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Com “Big Boobs” no código Linux, Microsoft causa polêmica

Linux é um dos projeto de colaboração mais bem sucedidos da história. O kernel é desenvolvido por um numero gigantesco de desenvolvedores e conta com a colaboração de centenas de empresas privadas, como Intel, IBM, Red Hat, Google e AMD.

O projeto nunca tinha contado com a participação da Microsoft. Steve Ballmer, o poderoso chefão da empresa de Redmond, chegou a declarar que Linux era um câncer.

No entanto, a partir de 2009 as coisas começaram a mudar. Com a consciência de que a Microsoft não estava sozinha no mercado, principalmente no segmento corporativo, a empresa do estado de Washington adaptou-se para a realidade e passou a contribuir para o código do kernel Linux, a fim de potencializar sua receita no competitivo mercado.

A contribuição, assim como as de outras empresas, é a mais capitalista possível e não tem nada das ideologias de FSF (Free Software Foundation) ou mesmo da Fundação Linux. A Microsoft passou a escrever linhas de código para que drivers referentes ao seus produtos Windows Server e Hyper-V possam funcionar perfeitamente dentro do ambiente Linux.

Com as contribuições, mais de 20 mil linhas de código escritas pela Microsoft foram incorporadas ao Linux. A empresa fundada por Bill Gates e Paul Allen passou então a ser, em 2011, uma das 20 maiores contribuidoras do projeto de código aberto.

Se a contribuição da Microsoft já era curiosa, o que a empresa colocou escondido no código é mais ainda, chegando ao ponto de causar mamilos polêmica.

Um desenvolvedor chamado Paolo Bonzini descobriu que a empresa fabricante do Windows colocou o código hexadecimal 0xB16B00B5 dentro do código do kernel, cujo significado em língua humana traduza-se para “Big Boobs” ou “grandes peitos“. A linha de código contendo a polêmica era lida toda vez que o Hyper-V rodava uma versão virtual do Linux.

Polêmica reabre discussões antigas / Imagem: Wikimedia

Matthew Garrett, funcionário da Red Hat (aquele mesmo que resolveu o problema de energia do kernel 3.2), comentou que o primeiro código usava a hexspeak “Boobies”, algo como “peitinho”.

A travessura de algum ou alguns desenvolvedores da Microsoft gerou grandes críticas e reabriu questões antigas. A discussão não ficou só no machismo intrínseco na brincadeira, na qual reafirma o que muitos pensam, que o desenvolvimento de software é coisa de menino e garotas não são bem vindas, comentou Garrett. A acusação, após o episódio, vai além e faz ressurgir a de falta de maturidade dentro de projetos estratégicos no cenário comercial de muitas empresas. Se pegarmos o código Linux, veremos que muitos desenvolvedores comportam-se como meninos. Vejam algumas palavras das mais citadas dentro do kernel:
http://www.vidarholen.net/contents/wordcount/

A Microsoft logo depois da grande repercussão do episódio, pediu desculpas publicamente e já retirou a ofensiva frase do código escrito por seus funcionários.

Com informações de BBC e Forbes.

Tags: Linux, Microsoft

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