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Em 2015 estudantes do ensino médio da rede pública terão livros digitais

O Ministério da Educação (MEC), através do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), irá distribuir livros digitais para alunos e professores do ensino médio da rede pública a partir de 2015. O Governo Federal espera adquirir 80 milhões de livros para serem distribuídos gratuitamente a 7 milhões de estudantes pelo Brasil. Obrigatoriamente os livros digitais deverão vir acompanhado de versões impressas. A vantagem do formato eletrônico são as animações, vídeos e interatividade, obrigatórios para a obra fazer parte do programa.

As obras serão avaliadas pelo Ministério da Educação, mas cada escola beneficiada poderá escolher livremente que livros adotarão.

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OLPC. Um dos muitos equipamentos comprados pelo Governo Federal – Imagem: Wikimedia

Os livros digitais poderão ser acessados através de tablets e computadores. Os equipamentos já são distribuídos pelo MEC pelo Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo). O programa ainda recebeu um grande incentivo de R$ 117 milhões no final do ano para compra de tablets para professores da rede pública de ensino. O Governo Federal repassou o valor para os Estados e este ano os equipamentos deverão chegar às escolas.

Questionando os investimentos

O curioso no investimento de milhões é que o Brasil investe em educação um percentual abaixo do recomendado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda no mínimo 8%, o país investe somente 5,1% (em comparação, a Coréia do Sul investe quase 20%), ou seja, além de recursos escassos para o atual modelo educacional, o Brasil investe em soluções caras (livros digitais precisam de equipamentos eletrônicos de centenas de reais), cuja eficiência é questionável se comparado a outros métodos milenares, que ainda contrastam com a precariedade do ensino e da infraestrutura educacional.

O país hoje ocupa o penúltimo lugar no ranking da educação. Somos vices entre os piores do mundo. Nossos profissionais são um dos mais mal pagos do planeta! Só Peru e Indonésia são piores. Um professor em São Paulo ganha aproximadamente R$ 1700 por mês. Para ter uma noção, um professor na Coréia do Sul tem um salário 121% superior a média nacional. O salário dos professores não tem relação direta com a melhora do ensino, mas mostra a falta de planejamento do Estado no fomento de políticas públicas para educação (professores com salários baixos significa educação deficiente).

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O que fazer para melhorar a educação pública no Brasil

A educação privada sempre foi superior à pública. Mas não foram métodos revolucionários ou a alta tecnologia que fizeram diferença nos índices do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). Segundo o relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), questões socioeconômicas são muito mais relevantes para determinar o desempenho acadêmico. Gustavo Ioschpe, consultor da UNESCO, falou em palestra na Jornada de Inovação e Competitividade da Fiesc, que soluções dentro da sala de aula, ou seja, em planejamento educacional que hoje não está sendo feito de forma adequada, são as soluções para a educação.

Se isso for verdade, não seria mais vantajoso a alocação de recursos para a formação de um ambiente saudável de estudos, a melhora na infraestrutura física, um salário maior dos professores para atrair profissionais para o ensino público, a implantação de métodos alternativos de resolução de conflitos dentro da escola, o trabalho em conjunto com os Conselhos Tutelares, com Centros Comunitários de bairros e até mesmo comida de qualidade no lugar de grandes investimentos em tecnologias custosas? O que você acha destas questões, caro leitor? Comente!

Com informações de EBC, MEC, Veja.

Tags: brasil

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