mais famosos: Firefox, Opera, Apple Safari, Google Chrome e Internet Explorer. Mas, para tomar esta decisão, Tetzchner acredita que há necessidade de uma comissão reguladora, como a Comissão Européia, por exemplo, que já vem atuando sobre esta questão, sendo, inclusive, responsável por tomar decisões como o lançamento de um Windows XP sem o Windows Media Player em terras européias. Agora fica a pergunta: e quanto aos que ficarem de fora? É justo colocar somente os mais conhecidos e deixar o restante para trás?

Sobre esta situação, a Google vai ainda mais longe. Os desenvolvedores do Chrome responderam ao Betanews que “a internet é baseada em preceitos de livre escolha, por isso, é preciso que existam várias maneiras de acessá-la. Do momento em que o usuário liga o seu computador, ele já deve ter a possibilidade de escolher entre uma variedade de navegadores, de maneira fácil e rápida“. O que isso quer dizer exatamente? Devemos ter vários navegadores instalados na máquina ou o sistema deve nos perguntar, a cada vez que iniciarmos o micro, qual ferramenta de acesso a rede queremos utilizar?

Monopólio

Tetzchner diz que o problema em embarcar o Internet Explorer com o Windows reside na questão do monopólio. Quando indagado sobre a possibilidade de uma distribuição Linux pequena ser lançada com o Opera como navegador padrão, o CEO da empresa disse que isto não seria ruim, pois esta distribuição, por ser pequena, não teria capacidade de alterar o mercado, diferente do que acontece com o Windows. Como o sistema da Microsoft é o dominante, embarcar seu próprio navegador viola a legislação antitruste, pois não dá condições para uma competição justa.

Para embasar este argumento, cita os exemplos do Internet Explorer 6 e do mercado de Smartphones. No primeiro caso, muita gente utiliza este navegador, bem defasado e que, segundo Tetzchner, “vem segurando o desenvolvimento da web“, por não conhecerem outras opções. Já no mercado de Smartphones, ele não vê problemas em embarcar um navegador com o sistema porque não existe uma situação de monopólio. Logo, a competição é justa.

Estas argumentações têm lá sua validade. De fato, o uso intenso do IE6 é uma prova cabal de que o usuário comum não liga para a ferramenta, contanto que ela entre na internet. A maioria deles não sabe nem o que é Firefox, e Opera não passa de uma cantoria chata em uma língua que ninguém entende. E isso tudo é culpa do monopólio imposto pela Microsoft, lá atrás, nos tempos do Netscape.

Mas, será mesmo que obriga-la a incluir seus principais concorrentes é justo? Porque não façamos o seguinte então, obriguemos que todos os navegadores, assim que forem instalados, exibam uma mensagem bastante clara: “Obrigado por usar o navegador X, mas saiba que você tem outras opções! Clique aqui para conhecê-las.” E façamos isso com os tocadores de música, vídeos, e também nos hardwares! Afinal, o usuário tem o direito de escolher se a placa de vídeo que ele usa no micro é verde ou vermelha. Soa ridículo, não?

O Firefox é a prova de que, fazendo um bom trabalho, tem como ganhar mercado, mesmo que paulatinamente, sem recorrer a medidas desesperadas. Mas, uma coisa é certa, o Internet Explorer, vindo como padrão na máquina, continuará a ser o mais usado, justamente pelo fato de o usuário comum não ter idéia de que Internet Explorer é o nome do programa, e não da rede mundial de computadores. O que fazer então? Se ficar, o bicho pega, e se correr…

Tags: Apple, Google, Microsoft, Mozilla, Software, Windows

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