AnálisesGames

Análise de Mirror’s Edge para PC

Ficha Técnica

Mirror's Edge
Mirror's Edge
  • Título: Mirror’s Edge
  • Produtora: Electronic Arts
  • Desenvolvedora: EA Digital Illusions CE (DICE)
  • Distribuidora: Electronic Arts do Brasil / Steam
  • Plataformas: PC, Xbox 360 e PlayStation 3
  • Motor gráfico: Unreal Engine 3 modificado, motor físico NVIDIA PhysX
  • Data de Lançamento: 12/11/2008 (X360 e PS3); 13/01/2009 (PC)
  • Gênero: Ação e Aventura em Primeira Pessoa
  • Versão: 1.01
  • Classificação Etária: 16+ anos

Requerimentos mínimos:

  • Processador: Intel Pentium 4 3.0GHz ou superior;
  • Memória RAM: 1GB;
  • Placa de vídeo: 3D de 256mb, com suporte 100% ao DirectX 9.0c e ao Shader Model 3.0, NVIDIA GeForce 6800 ou superior;
  • Espaço HD: 8GB;
  • Placa de Som: compatível com DirectX 9.0c;
  • Unidade de Leitura: DVD-ROM;
  • Sistema Operacional: Windows XP SP2/ Vista SP1;
  • Conexão banda-larga à internet para ativação online.

Requerimentos recomendados:

  • Processador: Intel Core 2 Duo 2.0GHz ou superior;
  • Memória RAM: 2GB;
  • Placa de vídeo: 3D de 512mb, com suporte 100% ao DirectX 9.0c, NVIDIA GeForce 8800GT ou superior;
  • Espaço HD: 8GB;
  • Placa de Som: Creative Sound Blaster X-Fi Series;
  • Unidade de Leitura: DVD-ROM;
  • Sistema Operacional: Windows XP SP3 / Vista SP1;
  • Conexão banda-larga à internet para ativação online.
  • DirectX 9.0c.
  • NVIDIA PhysX 9.09.0010.

Configuração em que o jogo foi analisado pela equipe:

  • Processador: Intel Core 2 Duo E7300 @ 2.66GHz;
  • Memória RAM: 2x 1GB DDR2 Kingston PC6400 @ 800MHz;
  • Placa de vídeo: XFX GeForce 9800GT 512mb GDDR3;
  • HD: 500GB Samsung SATA2 7200RPM 16mb;
  • Placa-mãe: ASUS P5Q;
  • Conexão de internet: 1mbps;
  • Sistema Operacional: Windows Vista SP1;
  • Driver de vídeo: GeForce 181.20 WHQL;

Prós e Contras

Prós:

Uma das adaptações mais bem feitas ao PC. Apresenta cenários magníficos, altamente detalhados, amplos e coloridos, deixando o jogador de queixo caído. O bom disso é que o visual esplendido do jogo não sacrifica o desempenho, já que Mirror’s Edge consegue rodar muito bem em hardwares modestos, utilizando o poderoso Unreal Engine 3, de Gears of War e BioShock. O motor físico é o NVIDIA PhysX, um dos mais realistas da atualidade, que foi adaptado com maestria.

Ao mesmo tempo que apresenta uma mecânica de jogo baseada no Le Parkour, o game também traz combates armados, além de lutas corporais que ajudam a quebrar o galho nos momentos de ação. Os efeitos de câmera do jogo são perfeitos, assim como a própria visão da protagonista, que não se deixa atrapalhar pelo “rola-rola”. A tradução oficial de textos para português brasileiro que o game traz é uma mão na roda para quem não domina o idioma inglês, deixando a trama bem mais “interpretável”.

Contras:

O enredo do jogo é a principal ponto ruim. A história é um pouco truncada e não cativa, apenas cumpre o papel básico de dar algumas explicações do porquê a protagonista visita certas áreas. A campanha é tão curta – durando cerca de 8 horas – que demora para acreditar que o jogo já acabou. Além disso, é a mesma coisa do início ao fim: pular, correr, pular e correr.

A jogabilidade, às vezes, é frustrante ao ponto de fazer o jogador querer jogar o teclado pela janela. Muitas vezes, o simples objetivo de saltar em direção a um certo lugar pode se transformar em repetitivas quedas e mortes, fazendo o jogador agir na base da “tentativa e erro”. Os cenários, apesar de amplos, são extremamente lineares. O combate, tanto corpo-a-corpo quanto armado, ainda trazem alguns empecilhos.

