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openSUSE 11: Uma distribuição Linux simplesmente incrível

A evidente puxação de saco do título pode ter sido excessiva à primeira vista, mas que o openSUSE é uma distribuição acima da média, é quase impossível negar. Nesta análise, baseada no DVD do openSUSE 11.0 RC, junto com uma galeria com 98 screenshots do sistema, você encontrará as principais novidades, críticas e elogios para este grande lançamento, que está previsto para o dia 19 de junho.

O openSUSE é uma distribuição que utiliza pacotes RPM, inclusive com suporte ao chamado Delta RPM que, nas atualizações do sistema, não baixa todo o pacote, mas sim apenas os arquivos alterados. Isso evita aqueles pacotes enormes do OpenOffice.org de 150 MB para corrigir falhas em cinco ou dez arquivos, por exemplo. Outro ponto forte do openSUSE é o YaST, painel de controle super completo, onde é possível configurar da conexão com a internet até o gerenciador de boot. Não podemos esquecer que ele vem com o novíssimo KDE 4.0.

Download

Em distribuições Linux, é comum e até padrão disponibilizar versões RC, beta ou mesmo alpha para que usuários possam testar, afinal, é assim que a maioria das distribuições são construídas: a partir dos feedbacks da comunidade. Apesar de não ter tido problema algum com instabilidade de softwares, ainda não recomendo a instalação do sistema em desktops de produção. Só instale no seu HD caso saiba o que está fazendo.

O openSUSE 11.0 RC1 está disponível para PCs 32 bits, 64 bits e PowerPCs, em LiveCDs instaláveis e DVDs. Esta análise foi baseada no DVD de 32 bits numa máquina virtual no VMware Workstation 6.0.4. Os resultados obtidos aqui podem não ser os mesmos de outras versões.

Instalando o sistema

De cara, já é possível imaginar como seria o sistema pela tela de boas vindas, muito bem desenhada.

Para usuários Linux, não há nenhum segredo nesta tela, já que é bem semelhante às centenas de distribuições atuais, incluindo aquelas distribuiçõeszinhas que são baseadas no Kubuntu que é baseado no Ubuntu que é baseado no Debian. Basta selecionar os detalhes como idioma, resolução de tela e utilizar a opção de instalação.

Logo após a seleção, o kernel do sistema é carregado e, após o boot, o assistente de instalação foi iniciado. Outro ponto forte do openSUSE: o instalador, incrivelmente amigável, como o do Ubuntu e ao mesmo tempo altamente configurável, como o do Debian. Se você nunca testou as versões anteriores do openSUSE, garanto que nunca viu algo igual.

A distribuição possui, como ambientes gráficos principais, o GNOME 2, o KDE 4 e o KDE 3.5. Esta é uma escolha muito pessoal, questão de gosto e, como admiro bastante o KDE, ambiente gráfico bastante odiado por certos usuários de GNOME e Xfce, escolhi o KDE 4.

O particionador do instalador do openSUSE não é possui barras gráficas de partições como o GParted, QtParted ou o particionador do Mandriva. Não é exatamente um problema, mas poderia ser melhor, já que isto pode confundir usuários iniciantes que estão migrando para o mundo do Linux.

O instalador permite a importação automática dos usuários de uma versão anterior instalada no HD. É um recurso que já existia no openSUSE 10.2 e é uma mão na roda para sistemas com dezenas ou centenas de usuários. A criação de usuários? Difícil fazer algo mais fácil.

Logo depois, podemos ter uma visão geral das configurações selecionadas, e selecionar manualmente os softwares que estão no DVD, que não são poucos. Na screenshot, estava instalando o Nano, editor de texto por linha de comando super fácil de usar. Recomendado para usuários que se perdem nos comandos exóticos do Vim.

A instalação foi rápida e tranqüila, em menos de meia hora já estava com o sistema totalmente funcional. O capricho do instalador, com uma apresentação de slides, mostra o que a distribuição tem de melhor.

Usando

O desktop com o KDE 4.0.4 está pronto para ser usado. Um problema aqui é que nem tudo está traduzido ainda, inclusive a tela de boas-vindas da distro. A seleção de programas é muito boa (pelo menos no meu gosto). Vem com Mozilla Firefox 3.0 beta 5, Amarok 1.4 (já que o 2 ainda está um pouco instável), OpenOffice.org 2.4.0…

Como disse no começo do artigo, o openSUSE possui o YaST, painel de controle super completo.

A lista de repositórios é ótima, já que inclui o Packman, repositório com pacotes atualizados para os mais variados tipos de softwares. Inclui também um repositório especial com softwares da Mozilla, K Desktop Environment, Wine, GNOME, softwares livres e não-livres.

O openSUSE Updater, além de ter suporte ao delta RPM, já explicado no início desta análise, não possui segredo de uso. Basta selecionar os pacotes que deverão ser atualizados e mandar o programa instalar.

O KDE 4

O KDE 4.0 esteve bem estável, apesar de ainda ser novo e estar rodando em um sistema em fase release candidate. Vale a pena destacar a arte gráfica feita pelo pessoal do openSUSE. Quem já usou o openSUSE 10.2 sabe: era uma distribuição verde que tinha virado azul. O wallpaper era muito bonito (não que o atual seja feio, mas…). É possível selecioná-lo nas propriedades do desktop.

Os widgets, ou melhor, plasmoids do KDE 4 são bem úteis.

Você acha que isso tudo ficaria muito pesado? Mude de opinião, pois apesar de o openSUSE ser considerado uma distribuição pesada, com o Firefox 3.0 beta 5 aberto e KDE 4.0.4, o uso de memória estava em 155 MB. Bem menos da metade dos requisitos mínimos do Ubuntu e seu GNOME.

Concluindo…

Confirmando o título desta análise: O openSUSE é uma distribuição incrível. A facilidade de uso do sistema é clara e, geralmente, não traz problemas para win users. O painel de controle YaST, o delta RPM, o KDE 4, a estabilidade, a rapidez, o baixo consumo de recursos, a boa seleção de pacotes, o profissionalismo da distribuição. Tudo isso faz do openSUSE 11.0 uma das melhores distribuições da atualidade. Uma pena como é pouco conhecida aqui no Brasil…

Galeria de screenshots

Tags: Destaques, Linux

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