Apesar dos avanços tecnológicos, a inclusão digital ainda está longe de ser uma realidade para todos. Segundo estudo da BigDataCorp em parceria com o Movimento Web para Todos, menos de 1% dos sites brasileiros são acessíveis. Essa exclusão se reflete também em sistemas educacionais e aplicativos, dificultando o acesso de milhões de pessoas com deficiência.
Nesse cenário, iniciativas que priorizam acessibilidade ganham destaque — como o caso do sistema de gestão acadêmica JACAD, desenvolvido pela empresa paranaense SWA. A plataforma, utilizada por instituições de ensino para gerenciar atividades de alunos, professores e gestores, passou recentemente por uma ampla atualização para se tornar mais acessível a pessoas com deficiência visual, auditiva, TDAH e mobilidade reduzida.

“Já tínhamos recursos de acessibilidade, mas tornamos o sistema mais robusto e adaptável. Agora, o usuário pode customizar a interface de acordo com suas necessidades específicas”, explica Leandro Scalabrin, fundador e CEO da SWA.
Entre as melhorias estão ajustes visuais para pessoas com baixa visão, como aumento de fonte; modos de leitura com menos estímulos visuais para usuários com TDAH; leitura automática de opções de navegação para deficientes visuais; teclado virtual para quem tem dificuldades motoras; e legendas em tempo real em vídeos e áudios, beneficiando pessoas surdas ou com deficiência auditiva.
Inclusão como prioridade estratégica
A proposta de tornar a plataforma mais inclusiva surgiu a partir de uma demanda real. “Um cliente perguntou se seria possível adaptar o sistema. Isso nos fez olhar para a acessibilidade com mais profundidade. Hoje, o JACAD oferece recursos que garantem mais equidade no acesso ao ensino”, conta Scalabrin.
Segundo a PNAD Contínua 2022, o Brasil tem cerca de 18,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência — o que representa 8,9% da população com 2 anos ou mais. Desses, mais de 10 milhões têm deficiência auditiva, incluindo 2,7 milhões com surdez profunda, segundo o IBGE.
Mais do que obrigação legal, um compromisso social
Embora a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) já estabeleça que sites e plataformas digitais devem ser acessíveis, Scalabrin ressalta que ainda há um longo caminho a percorrer. Ele defende que as empresas sigam as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo da Web (WCAG), base para tornar interfaces mais perceptíveis, operáveis e compreensíveis.
“Não é apenas uma questão legal, mas de responsabilidade social. Ao remover barreiras, ampliamos o acesso à educação e contribuímos para uma sociedade mais justa e plural”, afirma.
A iniciativa da SWA mostra que é possível transformar sugestões em soluções — e reforça a importância de tratar a acessibilidade não como um diferencial, mas como uma prioridade no desenvolvimento tecnológico. Para saber mais, acesse: https://swa.com.br