Por fim, apesar de o jogo ser extremamente leve – se comparado ao seu visual impecável – quem quiser jogar com o motor físico da NVIDIA ligado, deve ter uma boa placa de vídeo, capaz de processar a PhysX o suficiente para não detonar com a performance do jogo, sendo que GPUs da ATI não suportam a tecnologia.

Geronimo!

Criado pelo francês David Belle na década de 90, o Le Parkour é uma das atividades que mais se desenvolve no mundo, principalmente na Europa e em algumas partes dos Estados Unidos e Canadá. Seu objetivo é usar apenas o poder do corpo e da mente para, através de saltos, cabalhotas, corridas, escaladas, em fim, qualquer movimento que possibilite ao praticante superar obstáculos em ambientes urbanos ou rurais.

Le Parkour

Depois de desenvolver e lançar inúmeros títulos da popular série de ação multiplayer Battlefield, a sueca Digital Illusions CE, ou DICE, resolveu mudar os planos, e trocou soldados em um campo de batalha por um mundo opressivo onde a prática do Le Parkour é necessária à sobrevivência. Conheça Mirror’s Edge, lançado ao Xbox 360 e PlayStation 3 no ano passado e que agora chega aos computadores, apresentando uma jogabilidade diferente e um visual impecável!

Na borda do espelho

O jogador controla Faith Connors, uma “Runner” (corredora/mensageira, em português) que utiliza telhados e prédios para entregar mensagens e pacotes a líderes da resistência, durante um futuro próximo, em que um opressivo governo busca cortar e eliminar quaisquer fontes ou meios de informações ilegais. Justamente para correr e pular pelo “topo” da cidade, o Parkour se torna imprescindível a esses mensageiros fora-da-lei, dando-lhes uma vantagem massiva sobre seus perseguidores.

Neste contexto, a protagonista do jogo tem sua irmã injustamente acusada de assassinar um candidato a prefeito que tinha entre suas principais propostas acabar com a opressão imposta pelo governo. Fugindo das forças policiais, Faith tentará encontrar o verdadeiro assassino, buscando respostas com figurões locais e desvendando uma misteriosa conspiração, tudo para livrar sua irmã da prisão. Um enredo bem básico, com poucas novidades, que só deve prender a atenção dos jogadores mais entusiastas.

Ao infinito e além

Logo na missão de treinamento, já dá para se ter uma bela idéia do que Mirror’s Edge reserva: nada mais que um simulador urbano de Le Parkour. Faith é capaz de se mover com uma certa fluidez por todo o cenário, seja saltando de um arranha-céu a outro, ultrapassando muros, grades e escadas, rolando debaixo de canos e dutos de ventilação e executando algumas manobras de dublê, como agarrar-se a helicópteros e guindastes, tudo em alturas vertiginosas.

Mirror's Edge Jumping

Para facilitar a movimentação, todos os lugares e objetos marcados com uma cor avermelhada devem ser seguidos e sempre representarão áreas de interesse para o progresso geral do jogo. Bom ou ruim, isso acaba desmascarando a falsa sensação de liberdade e o estímulo à exploração, revelando trajetos bem lineares. Se isso ainda não for o suficiente, basta segurar a tecla ALT para que o retículo de mira indique a direção certa.

Os controles são de certo modo bem adaptáveis, apesar de confusos no início. A ação no jogo é executada através de 5 botões: o SHIFT, que executa ações “baixas”, como se agachar ou escorregar; a clássica Barra de Espaço que permite ao jogador pular e escalar objetos; o botão esquerdo do mouse, que serve para abrir portas, dar golpes (combinado às duas primeiras teclas) ou atirar; o botão esquerdo do mouse para desarmar inimigos, recolher ou descartar uma arma; e por fim, o “Q”, que quando usado junto com a barra de espaço, fazem Faith utilizar a parede para acessar lugares mais altos.

Mirror's Edge Cenário

Como já dissemos, todos esses comandos demoram um pouco para serem utilizados com fluidez pelo jogador. A estranha mecânica de jogo, ainda mais adaptada em primeira pessoa, pode parecer esquisita justamente por ser rápida demais, visto que a protagonista estará ou deverá estar sempre correndo. De certo modo, isso acaba levando a sussetíveis situações de frustração – famoso “tentativa e erro”. Basta um erro mínimo de tempo ou distância ao saltar de um lugar para outro para que Faith entre em queda-livre direto ao chão, obrigando o jogador a iniciar do último checkpoint salvo. Os mais impacientes, com certeza, vão querer jogar o teclado janela abaixo.

Correr ou atirar?

Constantemente, Faith estará correndo para despistar forças policiais, que a perseguem tanto a pé quanto de helicóptero. Mirror’s Edge fornece claramente duas opções ao jogador: simplesmente correr feito um louco pelos policiais ou atacá-los e usar suas próprias armas para matá-los. É aí que entra a parte do gun fight.

