O ano é 1981. No escurinho do cinema, multidões fascinadas veem Harrison Ford correr dentro de uma caverna, fugindo de uma armadilha na qual uma pedra gigante rolava assustadoramente em sua direção. Era a sequência inicial de “Os Caçadores da Arca Perdida”, filme de Steven Spielberg que marcou época, não apenas naquela década, mas nos quarenta anos seguintes.
Além de ser um gigantesco blockbuster, o filme estabeleceu os parâmetros das aventuras arqueológicas, um tema até então pouco explorado mas que, a partir dali, ganhou vida própria. E não apenas nos cinemas. O estilo está impregnado na cultura pop desde o primeiro Indiana Jones. De lá para cá, se espalhou para outras produções de Hollywood, inúmeros games e até mesmo em no bom e velho cassino como a Betano, onde abundam as máquinas de slot com esse tema, como Book of Dead, Aztec Jaguar e Adventure Trail. Esses títulos exploram, em sua iconografia e em sua jogabilidade, elementos recorrentes do estilo, como antigas civilizações, lugares místicos, tesouros escondidos, armadilhas mortais e enigmas engenhosos que aparecem em forma de combinações de símbolos. Esses elementos também chegaram aos videogames, com grandes títulos de sucesso, dos quais Tomb Raider é o mais conhecido. Mas ele não foi o primeiro.
Apenas um ano depois de “Os Caçadores da Arca Perdida”, a Atari, ancestral de todos os videogames, lançou o hit Pitfall, no qual um explorador caminhava através obstáculos rumo a… bem, ninguém sabe ao certo. O jogo era tão difícil de zerar, que a maioria das pessoas acabava desistindo após o milésimo jacaré. Mas o pontapé inicial estava dado.
O conceito de uma aventura arqueológica é perfeito para um bom game de aventura. É possível misturar belos e exóticos cenários, tesouros secretos e muitas, muitas armadilhas. E, ao contrário de jogos espaciais, futuristas ou de ficção científica, há um mínimo de verossimilhança com a realidade – nada de raios laser ou naves espaciais. O jogador tem que se virar com o que tiver à mão – um chicote, uma faca, no máximo um revólver. Isso facilita a identificação do usuário com seu personagem. Algo como “eu podia ser ele”.
Ou ela!
Em 1993, começou a ser desenvolvido o jogo Tomb Raider, e com ele nasceu a icônica protagonista Lara Croft. Na época ela foi chamada de versão feminina de Indiana Jones mas seu sucesso logo estabeleceu um espaço próprio. Tanto que nos anos seguintes surgiram diversas continuações com a arqueóloga aventureira. E continuam surgindo até hoje. Nada como uma personagem porreta para garantir a sobrevida da franquia. E para atrair as meninas para o mundo dos games, uma potência exaltada até mesmo pelo Tik Tok.
Outra franquia que merece menção é a série Uncharted. Desta vez o herói é Nathan Drake, e ele já se aproveita do poder dos consoles mais modernos para viver aventuras ainda mais deslumbrantes nos diversos títulos já lançados. E, assim como Tomb Raider, Uncharted explora dramas pessoais como pano de fundo para a história principal. Algo inimaginável nos 8 bits do velho Pitfall.
Uma boa aventura arqueológica provavelmente passará por um desses três cenários: uma floresta tropical, o oriente misterioso ou o antigo Egito. Indiana Jones esteve nos três, em alguns mais de uma vez. E, dentre eles, talvez o Egito seja a quintessência da arqueologia. Por isso, vale a pena citar Assassins Creed – Origins como um bom exemplo de game do gênero. Ok, tem alguma ficção científica envolvida, mas vamos dar um desconto pela qualidade do resultado. Um mundo aberto no Egito Antigo é tudo que um fã das avenarques – nosso neologismo para aventuras arqueológicas – pode querer.
E como o mundo gira, depois de quarenta anos parece que chegamos no mesmo lugar – mas em outra plataforma. É que recentemente o estúdio Bethesda anunciou a produção de um novo videogame. Estrelando ninguém menos do que… o velho Indiana Jones. O personagem já teve alguns títulos de game lançados no passado, sem muito impacto. Agora, todo o poder dos processadores mais modernos estará a serviço do chapéu e chicote mais badalado da cultura pop. Será o suficiente para renovar uma nova geração de fãs?