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Fairphone, o smartphone ético, começará nova pré-venda

A holandesa Fairphone anunciou hoje seus planos para começar a fabricação de uma nova remessa de seu smartphone ético homônimo, o Fairphone.

Segundo a empresa, a pré-venda começará em maio e o produto final chegará às mãos de seus compradores conscientes em 2015.

Assim como no primeiro lote vendido em 2013, o Fairphone sob encomenda. No site oficial foi aberto um questionário para que a equipe de planejamento saiba quantos são os interessados.

Fairphone
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O Fairphone é um smartphone com especificações técnica um tanto comuns. Ele é equipado com um processador quad-core 1,2 GHz Mediatek MT6589M (atualizado para MT6589), 1 GB de RAM, 16 GB de armazenamento, tela Dragontrail de 4,3″ (960×540 pixels), câmera de 8 MP, bateria de 2000 mAh e Android 4.2.2 (Jelly Bean).

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Mas então o que ele tem de mais? A grande vantagem do smartphone é sua produção, dita como ética pela fabricante. Para entender as vantagens é preciso entender as desvantagens dos aparelhos tradicionais.

O problema do Coltan

Para produção de um smartphone um minério é fundamental, o Coltan. Coltan é uma liga de metálica, união de columbita e tantalita. A liga tem ultrarresistência mecânica, térmica, eletromagmética e corrosiva. O nióbio, mineral extraído da columbita, ainda é supercondutor por excelência.

Contudo, existe um grave problema na sua obtenção. A região de Ruanda, Uganda e da República Democrática do Congo, vítimas históricas da Conferência de Berlim e da Guerra Fria, possuem umas das grandes fontes da liga metálica. Muitas fornecedoras de Coltan para as maiores fabricantes do mundo retiram o minério de minas que utilizam trabalho análogo ao de escravo, infantil e até financiam grupos armados, grupos que foram responsável por mais de 5 milhões de mortes só na República Democrática do Congo.

Fabricantes como Nokia, Apple, Motorola, Sony e mais de 150 empresas já usaram ou ainda usam Coltan de zonas de conflitos e de minas com escravos modernos.

Mão de obra

Outro problema relacionado é com a mão de obra. Empresas como Apple, Microsoft, Samsung, Motorola, LG em companhia mantém suas sedes em seus países de origem mas sua produção, quase sempre, são feitas por ECM, Electronic Contract Manufacturing, do sudeste asiático. Eles ganham em velocidade, por causa da baixa burocracia e falta de legislações, como ambiental e trabalhista, e economizam muito pelo baixos salários pagos.

As condições nessas fábricas não são boas e quando comparadas com o ocidente são consideradas degradantes. Há pouco tempo a ECM da Apple, Foxconn, foi obrigada a melhorar as condições de trabalho e os salários em razão dos constantes suicídios dentro da fábrica. Já a ECM da Microsoft e Samsung teve que rever suas políticas depois que foi mostrado que os trabalhadores tinha uma jornada de 15 horas por dia, de segunda a segunda e os salários ainda mais baixos do que a Foxconn.

Danos ambientais e para saúde

Segundo o Departamento do Ambiente do Gana o país tem hoje mais de 170 mil toneladas de lixo eletrônico, vinda de todo o planeta. É quase que tradição grandes fabricantes exportarem lixo eletrônico para países subdesenvolvidos ou em via de desenvolvimento, principalmente para os países da África, China e Índia. O descarte nesses países causa danos ao meio ambiente e à saúde em razão dos componentes tóxicos como chumbo, cádmio, mercúrio, polivinis (PVC) e retardantes de chama bromado (BFR).

Smartphone ético

A solução encontrada pela empresa holandesa Fairphone foi averiguar de perto, desde a retirada da matéria-prima até a fabricação do produto final, para que seu smartphone esteja dentro de padrões éticos. De acordo com a empresa nenhum mineral é obtido de zonas de conflitos ou com trabalho escravo e infantil, há respeito pelo meio ambiente tanto no começo quanto no final do ciclo de produção, com reciclagem dos eletrônicos.

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Veja também: Fairphone: 2011 DRC Trip.

Fairphone começa sua pré-venda em maio, com entrega dos smartphones em 2015. O preço é de 310 €, incluindo no preço 21% do IVA europeu, e a princípio será vendido somente na Europa. Mas quem sabe, caso tenha muitas requisições, eles comecem a visualizar outros países.

Tags: android, smartphones

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