Mirror's Edge Sniper

Convenhamos: Mirror’s Edge não é um FPS – First Person Shooter, mas sim um FPA – First Person Adventure/Action. A boa e velha troca de balas é um elemento secundário e só deve ser empregado quando não houver outra opção. Combinando algumas teclas com um apurado reflexo, é possível desarmar policiais ou combatê-los usando golpes corpo-a-corpo, seja utilizando voadeiras, carrinhos ou uma bela pancada na cara.

Entretanto, assim como a jogabilidade “tentativa e erro”, há empecilhos. Mesmo fornecendo uma espécie de “bullet time” para ajudar o jogador a desarmar inimigos mais parrudos e assim utilizar sua arma para defesa própria, nem sempre os comandos responderão com agilidade, deixando o inimigo contra-atacar e resultando num frustrante processo de peneiração por projéteis. A mira genérica das armas também deixa claro que o jogo definitvamente não é um shooter. Que fique claro: se você busca um FPS, é melhor passar longe de Mirror’s Edge.

Mirror's Edge Armas

Visual ofuscante

Apresentando um dos gráficos mais belos já vistos no computador – e o melhor: sem sacrificar a performance -, Mirror’s Edge foi na contra-mão das adaptações ao PC. Enquanto títulos aguardados como GTA IV e Saints Row 2 chegaram ao Microsoft Windows de forma precária, a Digital Illusions não mediu esforços para levar um jogo praticamente foto-realista à nossa querida plataforma.

O estilo gráfico é impecável, o suficiente para parar o jogo e ficar observando tamanha beleza. A enorme cidade, palco para a correria de Faith, é representada com texturas de alta qualidade e cores ofuscantes, misturando tons de azul, verde e amarelo, além do vermelho que representa particularmente a continuação das missões. A variedade de cenários, apesar de pequena e repetitiva, inclui arranhas-céus bizarros, estações de metrô, esgotos e complexos de escritórios misteriosamente desabitados. Os personagens se movimentam de forma bem natural, além do alto nível de detalhe em suas roupas, permitindo ao jogador enxergar, por exemplo, o pino de uma granada no bolso de um agente da SWAT.

Mirror's Edge Gráficos

As cut-scenes que conduzem o enredo, seguem o estilo “screen novel“, semelhante à histórias em quadrinhos, com poucos detalhes, mas com cenas em movimento. O repertório de músicas que compõe Mirror’s Edge utiliza trilhas quase sempre eletrônicas, combinando com a adrenalina do jogo.

A tecnologia física NVIDIA PhysX, quando ativada, permite cenários estupidamente reais. Desde a poeira se levantando no ar com o vento das hélices de um helicóptero até vidros e tecidos que se desintegram dependendo da força aplicada. Isso quer dizer que nem sempre estilhaços e outros pedaços voarão para as mesmas direções.

Mas nem tudo é bonito e perfeito. O jogo flui incrivelmente bem, mesmo em hardwares mais modestos. Entretanto, certos lugares podem derrubar fatalmente a taxa de frames por segundo. O PhysX também requer uma GPU parruda para executar cálculos sem comprometer a performance do jogo. Em casos extremos, ou se joga com a tecnologia desligada ou modifica as configurações e obriga o CPU a trabalhar com a física.

Considerações finais

Mirror’s Edge é bom. Não necessariamente um blockbuster ou uma super grande mega blaster hiper ultra uber wow produção, mas cumpre com a sua proposta. Totalmente focado na prática do Parkour virtual, algo já visto em jogos como Assassin’s Creed, o título da desenvolvedora DICE, veterana de jogos de guerra, traz um mundo opressivo, cheio de ação e adrenalina e algumas horas de paisagens vertiginosas. Infelizmente, o enredo, os controles simples, porém, de difícil adaptação, e o sistema de combate sem sal não colaboram, deixando o título não recomendável aos mais impacientes. Assista abaixo um vídeo em alta qualidade do gameplay de Mirror’s Edge gravado pelo time do Guia do PC!

Não requer um hardware de ponta para exibir seus cenários impecáveis, mas se você quiser curtir o jogo com o que ele tem de melhor em seu motor gráfico (e físico), é melhor que sua máquina consiga aguentar o tranco, pois o título da Electronic Arts, na hora certa, cobra seu preço. Sem dúvida, a experiência magnífica de Mirror’s Edge é recomendada a todos os amantes do gênero First Person, seja de aventura ou de tiros.

Tags: Hardware, Jogos

Você também vai gostar

Leia também!