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Review: openSUSE 12.3

Introdução

O openSUSE é provavelmente uma das versões Linux mais antigas e clássicas: ela começou sendo baseada no Slackware por volta de 1994 e adquiriu independência deste algumas versões depois em 1996, sendo posteriormente adquirida pela Novell em 2003. A partir disso, na versão 10.0 o SUSE foi dividido em openSUSE (desenvolvido pela comunidade) e o SUSE Enterprise (desenvolvido pela Novell). Isso perdurou até 2011 quando a Attachmate adquiriu a Novell e a empresa em duas partes: SUSE e Novell. Entretanto, a relação entre SUSE e Novell permanecem as mesmas, com a Novell apoiando o projeto. Nas versões mais recentes (principalmente as que vieram depois que a Novell adquiriu o projeto) o openSUSE foi focando cada vez mais no usuário doméstico, graças aos scripts que acompanham a distribuição. Eles realmente ajudam muito! Todos eles são ligados numa unica ferramenta que é a marca registrada do openSUSE: o YaST (Yet another Setup Tool / Mais uma ferramenta de configuração).

Novo Release do openSUSE
Novo Release do openSUSE

Sobre o openSUSE 12.3

O openSUSE 12.3 foi lançado a poucos dias (13 de Março de 2013) e conta com um refino interessante em seus features. Não é nada muito radical, mas é digno de nota e de uma versão a mais no sistema. Praticamente uma manutenção e atualização de componentes internos e da interface gráfica. Primeiro vieram modificações com o systemd: trocando em miudos, o sistema tem um boot mais robusto e integrado com o jornald, que coleta dados da inicialização com melhor performace do que antes. Também foram feitas modificações na imagens live-usb, que agora têm 1GB e funcionam com um desempenho otimizado. Com isso, ficam praticamente abandonados os Live-CD’s em favor de Live-USB e Live-DVD’s.

Em segundo lugar, foi modificado o banco de dados padrão: O openSUSE agora vem com postgreeSQL e MariaDB, substituindo o mySQL e trazendo total suporte ao JSON. Passando dos detalhes técnicos, vamos para as novidades mais… palpáveis. O openSUSE 12.3 agora tem o Plasma  atualizado para a versão 4.10 junto com todo o set de programas que acompanha o KDE. As novidades incluem o novo DigiKam (software para gerenciar e editar imagens) com novos efeitos para as fotos. Além deles, foram refinados os plug-ins do plasma, agora em QML para melhor estabilidade e desempenho. Desempenho bem superior ao das outras versões. O Apper (instalador de software) não vai mais entrar em conflito com o zypper (gerenciador de pacotes do YaST), um bug bem chato que afetava alguns usuários na versão anterior.

Na parte do GNOME, tivemos grande melhorias na central de notificações, que esta mais inteligente, limpa, maior, refinada e fixa em um único lugar. Temos também um novo rework no menu Atividades, que mudou o jeito como chegamos aos atalhos dos aplicativos usando agora um botão na Dashboard. Em versões anteriores, o usuário precisava acessar uma aba no canto superior esquerdo. Para finalizar as novidades do openSUSE Gnome, o time redesenhou a tela de bloqueio do sistema. Ta lindona.

YaST, seu melhor amigo no openSUSE
YaST, seu melhor amigo no openSUSE

Nossa opinião

Gostamos muito do openSUSE. Principalmente na versão KDE, que é a que usamos no nosso review. Apesar de alguns infortúnios com a configuração com a internet (por padrão, ela não veio ativada, tivemos que abrir o YaST e definir como conexão automática nas configurações da internet) não tivemos nenhum outro problema grave. A interface gráfica esta com tema novo, muito bonito e bem desenhado, com tons escuros predominando sobre o verde, ficando visualmente mais agradável do que o verde-mato das versões anteriores. Os ícones Oxygen do KDE são outro show a parte dando uma aparência muito contemporânea ao sistema.

No quesito desempenho, não temos no que reclamar: o teste da distro foi feito numa máquina virtual onde foi cedido 2GB de memória RAM e um núcleo do meu processador Phenom II de 3.2Ghz. Não houve nenhum travamento brusco do sistema todo e ele funcionou de forma bem fluída e leve. Num teste tentamos forçar a máquina a um extremo, abrindo várias janelas ao mesmo tempo: o resultado foi que o sistema prontamente ofereceu a opção de ou matar o aplicativo malcomportado ou esperar que ele voltasse a responder. Muito bom, ponto pra distro!

Desktop padrão do openSUSE, com alguns widgets adicionados.
Desktop padrão do openSUSE, com alguns widgets adicionados.

Sobre os softwares incluídos na distro, temos várias opções. Na versão KDE acompanha-se o K3B para gravar discos, o Amarok player de música, Kaffeine reprodutor de vídeo, Suite de escritório Libre Office, editor de imagens GIMP, navegador Firefox e o KMail para leitura de emails. Claro que essas opções não são únicas, se quiser você abre o Apper e instala o software a seu gosto.

Firefox, o navegador que acompanha o openSUSE
Firefox, o navegador que acompanha o openSUSE

Conclusão

O openSUSE sempre foi uma das distribuições favoritas deste redator. Eu a acompanho desde que comecei no mundo Linux em 2009 e sempre foi uma distro que eu achava mágica por conseguir conciliar facilidade de uso com poder de configuração, graças ao YaST e seu Instalador fácil de usar, porém totalmente customizável.

Com a nova versão do openSUSE, percebi que as mudanças foram mais internas e de manutenção dos softwares existentes. A cada versão que passa, acho que as atualizações são mais internas e menos “externas”, colaborando pra um fenômeno que eu entendo que cada vez mais vamos nos preocupar menos com “Como usar?” e sim com “não preciso nem de instruções para usar”. A interface gráfica quando é mudada, sofre logo modificações mais radicais, forçando seu usuário a aprender de novo seu uso. No openSUSE não foi diferente: quando a distro migrou para o KDE 4, muitos reclamaram, mas graças aos muitos refinos feitos nas versões posteriores conseguimos nos acostumar e usar sem menos problemas o KDE novo.

Tags: Linux, Software

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