A tecnologia está numa constante evolução. As empresas, numa tentativa de estarem sempre à frente no mercado, investem milhões em P&D para melhorarem os produtos já existentes e/ou criarem novas tecnologias. Ontem mesmo falamos aqui no Guia do PC sobre o novo padrão de memórias DDR4, duas vezes mais rápido que o atual. Hoje, iremos falar de tecnologias de armazenamento. O mais avançado que temos nesse quesito, são os SSDs, que usam memórias Flash em sua composição e, no máximo, aceleram o boot do sistema e da inicialização de programas. Nós temos um artigo detalhado falando sobre eles, caso queira aprender um pouco mais, clique no link abaixo:
Pois bem, a empresa Uchiha Hitachi está trabalhando numa nova tecnologia de armazenamento realmente surpreendente. A empresa usou placas de vidro de quartzo para armazenar os dados binários. Veja uma descrição da nova tecnologia da boca dos próprios pesquisadores:
O dispositivo de armazenamento protótipo tem 2 cm² e apenas 2 mm de espessura, e é feito de vidro de quartzo, um material altamente estável e resiliente, usado para a fabricação de béqueres e outros instrumentos de uso laboratorial. O chip, que é resistente a muitos produtos químicos e não é afetado por ondas de rádio, pode ser exposto diretamente a altas temperaturas e calor de até 1000º C por pelo menos duas horas antes que seja danificado.
Traduzindo: os pesquisadores desenvolveram um chip extremamente fino – apenas 2 mm – e resistente. O vidro de quartzo é resistente à altas temperaturas, de até 1000º C e ainda é imune à água, ondas de rádio e substâncias químicas. Esse é um salto e tanto em relação aos dispositivos atuais. Os HDs e SSDs atuais, apesar de já serem finos, não chegam nem perto de 2 mm de espessura. Além do mais, são extremamente frágeis. Uma vez, ao fazer o backup dos dados do computador de um cliente, eu derrubei meu HD externo sem querer. Resultado: ele ficou inutilizado. A sorte foi que eu ainda não havia formatado a máquina e os dados não foram perdidos. Além do mais, nada pode tocar os pratos do disco rígido ou os chips dos SSDs. E isso muda com a nova tecnologia que está sendo desenvolvida pela Hitachi.
Outro ganho em relação aos dispositivos de armazenamento atuais, é a durabilidade. Os HDs e SSDs atuais possuem uma durabilidade aceitável. Ou seja, guardam os dados por algumas décadas. Mas os vidros de quartzo poderão armazenar tais dados por milhões de anos. Em outras palavras, para sempre. Até o visual dele é “du futuru”. Saca só:

Mas como que essa mágica acontece? É simples. Dentro do vidro, existem quatro camadas de quartzo. Em cada uma dessas camadas são criados pontos microscópicos, que é onde serão gravados os binários (0 e 1). Assim, um microscópio adaptado leria os pontos nestas quatro camadas e o computador interpretaria os dados binários. E a densidade de armazenamento também é impressionante. Cada cm² de vidro de quartzo armazena o mesmo que um CD de música comum, ou seja, cerca de 700 MB. Parece pouco, mas os pesquisadores dizem que podem adicionar mais camadas, aumentando, assim, a densidade do dispositivo.
Mas como tudo na vida, eles também têm um ponto fraco. São resistentes a água, fogo, ondas de rádio, substâncias químicas, mas… se quebrados, os dados vão para o inferno. Isso é meio que óbvio, não é mesmo? Mas mesmo assim, parece que o futuro é o vidro. Eu acabei de me imaginar andando com algo que lembra os antigos disquetes, mas sendo de vidro e que é muito mais seguros que as bolachas do período triássico. E você, o que achou desta novidade?
Com informações: PhysOrg