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Google apoia o Marco Civil da Internet mas é contra a nacionalização dos bancos de dados

Fábio Coelho, presidente da Google Brasil, declarou seu apoio ao Marco Civil da Internet após a reunião com o ministro das Comunicações Paulo Bernardo (PT-PR). Contudo, o representante da empresa estadunidense rejeitou a ideia de datacenters em solo brasileiro.

Em reunião, foram discutidos vários pontos com a empresa da Califórnia, incluindo fornecimento de internet à região amazônica por meio de balões, mas o assunto principal foi mesmo o Marco Civil da Internet e a possível exigência de deslocar dados privados de brasileiros para o país.

Leia: Dilma quer que dados de brasileiros sejam armazenados no Brasil

Segundo Paulo Bernado, o único ponto que preocupa a Google é relativo à exigência de colocação de servidores no Brasil, o que a obrigaria o armazenamento de dados de brasileiros no país, protegendo dados privados pelo manto de direitos do Marco Civil da Internet.

Google apoia o Marco Civil da Internet
Google apoia o Marco Civil da Internet

Entre os argumentos apresentados por Bernardo para estimular a empresa a fazer o investimento, está o de que a Google é a segunda empresa em receita publicitária no Brasil, só perdendo para a Rede Globo, e que, levando isso em consideração, ficaria “difícil acreditar” que venha reclamar desse tipo de gasto. Segundo o ministro, a Google diz que o problema “não é só a questão financeira, mas de arquitetura da rede”.

Ao sair da reunião com o ministro da Comunicações, Fábio Coelho não deu qualquer declaração sobre a sessão, mas declarou seu apoio ao Marco Civil da Internet. Coelho ainda convidou Paulo Bernardo para fazer uma visita à empresa nos Estados Unidos.

Leia: Marco Civil da Internet. O que é? O que muda em minha vida?

Apesar de comum reuniões com representantes de grandes empresas, é importante mantermos a preocupação e os olhos abertos, principalmente quando o assunto tratado seja de interesse social tão grande. Mesmo sabendo da importância do apoio da Google ao instrumento jurídico, o Marco Civil da Internet não foi votado ainda, podendo ser alterado por pressão de grandes grupos econômicos, como aconteceu a pouco tempo. Um trecho do Projeto de Lei foi alterado por pressão da Rede Globo, permitindo, na teoria, a retirada de blogs, textos, imagens e vídeos sem ordem judicial, por suposta violação do direito autoral (clique aqui para ler).

Vale lembrar que o governo petista indicou para o Comitê Gestor da Internet (CGI) Ivo Corrêa, um ex-lobista da Google, que trabalhou para a empresa entre 2008 e 2011. Corrêa além de fazer parte do CGI, é Subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República.

Nos governos do PSDB, uma relação tão estreita com uma grande empresa multinacional, no caso, a Microsoft, foi o pontapé para inciar uma matança contra o software livre e de código aberto (clique aqui para ler).

Com informações de Agência Brasil

Tags: Google, Internet

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