No dia 23 de abril, a Intel lançou os novos processadores Ivy Bridge, a terceira geração dos processadores Core. Quad-core, com novo vídeo integrado e processo de fabricação de 22 nm, será que vale a pena trocar um atual Sandy Bridge por um Ivy Bridge inteiramente novinho?
Novos modelos
Até agora a Intel lançou 14 modelos para a nossa escolha. É uma variedade deveras boa, inicialmente. Os modelos são os seguintes:
Core i7:
- Extreme Edition: Core i7-3920XM;
- Para notebooks: Core i7-3820QM, i7-3720QM, i7-3612QM, i7-3610QM;
- Para desktops: Core i7-3770K, i7-3770;
- Baixo consumo (desktops): Core i7-3770T,
- Melhorado para performance (desktops): i7-3770S;
Core i5:
- Para desktops: Core i5-3570K, i5-3550, i5-3450,
- Melhorado para performance (desktops): Core i5-3550S, i5-3450S
Por enquanto, não há nenhum Core i3, mesmo os vazados anteriormente, para venda. A Intel está dando foco primeiramente aos processadores de alta performance, talvez por pura estratégia ou até mesmo para “queimar” o estoque dos Sandy Bridges, que consequentemente terão seus preços reduzidos, tornando-se uma opção bem interessante.
A Intel pretende lançar as versões dual-core dos novos Core i entre junho e julho. Também parece que a empresa irá lançar processadores ULV (Ultra-Low-Voltage) para portáteis.
Nomenclatura e selos
A Intel vai manter o mesmo selo de identificação dos atuais processadores para os novos, diferentemente do que ocorreu durante a transição da primeira geração de chips para a segunda. Segundo algumas fontes, talvez haverá uma leve mudança no chip, que virá no máximo com uma etiqueta de identificação de novo modelo. Os novos selos estão previstos para chegar junto com a futura quarta geração dos chips, a Haswell.
A principal maneira de diferenciar processadores de segunda geração com os de terceira é observar o modelo do processador, que vem após seu identificador. A Intel possui um sistema de identificação de processadores que envolve todos aqueles números e letras que você vê quando lê a especificação de algum processador por aí.
Segundo a Intel, Core é a marca do produto e i3, i5 e i7 é o modificador da marca (Brand Modifier), seguido pelo número do modelo (SKU Numeric Digits). Desde o Sandy Bridge, esse indicador passou de três para quatro dígitos, sendo esse novo número sendo usado para identificar a geração (Gen Indicator). Resumindo: se o computador tiver um processador Core iX-3xxx, ele é da terceira geração.
Processamento e gráficos
A Intel prometeu um ganho de performance na nova linha. Realmente, conseguiram aumentar em até 7% o desempenho geral dos novos Core. Ou seja, é o desempenho dos atuais processadores — que não deixam nada a desejar — mais 7%. Porém, não é muito, todos temos que concordar. Pensando por este lado, não é tão interessante assim pensar na troca de um atual Sandy Bridge para um destes novos, mas é aí que entra a principal melhoria: a parte gráfica.
A Intel apresentou resultados de benchmarks com os Ivy Bridge e Sandy Bridge e mostrou que a nova geração consegue processar gráficos com muito mais velocidade. Graças aos novos gráficos Intel HD Graphics 4000, os resultados podem ser até 105% superiores. Aí é que a opção dos novos processadores realmente atrai. Usando um Core i7-3770K, a performance em jogos aumentou até 80%. No Battlefield 3, Left 4 Dead 2 e Metro 2033, o aumento foi de 70%. Isso em uma placa integrada! Mesmo com todo esse ganho, um gamer obviamente não usaria uma placa gráfica integrada para rodar jogos neste estilo, mas para quem joga casualmente ou roda aplicações que fazem um uso mais leve da GPU, o Ivy Bridge não deixará o usuário na mão.
