Nesta quarta, dia 12 de novembro, o Pix completa mais um ano como um dos maiores marcos da modernização financeira brasileira. Desde sua criação, em 2020, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central transformou a forma como pessoas e empresas movimentam dinheiro, e 2025 foi um ano decisivo nessa trajetória de evolução e segurança, com diversas mudanças e aprimoramentos na ferramenta.
De acordo com o Banco Central, as transações via Pix somaram R$ 1,66 trilhão apenas em setembro de 2025, o maior valor desde o início da série histórica. O número representa crescimento de 32,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior, impulsionado especialmente pelas transferências entre pessoas físicas e pelos pagamentos a comércios.
Fazendo uma retrospectiva das principais mudanças do Pix em 2025, destacam-se o Pix Automático, o Pix Parcelado e o pagamento por aproximação, que ampliaram o uso cotidiano da ferramenta. Já no campo da segurança, o Banco Central reforçou o Mecanismo Especial de Devolução (MED), um sistema que permite recuperar valores em casos de fraude ou golpe, considerado pelo professor Felipe de Melo, do curso de Gestão em Segurança Pública EAD da UniCesumar, a mudança mais importante do ano.
“O MED deixou de ser um procedimento limitado e passou a atuar como um mecanismo reativo efetivo, capaz de interromper o ciclo financeiro da fraude e viabilizar a devolução ao usuário lesado”, explica o especialista.
A partir de outubro, o MED passou a operar de forma totalmente digital, e até fevereiro de 2026 sua implementação será obrigatória para todas as instituições financeiras. Segundo o professor, essas medidas reforçam a confiança dos usuários e consolidam o Pix como referência mundial em segurança e interoperabilidade.
Pix Parcelado e Automático: praticidade e novos desafios
O Pix Parcelado desponta como uma das principais apostas do sistema para competir com o cartão de crédito. Ele permite que o consumidor parcele uma compra e o lojista receba o valor integral na hora. Para Felipe, o modelo traz benefícios como menores custos operacionais para empresas e maior transparência de tarifas para o consumidor, mas também exige cuidado.
“O crédito é concedido instantaneamente, com base em análise algorítmica imediata. Isso pode induzir ao superendividamento caso o usuário não tenha controle financeiro adequado”, alerta.
Já o Pix Automático veio para facilitar o pagamento de contas recorrentes, como assinaturas e serviços, tornando o processo mais simples e transparente. A funcionalidade tende a reduzir inadimplência e aumentar a previsibilidade financeira das empresas.
Mudanças previstas no Pix para 2026
Para o próximo ano, o Banco Central prevê a chegada do Pix em Garantia (ou “Pix Garantido”), que permitirá às empresas usar recebíveis futuros de Pix como garantia em operações de crédito. Na prática, parte dos valores que a empresa ainda vai receber pode ser vinculada ao pagamento de um empréstimo, barateando o crédito e favorecendo pequenos negócios.
“Essa funcionalidade democratiza o acesso ao crédito produtivo e reduz o risco das instituições financeiras, o que tende a tornar os juros mais competitivos”, avalia o professor.
Outra medida prevista é a exigência de autorização prévia do Banco Central para todas as instituições de pagamento até maio de 2026. O objetivo é garantir que apenas empresas com estrutura financeira e controles de risco adequados possam operar no sistema, aumentando a segurança do mercado e a confiança dos usuários.








