O formato de arquivos PDF (Portable Document Format), criado pela Adobe em 1993, ganhou popularidade e hoje já é bem difundido, principalmente na internet. A maioria dos documentos compartilhados na grande rede são em PDF, e inclusive os principais navegadores do mercado já têm leitores embutidos. No que tange a clientes desktops, o software da própria Adobe, o Adobe Reader, chegou a ser o mais usado. Mas devido à sua enorme lentidão e constantes problemas de segurança, os usuários foram migrando paulatinamente para outras opções, como o Foxit Reader, que também já começa a gerar insatisfações.
Nas minhas eternas andanças pelas interwebs, acabei me deparando com um software desta categoria que me chamou a atenção, e então eu decidi testá-lo. É o Flipping PDF Reader, e o motivo dele ter chamado minha atenção é o efeito que ele adiciona ao documento. Ao invés de serem apenas páginas estáticas, meras imagens, o programa o transforma em um livro, com direito até a animação de troca de página. A tela inicial dele é uma estante, bem ao estilo iBooks mesmo. Eu gosto destas coisinhas, sabe? Portanto, hoje o Guia do PC traz esta análise para ver se vale a pena ou não o uso deste programa.Vamos ver.
Processo de instalação
Você pode baixar o Flipping PDF Reader diretamente do site da fabricante, através deste link. O instalador, que vem compactado, é pequeno, pouco mais de 5 MB. Após descompactá-lo e dar um clique duplo no arquivo executável, a instalação é incrivelmente simples e rápida, pode ir apertando “Next” sem medo. Não há nenhuma surpresinha no final, seja crapware, toolbar ou mesmo modificação da página inicial de nosso navegador. Neste ponto, o software é bem competente.
Interface
Como já havíamos mencionado, a tela inicial do Flipping PDF Reader é uma estante, onde nela ficam “guardados” para pronta consulta os arquivos lidos recentemente. Eles ficam parecendo livros, realmente. A ideia é interessante, mas foi um pouco mal implementada. A capa dos arquivos ficam com um serrilhado chato, e as estantes também não têm um visual agradável, bonito, bem polido. Qualquer background ficaria mais interessante que esse cinza morto aí. Poderiam colocar madeira, para simular uma estante real, mas bem… veja com seus próprios olhos:

Ao clicar em um arquivo, o programa vai carregar o conteúdo dele e então apresentá-lo de forma que ele se assemelhe realmente a um livro. Do lado direito, temos o livro propriamente dito, aberto, e embaixo os controles de navegação, em botões grandes e bem legíveis. Do lado esquerdo, temos uma outra coluna, que apresenta as miniaturas do arquivo, caso queiramos pular direto para determinada página. Veja:

A animação para a troca de páginas realmente é um efeito bem interessante, com direito até ao som da folha, que pode ser desativado, inclusive. Porém, cai no mesmo erro da tela anterior. As miniaturas apresentam serrilhado e um visual não muito bonito.
Consumo de memória
Como disse anteriormente, eu realmente gosto destes “mimos”: transformar o arquivo em um livro, efeito de troca de página, simulação de uma estante… eu sou um saudosista. Mas desempenho para mim também é importante, e muitas vezes não vale a pena você sacrificar a sua máquina em prol de um visual bonitinho. Para exibir estas animações, o Flipping PDF Reader é bastante comedor de memória. Apenas na tela inicial, para exibir os seus documentos na estante, já se vão 80 MB de memória. Ao se ler um arquivo pequeno, de mais ou menos 50 páginas, o consumo sobe para 115 MB, em média. Experimentei um arquivo grande, de quase 1500 páginas, e em determinado momento, o gerenciador de tarefas marcou mais de 200 MB consumidos. Eu sei que documentos PDF não são muito leves de se ler, mas também não precisam ser tão exagerados.
Leitura
Os recursos de transformar nossos arquivos PDFs em livros e da animação de troca de páginas, apesar de interessantes, não passam de firulas e perfumarias do software. Vamos ver como ele se sai no que realmente importa, que é a leitura do conteúdo do arquivo em si. Quando está simulando um livro aberto, as páginas ficam muito pequenas, portanto, inviáveis de se ler. Para que possamos efetivamente ler o conteúdo, precisamos clicar na página para dar um zoom, então ela ocupa quase metade da tela, o que facilita a leitura.
No entanto, outro erro grave surge. É a forma com que interagimos com a página. O scrool do mouse, que poderia muito bem ser usado para percorrer a página, é usado para dar zoom in ou zoom out, ou seja, aproximar ou afastar a página. Se quisermos percorrê-la, fazemos isso com o ponteiro do mouse. Se o colocarmos para baixo, a página desce, se o colocarmos para cima, a página sobe. Parece muito simples e intuitivo, mas na verdade é pouco prático e irritante. Qualquer movimento involuntário que façamos com o mouse, faz a página sair de onde estávamos lendo e atrapalha a leitura.

Um ponto positivo, porém, que eu gostei bastante, é a fácil navegação pelas páginas. Há várias maneiras de navegar pelas páginas. Há setas dos dois lados de cada página, há botões grande na parte debaixo, na coluna da esquerda, existem miniaturas que permitem a você ir para qualquer página rapidamente. Alguns recursos também são interessantes, como o de marcar páginas como favoritos. É só marcar e voltar facilmente para elas depois.
Conclusão
O Flipping PDF Reader até que teve uma boa ideia: transformar arquivos PDFs em livros. Porém, como explicado acima, foi mal implementada. As animações são um pouco pesadas de serem executadas, o software consome memória acima da média, o visual não chega a ser um primor, e até a visualização e leitura de arquivos não é tão prática. Portanto, após testar por alguns dias o programa, não sei se ele tem cacife suficiente para desbancar os já consagrados Adobe Reader e Foxit Reader. Talvez se melhorar o visual e for otimizado para consumir menos recursos da máquina, um dia ele ganhe uma posição de destaque. Mas por enquanto, não.