Normalmente, os processadores realizam transferências de impulsos elétricos por seus transístores de maneira bidimensional (2D). Isso acontece porque eles são dispostos em uma única superfície plana. O problema é que quanto mais condensados em espaços pequenos, mais difícil é controlar a dissipação de eletricidade. Os processadores Ivy Bridge trouxeram consigo os transistores Tri-Gate. Eles tem como diferencial o fato de os seus componentes não serem mais empilhados em camadas, mas sim na vertical, criando uma nova dimensão de altura, tornando-os “3D”, como eles mesmos chamam. A nova tecnologia permite mais controle, mesmo com 22 nm. Os componentes na vertical facilitam a troca de informações, melhorando a velocidade e a eficiência energética.
Superaquecimento?
Alguns overclockers resolveram brincar um pouquinho com todo o poder dos novos processadores. Após aumentar a frequência dos novos processadores para 4,9 GHz, notou-se alguns aumentos na temperatura que variavam em até 20ºC. O i7-3770K, usado no teste, foi além dos 100ºC, enquanto o correspondente da segunda geração chegou a 80ºC nas mesmas condições.
A Intel confirmou o fato. Segundo ela, “os usuários poderão notar maiores temperaturas de operação ao fazer overclock”. O maior aquecimento já era previsto no Ivy Bridge e os processadores estão prontos para aguentar o fogo.
Para evitar que os processadores queimem e se transformem em uma pecinha inútil, a Intel faz uso de uma tecnologia chamada de Thermal Throttling, presente desde o Pentium 4. Essa tecnologia reduz automaticamente o clock do chip, diminuindo a temperatura por consequência. No i7-2600K, o mecanismo entra em funcionamento quando a temperatura alcança os 100ºC; no 3770K são necessários 105ºC para ativar o recurso.
Compatibilidade
Se seu computador já executa um processador da família Sandy Bridge, pode ficar despreocupado. Diferente das caquinhas feitas durante a transição entre processadores anteriores, a Intel manteve a compatibilidade com o atual soquete LGA 1155, facilitando relativamente a atualização. Relativamente.
Os Ivy Bridge possibilitam a utilização de conexões USB 3.0, PCIe 3.0 e, possivelmente, Thunderbolt. Mas para isso ser possível, a placa-mãe precisa ter suporte para o chipset Panther Point – algo que algumas mais antigas não oferecem. Por isso, quem quiser continuar com a mesma placa poderá desfrutar de mesma velocidade, mas não dos mesmos recursos, dependendo do modelo.
Preços
Os preços dos novos processadores, por incrível que pareça, não variam tanto em relação ao preço do lançamento da geração anterior. Inclusive, os preços de alguns chegam a ser iguais aos preços do modelo equivalente da geração anterior (O preço do i7-3770K é o mesmo que foi mostrado no lançamento do i7-2600K.
Nos Estados Unidos, os processadores já estão disponíveis para compra; inclusive já estão sendo fabricados novos computadores e notebooks com os novos processadores, como o Dell Inspiron 15R Special Edition. Não há previsão de quando os novos chips estarão disponíveis aqui no Brasil.
Nota: os preços mostrados na tabela do início do post são unitários para lotes de mil peças nos EUA, ou seja, para uma única unidade o preço provavelmente será maior.
Vale a pena trocar?
Diversos sites especializados em hardware testaram os novos chips e grande parte disse que a diferença entre modelos equivalentes da família anterior e atual não são tão grandes. A principal melhoria está no consumo energético e nos gráficos integrados. Claro que, se você estiver atrás de gráficos melhores, cogitaria comprar uma placa gráfica dedicada, não?
O Ivy Bridge acaba então sendo como uma atualização do Sandy Bridge. É uma opção interessante para quem tem um processador mais antigo e está disposto a comprar uma placa mãe nova. Mas se você quer aproveitar a futura queda nos preços da geração anterior, também não estará perdendo muito.
