A captura, utilização e armazenamento de carbono, conhecida como CCUS, tem atraído consideráveis investimentos e gerado intensos debates públicos. Conhecer com precisão a quantidade e a qualidade do carbono capturado é fundamental para que a CCUS se torne uma opção eficaz no combate às mudanças climáticas.
Tanto governos quanto empresas privadas precisam da CCUS para diminuir e compensar as emissões de carbono, de forma a alcançar suas metas de zerar o carbono de forma eficaz. Nesta segunda (11/11) teve início a COP29, e um dos temas em debate será o compromisso de acelerar a transição energética e a descarbonização da economia, reduzindo a emissão de carbono na atmosfera e de gases de efeito estufa.
Além dos esforços de toda a sociedade, a tecnologia, e que acelera esse processo, ainda não está totalmente pronta para aplicação em larga escala. Sendo assim, a medição contínua e precisa do carbono capturado torna-se crucial na evolução desse processo. “Ainda não está claro se a CCUS será relevante na nossa batalha contra as mudanças climáticas. A tecnologia ainda está nos estágios iniciais. Neste momento, devemos focar em como tornar a medição desses projetos o mais transparente e eficiente possível, evitando suposições e mascarando os resultados. Nossos números não mentem”, afirma Julia Salovaara, gerente de estratégia e desenvolvimento de negócios da Vaisala.
A executiva destaca nesse contexto tecnológico, a nova sonda multigás MGP241 da Vaisala. Projetada especialmente para proporcionar transparência nos projetos de CCUS, fornece dados em tempo real por um terço do custo das soluções de medição atualmente mais utilizadas. O campo da CCUS vem recebendo investimentos expressivos. De acordo com a BloombergNEF, um valor recorde de US$ 6,4 bilhões foi investido em tecnologia de CCUS em 2022, mais que o dobro do ano anterior, e com os EUA liderando, com 45% do total de investimentos. Entretanto, diversos projetos estão atrasados ou não estão alcançando os resultados esperados.
Tecnologia para a descarbonização
A eficácia da tecnologia de CCUS é particularmente crucial para setores de difícil descarbonização, como a produção de materiais, a geração de energia e a indústria química. Com emissões elevadas e poucas alternativas viáveis, além da eficiência energética, essas indústrias enfrentam crescentes pressões de reguladores e da sociedade para descarbonizar suas operações.
Uma indústria especialmente crucial é a do cimento, que sozinha emite 7% do CO₂ global. Além disso, espera-se que a demanda global por cimento aumente de 12% a 23% até 2050. Uma das primeiras histórias de sucesso é a da Carbonaide, empresa finlandesa que atende à indústria do concreto e auxilia a indústria de cimento a incorporar o dióxido de carbono capturado na em sua produção. A Carbonaide estabeleceu uma parceria com a Vaisala para monitorar com precisão o que ocorre em cada fase do processo e a quantidade de carbono armazenado.
“A adoção global da tecnologia da Carbonaide em produtos de concreto pré-moldado consegue armazenar 500 megatoneladas de CO até 2050, o que equivale à produção anual combinada da França e do Reino Unido. Com a Vaisala, temos a confiança de que os dados que compartilhamos com nossos parceiros estão corretos”, afirma Jonne Hirvonen, Diretor de operações da Carbonaide.
Utilizando o processo de carbonização, a tecnologia da Carbonaide diminui a quantidade de cimento necessária na fabricação de concreto. Embora essa redução varie de 20% a 100%, o processo também proporciona um armazenamento permanente para o carbono capturado de fontes de emissão.
Diferente dos analisadores de gás convencionais, o MGP241 da Vaisala não necessita de gases de calibração caros, requer bem menos manutenção e oferece uma vida útil superior a 10 anos, mesmo em condições de uso intenso. “Com ele, é possível mostrar um verdadeiro compromisso com a sustentabilidade”, conclui Salovaara.