Com imensa tristeza, o Guia do PC comunica o falecimento de Miriam Aquino, fundadora e presidente do Tele.Síntese, ocorrido na manhã desta terça-feira, 7 de janeiro, em Brasília. Miriam estava em casa e deixou dois filhos. Sua morte repentina abalou profundamente todos que a conheceram e trabalharam com ela.
Miriam Aquino foi uma personalidade única e marcante, cuja presença se fazia sentir em todos os espaços que ocupava. Sua risada e sua voz grave era inconfundíveis. “E aí, quem é que vai?”, era a pergunta recorrente nas salas de imprensa quando ela estava a fim de juntar todos em um bom e inesquecível happy hour. Quando nos juntamos em seis, em um táxi, ainda outro dia desses.
Tinha que ter pique e energia para acompanhar a Miriam. Tinha que ser sagaz para acompanhar seu raciocínio. De todos os jornalistas com quem convivi e convivo, posso assegurar que ela tinha uma capacidade ímpar para entender o poder político e a dinâmica dos negócios em Brasília. E, como poucos, tinha habilidade de encontrar e transformar a notícia NA notícia.
Apaixonada pelo que fazia, dedicou mais de 30 anos de sua vida ao jornalismo, e brilhou em importantes veículos. Junto a Lia Ribeiro Dias, fundou a Momento Editorial, contribuindo decisivamente para o fortalecimento do jornalismo especializado em tecnologia e telecomunicações em nosso país.
Falar de sua história é uma tarefa complexa, pois Miriam era uma fonte constante de inspiração, inclusive para mim, que tive o privilégio de partilhar momentos muito agradáveis como amiga e colega de profissão em eventos e ocasiões sociais. Eu sei que sou suspeita.
Eternamente comprometida com a apuração cuidadosa, seu texto era sempre bem elaborado e refletia a sua essência de repórter. Miriam sempre acreditou na importância da presença física e do contato direto com as fontes, valorizando as facilidades tecnológicas sem abrir mão de seu compromisso com o jornalismo de qualidade. Acompanhar uma entrevista com ela, como tantas vezes o fiz enquanto assessora de imprensa, era melhor que muita aula de faculdade.
Aliás, Miriam era pura escola da vida. Era, simplesmente, maravilhosa, e eu a chamava carinhosamente de Rainha do Telecom ❤️
Sua ausência será imensa para o jornalismo brasileiro, especialmente para nós, do jornalismo de Telecomunicações. E, principalmente, para todos que tiveram o privilégio de conviver com ela. Um ser humano que dedicou sua vida à busca pela verdade, com ética, competência e precisão. Profissional incansável, com a habilidade ímpar de simplificar questões complexas e transformá-las em textos claros e acessíveis a todos. Foi assim que ela conquistou o respeito de nós, colegas, e também de assessores, fontes e leitores, tornando-se referência no setor.
O legado de Miriam é vasto, não apenas pelas inúmeras reportagens e artigos que ajudaram a moldar o entendimento sobre temas complexos, mas também pelo impacto positivo que deixou nas pessoas com quem trabalhou. Sua generosidade em compartilhar conhecimentos, sua paixão pelo ofício e seu compromisso com a qualidade do jornalismo permanecem como um farol para as futuras gerações.
Neste momento de despedida, vamos lembrar de Miriam Aquino com carinho e gratidão. Seu legado permanece, inspirando a todos nós.
E agora, Miriam, quem vai ter coragem de dar bronca sobre a velocidade da internet durante os eventos?
Como a gente dizia, essa foi f*da. A sua partida foi f*da.