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Smartphone Ubuntu Edge será financiado pelo público. Mas será que tem futuro?

A empresa britânica Canonical anunciou seu audacioso plano nunca antes visto no setor, lançar seu próprio smartphone equipado com Ubuntu, o Ubuntu Edge, e financiado diretamente pelo público.

O projeto irá buscar diretamente do consumidor final o capital para dar início à produção. São US$ 32 milhões que tentará ser captado em 30 dias pelo site IndieGoGo, conhecido por ajudar no financiamento de projetos sem aporte de grandes empresas. Você paga adiantado US$ 800 e em 2014, quando entrar em no mercado, você recebe o aparelho.

Ubuntu Edge
Smartphone Ubuntu Edge

O Ubuntu Edge será um smartphone topo de linha, com especificações de deixar qualquer um de queixo caído:

  • Processador de múltiplos núcleos;
  • Tela de 4,5 polegadas de safira;
  • 4 GB de RAM;
  • Armazenamento interno de 128 GB;
  • Câmera de 8 MP (traseira) e 2 MP (frontal);
  • Bateria de íons de lítio que usa silício como ânodo;
  • 4G LTE, Wi-Fi 802.11 n (2,4 e 5 GHz), Bluetooth e NFC;
  • Ubuntu e Android em dualboot. Uau!

Mas não se resume a isso. o smartphone da Canonical será um verdadeiro computador de bolso. Basta conectar o aparelho diretamente em um monitor para que o sistema mude por completo, virando o bom e velho Ubuntu para desktops, podendo, então, realizar as tarefas que tablets e smartphones não fazem com perfeição. É sua produtividade indo ao infinito e além.

Ubuntu Edge
Ubuntu Edge é um PC de bolso

O comentário é que será o mais poderoso smartphone do mercado, equipado com o promissor Ubuntu Phone e o sistema operacional líder de mercado, Android. Não tem pessoa que não fique ansioso pelo Ubuntu Edge. Mas será que fará sucesso?

Apesar de já ter mais de US$ 3 milhões arrecadados em 24 horas de campanha, o que mostra ser um relativo grande sucesso de público, há problemas que podem fazer do Ubuntu Edge mais um que tentou escalar o K2 e não chegou nem perto de conseguir seu objetivo.

O preço e público

Um dos fatores que determinam o sucesso de um produto é o preço acessível ao mercado consumidor. Com um preço de US$ 800, ele custa muito mais que um iPhone 5 de 16 GB, que sai sem contrato com telefônicas por US$ 649.

Se pegar exemplos na industria tecnológica, vai perceber que o preço foi crucial para determinar a vida do equipamento. Por que alguém compraria um tal de Ubuntu Edge se poderia comprar um iPhone ou Galaxy S IV por um preço menor?

Então esse será o problema. A marca Ubuntu não é conhecida pelo público em geral. Não há como competir de igual para igual com Apple e Samsung. O Ubuntu Edge será para um nicho específico, de entusiastas da tecnologia.

Mercado dominado

Outro problema é o fator tempo. Quem chega tarde bebe água suja, já dizia o ditado. No mercado móvel a coisa é muito pior.

Hoje o mercado móvel é dominado por Apple e Samsung. Além disso iOS e Android são os nomes de referência. É uma tarefa árdua competir com iPhone e Galaxy e é praticamente impossível bater nessa década iOS e Android. Grandes empresas como Nokia e Microsoft, conhecidíssima de qualquer um, investem bilhões mas não conseguem ver o horizonte como o pessoal de Cupertino e de Seul veem. Nokia nem de perto consegue fazer seus Lumia um sucesso proporcional à sua qualidade e a o Windows Phone amarga uma cota de mercado vergonhosa para o gigantismo da Microsoft.

Existe toda uma pressão exercida Apple, Samsung e Google que tornam o solo infértil para qualquer um que queira bater de frente com eles. Como uma pequena empresa sediada em Londres

Ubuntu Edge fará sucesso

Sem dúvidas a ideia da Canonical é fazer seu primeiro smartphone ser o preferído de um público que goste de uma boa esperiencia tecnológica e goste de se arriscar com coisas novas. O objetivo é tentar fazer burburinho para que parceiras, principalmente do Carrier Advisory Group, possam apoiar e lançar telefones com Ubuntu sem medo.

Se conseguir entrar no mercado ainda em 2014, Ubuntu Edge tem tudo para fazer sucesso, mas em um nicho de mercado restrito, composto por entusiastas da tecnologia, consumidores com a famosa “síndrome de undergroud” (querer o que os outros não possuem) e fãs do Ubuntu. Seus concorrentes serão smartphones da Jolla, equipado com Sailfish OS, e quem sabe alguns modelos da Samsung com Tizen.

Se o Ubuntu Edge ir para esse rumo, distante da Apple e Samsung, pode ter certeza que o aparelho será um novo Nokia N9, um sucesso absoluto dentro de um certo segmento.

Mas e você? Compraria um Ubuntu Edge?

Tags: Linux, smartphones, Ubuntu

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