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Mobile na liderança e transformação digital em alta: setor bancário supera 200 bilhões de transações em 2024, mostra nova pesquisa da FEBRABAN

Na coletiva de imprensa realizada nesta quarta (11), no segundo dia do Febraban Tech 2025, um dado chamou a atenção logo de cara: os bancos brasileiros ultrapassaram a marca de 200 bilhões de transações em 2024. O número, revelado no lançamento do 2º volume da tradicional Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária (em parceria com a Deloitte), sinaliza não apenas um marco estatístico, mas a consolidação de uma mudança profunda no comportamento financeiro dos brasileiros — tanto pessoas físicas quanto empresas.

A principal responsável por esse salto? A palma da mão. Ou melhor, o mobile banking, que se tornou, definitivamente, o canal preferido dos brasileiros para movimentações financeiras. Foram 208,2 bilhões de transações no total, sendo 75% delas feitas por celular. O canal cresceu 15% no último ano e já responde por 78% dos usuários considerados heavy users — aqueles que fazem mais de 80% das suas operações por ali. A frequência também impressiona: a média mensal de transações via mobile saltou de 48 para 55 por pessoa.

Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela pesquisa, destacou esse movimento como um reflexo direto da confiança crescente do público nas plataformas digitais — construída sobre bases sólidas de segurança, agilidade e personalização. “A experiência do cliente foi colocada no centro das estratégias dos bancos. E o resultado está aí: engajamento em alta, canais físicos em queda, e o celular como protagonista da relação bancária no país.”

Os dados mostram, inclusive, que o mobile superou o internet banking até mesmo no universo das pessoas jurídicas, algo inédito até aqui. Empresas — especialmente MEIs — estão migrando em peso para o canal, atraídas por soluções mais práticas, acessíveis e cada vez mais completas. Já entre os consumidores pessoa física, 92% das transações bancárias já acontecem via mobile, um salto considerável frente aos 90% registrados em 2023.

Outro fenômeno que não para de crescer é o Pix. Em 2024, o número de heavy users da ferramenta aumentou 38%, ultrapassando 65 milhões de pessoas. Só entre usuários pessoa física, o salto foi de 40%. O uso do Pix via POS também disparou, com alta de 69%, superando inclusive o cartão de débito em popularidade. Apesar disso, o bom e velho cartão de crédito segue firme, crescendo 15% em volume de transações no varejo.

A pesquisa ainda revela que 62% das novas contas foram abertas digitalmente, consolidando uma tendência que já vinha se fortalecendo nos últimos anos. No mobile, o número de contas ativas ultrapassou 206 milhões, e o canal representa 46% do total de contas em atividade — puxado principalmente por microempreendedores.

No universo do Open Finance, o movimento também ganhou tração: as chamadas de APIs saltaram de 51,9 bilhões para 112 bilhões, crescimento de 116%. O número de consentimentos ativos subiu 28% e metade dos bancos já oferece agregadores financeiros — ferramenta que permite ao cliente visualizar sua vida financeira completa em uma só tela.

E se o seguro antes era sinônimo de agência bancária, isso já é passado. Foram 78,6 milhões de novos produtos contratados em 2024, um crescimento de 14%. O canal mobile teve destaque com um avanço de 64%, ficando atrás apenas das agências. A digitalização do bancassurance, portanto, já é realidade — e ainda tem espaço para crescer, sobretudo com experiências mais personalizadas e integradas.

A mensagem que fica? O setor bancário brasileiro vive, talvez, o auge de sua transformação digital. E isso não acontece por acaso: em 2024, os bancos investiram mais de R$ 42 bilhões em tecnologia — com projeção de alcançar R$ 47 bilhões neste ano. O resultado está na tela do celular: mais autonomia, mais transações, mais possibilidades.

Tags: FebrabanTech2025

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