Enquanto serviços como WhatsApp, Line ou BlackBerry Messenger tenham feito os usuários relegar o SMS para segundo plano, este canal de comunicação tem sido uma importante fonte de receitas para as operadoras móveis, um serviço que, embora originalmente não tenha sido desenvolvido para se tornar um dos principais negócios da telefonia móvel, terminou adotado com total satisfação entre os usuários (em muitos casos superando as próprias chamadas de voz).
Enquanto a primeira chamada usando o padrão GSM foi realizada há 21 anos, a primeira mensagem SMS teve sua origem quase um ano e meio depois deste dia, quando em 03 de dezembro de 1992 um funcionário da Vodafone teve a honra de se tornar o primeiro usuário a enviar um SMS e, como não poderia ser de outra forma, a mensagem foi utilizada para desejar Feliz Natal a alguém.
“Feliz Natal” (ou, mais especificamente, “Merry Christmas” ), uma mensagem que muitos usuários têm enviado via SMS para seus contatos, foi o conteúdo da primeira mensagem SMS da história, uma mensagem teste levada a cabo por dois engenheiros que trabalham para a Vodafone no Reino Unido. Neil Papworth da Sema Group, foi o engenheiro encarregado de escrever esta mensagem tão simples e tão importante, para logo em seguida enviá-la para Richard Jarvis, diretor da Vodafone. A experiência visava testar as novas características do padrão GSM, valendo lembrar também que a primeira mensagem SMS não foi enviada de um terminal móvel, mas de um computador. No vídeo abaixo (em inglês) Papworth fala sobre sua criação.
http://www.youtube.com/watch?v=-Nn-iDFGm7U
Originalmente, o SMS (Short Message Service) começou a surgir em 1985 (como o próprio padrão GSM) e, inicialmente, foi concebido como uma facilidade para enviar mensagens desde a rede da operadora aos terminais dos usuários, ou seja, como um serviço de transmissão entre ponto-multiponto aproveitando o canal de sinalização que utilizavam os terminais GSM com as estações base, ou seja, não comprometiam os recursos de rádio para impedir ou cortar as chamadas de voz.
Embora as primeiras mensagens de texto tenham sido do tipo MT-SM (Mobile Terminated –Short Message), ou seja, a partir da rede para os usuários e sem capacidade de resposta, a Nokia (que contribuiu ativamente no desenvolvimento do GSM) desenvolveu um sistema que permitia alavancar essa capacidade para oferece-la aos usuários, no momento em que nasceu o MO-SM (Mobile Originated). O desenvolvimento da Nokia complicava o esquema da rede da operadora adicionando um novo “componente” ao padrão, o SMSC (Short Message Service Center), ou seja, o centro de serviços de mensagens curtas que seria responsável por receber todas as mensagens enviadas pelos usuários e verificar nos sistemas relacionados com os assinantes, se o remetente possui saldo para enviar a mensagem ou, por exemplo, em que local se encontra o destinatário (se pertence a mesma operadora ou outra).
Um dos fatores que contribuíram para a popularização do uso da telefonia móvel foi, sem dúvida, o baixo custo do SMS em comparação com as chamadas de voz que, em sua origem, custavam muito alto. Durante anos, o SMS tem sido um dos carros chefes na área de telefonia móvel, por exemplo, a cada Natal e a cada Ano Novo, milhões e milhões de novas mensagens chegavam às operadores para serem entregues em todo o mundo, datas em que as mensagens SMS inundavam as operadores de redes móveis em detrimento das chamadas de voz.
Serviços como o WhatsApp, Line ou BlackBerry Messenger viraram a mesa neste setor e relegaram o SMS para segundo plano, uma vez que oferecem comunicações interativas aproveitando as conexões de dados ou Wi-Fi que o usuário tiver disponível.
Enquanto os hábitos dos usuários mudaram e evoluíram, o SMS é um dos serviços que mais marcaram o setor da telefonia móvel, chegando muito além, já que os 140 caracteres do Twitter não são casuais, estando intimamente relacionados ao SMS que, apesar de estar meio esquecido, quando as conexões de dados não estão na melhor das condições, os usuários ainda podem enviar tweets através de uma mensagem SMS. E você? Já abandonou de vez o SMS? Ou ainda recorre ao serviço guerreiro?
