No 3DEXPERIENCE Customer FORUM realizado na semana passada em Las Vegas, a Dassault Systèmes, uma das líders no segmento de programas para CAD e PLM, anunciou que sua plataforma 3DExperience estará disponível na “nuvem” em janeiro de 2014. Lançada no fim do ano passado, a plataforma 3DExperience tem como símbolo uma “bússola estilizada”, mostrada a seguir:
A bússola integra vários aplicativos da empresa em torno de uma tecla “play”, simbolizando a facilidade com que o usuário tem em criar soluções completas. A plataforma 3DEXPERIENCE integra aplicativos de modelagem 3D (CATIA, GEOVIA, SOLIDWORKS) com ferramentas de simulação e de conteúdo (3DVIA, DELMIA, SIMULIA) e faz o uso de aplicativos para tratamento inteligente de informação (EXALEAD, NETVIBES) e ferramentas sociais e colaborativas (ENOVIA, 3DSWYM) para dar ao cliente uma visão completa e integrada de todos os processos.
A grande vantagem da nova plataforma é que ela não é limitada apenas a produtos ligados à engenharia, especialidade da Dassault Systèmes. Na verdade, a solução pode ser utilizada em várias áreas, inclusive no mercado financeiro. Isso amplia o leque de clientes da Dassault, mas também é um desafio pois no mercado “global” os concorrentes são mais numerosos e também mais fortes.
Em sua palestra, Bernard Charles – CEO da Dassault Systèmes, anunciou que a plataforma 3DExperience estará disponível na nuvem para seus clientes em janeiro de 2014. Segundo Bernard Charles, o desempenho da plataforma será o mesmo, seja rodando na nuvem ou do modo tradicional. Porém, com a migração para a nuvem, diferentes usuários em diferentes locais podem trabalhar simultaneamente no mesmo produto sem nenhuma perda de desempenho. “Estamos conectando os pontos”, disse Charles para mostrar o compromisso da empresa com a nova estratégia de nuvem.
Bernard Charles, CEO da Dassault Systèmes, falou em entrevista sobre a estratégia da empresa para a nuvem.
Como a plataforma 3DExperience vai funcionar na nuvem?
Bernard Charles – Nós vamos oferecer a nossa própria “nuvem” para nossos clientes. A nuvem será pública, mas será totalmente provida pela Dassault. Para isso teremos inicialmente três datacenters: um na França (maior capacidade), um nos EUA (Boston) e um na Asia. Nossa capacidade já é bastante elevada e perfeitamente capaz de atender nossos clientes. Futuramente, deveremos criar novos data centers em outras partes do mundo. Dependendo da necessidade de nossos clientes, poderemos criar um também na América Latina, possivelmente no Brasil. A escolha por data centers próprios é simples: segurança.
E a parceria com a Amazon Web Services?
Bernard Charles – Essa parceria será utilizada se for necessário um aumento de capacidade dos data centers em casos específicos. Se nossos clientes necessitarem de mais capacidade, poderemos expandir e usar a nuvem da Amazon. Isso garante uma maior elasticidade em na nuvem oferecida pela Dassault.
Como fica o modelo de vendas da Dassault com a migração para a nuvem?
Bernard Charles – Na verdade, não muda muito. Já estamos acostumados a cobrar pelos nossos produtos através de licenças via “leasing” que são renovadas anualmente. Aliás, grande parte de nosso faturamento vem dessas licenças renovadas periodicamente. Apenas o SOLIDWORKS é vendido em forma de “caixa” para nossos usuários finais. Ou seja, a migração para nuvem será bem tranquila neste aspecto.
Como a Dassault enxerga o Brasil?
Bernard Charles – A América Latina é um das áreas onde a Dassault tem crescimento mais forte. México e Brasil são países chave neste mercado. O Brasil é nosso principal cliente na região e temos interesse em fornecer nossas soluções para várias áreas tais como Infraestrutura, Óleo e Gás, Arquitetura etc. Atualmente nosso principal cliente no Brasil é a EMBRAER.
