A Black Friday deixou de ser apenas uma data promocional e se tornou uma operação logística de guerra. Em 2025, a expectativa é de que as vendas online movimentem R$ 7,5 bilhões no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico — um crescimento de cerca de 8% em relação ao ano anterior. Para suportar essa demanda, que pode ser até 10 vezes maior que o volume médio mensal, empresas do setor aceleram investimentos em tecnologia, inteligência artificial e automação.
De acordo com Rodolfo Cassorillo, especialista em tecnologia da informação, o sucesso das operações não depende mais de força operacional, e sim de inteligência de dados. “Hoje, a logística não é mais reativa; ela é preditiva. Sistemas baseados em IA conseguem antecipar gargalos, otimizar rotas e sincronizar estoque, transporte e atendimento ao cliente em tempo real”, afirma.
A combinação de IA, big data e automação tem permitido o monitoramento instantâneo do comportamento de compra, a previsão de picos de demanda e a rápida ampliação da capacidade de entrega. Soluções como roteirização inteligente e WMS com automação de armazéns reduzem erros, aceleram a expedição e diminuem custos operacionais.
Cassorillo destaca que, em períodos de pico como a Black Friday, esses recursos são críticos. “Quando as plataformas integram dados de estoque, transporte e atendimento, a tomada de decisão fica mais rápida e assertiva. Isso significa eficiência para a operação e uma experiência melhor para o cliente.”
Além de garantir entregas mais rápidas, a tecnologia se tornou peça-chave na comunicação com o consumidor. Sistemas de rastreamento integrados e notificações automatizadas reduzem o volume de chamadas no SAC e aumentam a confiança na marca. “O cliente quer previsibilidade. Saber exatamente onde está o pedido é tão importante quanto recebê-lo no prazo”, reforça o especialista.
O movimento aponta para uma mudança estrutural no setor. A próxima fronteira inclui o uso crescente de IA generativa, análise preditiva e robótica autônoma em centros de distribuição. Para Cassorillo, não há retorno: “Estamos migrando para uma logística totalmente orientada a dados. Quem dominar a inteligência desses sistemas terá vantagem competitiva — operando com mais eficiência, sustentabilidade e foco no cliente.”
Com consumidores mais exigentes e margens de erro cada vez menores, a tecnologia deixou de ser suporte e passou a ser o motor da operação. Na Black Friday, eficiência logística é sinônimo de reputação — e não apenas de entrega.









