São Paulo foi, mais uma vez, palco do maior evento de TI da América latina. Durante três dias, mais de dez mil pessoas se inscreveram para participar do Oracle Open World LA 2010 e também para as conferências JavaOne e Oracle Develop. Mostrando que está muito interessada no mercado latino americano a Oracle enviou o seu presidente – Mark Hurd – para fazer a abertura do evento.
Durante seu discurso Hurd mostrou o ótimo posicionamento da companhia no momento atual, após a aquisição da Sun. Com o slogan “Hardware and Software. Engineered to work together” a companhia agora pode oferecer uma solução completa de software+hardware para seus clientes. Os primeiros produtos lançados após a incorporação da Sun e já usando a nova filosofia de otimizar e projetar hardware e software para trabalhar juntos e obter o melhor conjunto foram o Oracle Exadata Database Machine e o Oracle Exalogic Elastic Cloud. Ambos foram apresentados no Oracle Open World 2010 em San Francisco.
Enquanto o Exalogic é um conjunto mais pronto para aplicações web e também para a “nuvem” (cloud), o Exadata foi feito para trabalhar com bancos de dados. Apesar de terem sido lançados há pouquíssimo tempo, já existem empresas brasileiras utilizando o Exadata, tais como o grupo Pão de Açúcar e massas Piraquê, além do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Aliás, o TJSC será o primeiro a nova versão do Exadata no Brasil.
É interessante notar essa tendência das grande empresas agora ofertarem um “pacote de soluções”. Durante a apresentação da Dell neste Open World LA, percebeu-se claramente a idéia da companhia deixar de fornecer apenas hardware e entrar na área de software/serviços. Vamos ver se os gerentes de TI das empresas vão seguir esta tendência, porque uma das regras que muitos deles seguem é diversificar fornecedores, ou seja, não ficar “preso” a poucas companhias. Um grande incentivo a essa mudança é a economia e também o melhor desempenho que se tem quando faz-se a opção pelo pacote. Em tempo de vacas magras e dinheiro curto pode ser o fator determinante para a mudança.
Mark Hurd também chamou atenção para o excelente posicionamento da Oracle na América Latina onde é líder nas áreas de Banco de Dados, “Middleware”, CRM, etc. A companhia tem investido muito na área de pesquisa e desenvolvimento, devendo ultrapassar mais de U$ 4 bilhões neste ano. Obviamente não se falou sobre a saída “tumultuada” de Hurd da HP (era CEO da companhia e foi acusado de assédio sexual) e também da indenização que a SAP, principal concorrente mundial da Oracle, terá que pagar à Oracle por roubo de softwares.
Durante as entrevistas das quais participei, pude notar que a companhia está bastante comprometida com os programas de software livre da Sun, tais como a linguagem Java, o MySQL etc. Conversando com alguns participantes da conferência JavaOne, pude notar que muita gente ainda está apreensiva sobre o futuro destes projetos. Há uma unanimidade quando se fala de Java, ou seja, nada deve mudar nesta área. Porém muitos acham que o MySQL e o Open Solaris podem ser colocados de lado pela Oracle.
Uma coisa é certa: diante dos números que vem apresentando e das ótimas aquisições de empresas que tem feito nos últimos anos, parece que a meta da companhia de atingir um faturamento de U$ 50 bilhões de dólares anuais está cada vez mais próxima.