Até entrar em vigor em 2026, com previsão de valer integralmente a partir de 2033, a Reforma Tributária vai exigir das empresas ter que conviver entre dois regimes tributários simultaneamente durante a transição para as novas regras, até que a sua regulamentação seja concluída. Por esta razão, será necessário ajustar os sistemas de gestão, fiscais e financeiros para lidar com as bases de cálculo, regimes de apuração de créditos, quando previstos.
O desafio será os sistemas de gestão e fiscal estarem adaptados a tempo para a nova realidade e fazer os cálculos necessários. Até o momento, o processo de atualização dos sistemas está em desenvolvimento e depende do término da regulamentação das novas regras, com os fabricantes de software tendo que se organizar para adaptar seus sistemas.
“Embora a reforma fiscal vá simplificar o sistema tributário no Brasil, as empresas ainda terão que conviver com sistemas que ainda não estão atualizados para o novo cenário”, comenta André Renato Ramos, gestor de negócios e parcerias da Magic Software Brasil. Para superar esta limitação, o executivo sugere que as empresas devem criar uma interface de sincronização de dados entre as regras atuais e o novo sistema tributário. Este sistema vai englobar o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) Dual (IBS e CBS) e a extinção de diversos tributos (ICMS, ISS, PIS, COFINS, IPI).
Estas mudanças representam um grande desafio para as empresas porque exigem uma arquitetura de dados envolvendo ambos os regimes tributários e que deve permitir a migração de seus sistemas para um novo modelo de cálculos dos impostos. “Os sistemas de gestão e fiscal estão em fase de atualização e podem não ficar totalmente ajustados para tratar ambos os regimes simultaneamente. “Para resolver esta lacuna, a integração entre os sistemas de dados é a solução mais eficiente”, aponta Ramos.
Como a integração de sistemas pode ajudar na transição da reforma tributária
Com a necessidade de gerenciar essa complexidade de dados tributários, os sistemas legados e os novos deverão se comunicar de maneira fluida, sem interrupções nos processos de negócios. Muitas empresas, segundo o executivo da Magic Software Brasil, já estão enfrentando algumas dificuldades para ter uma visão clara da nova realidade tributária.
André Renato Ramos aponta que uma integração de sistemas bem planejada irá garantir que as empresas superem os desafios da transição, podendo facilitar o atendimento à conformidade fiscal, sem complicações e com redução dos riscos. O executivo lista os principais benefícios da integração de sistemas neste processo:
– Automação e padronização do fluxo de dados tributários: reduz a probabilidade de erros humanos e garante a conformidade com as novas regulamentações;
– Visibilidade e auditoria: proporciona uma visão detalhada e rastreável de todas as transações fiscais, facilita as auditorias internas e externas e minimiza o risco de multas e penalidades;
– Otimização operacional: reduz os custos para a conformidade ao automatizar processos e a precisão dos dados;
– A agilidade na sincronização dos dados tributários permite que as empresas se adaptem rapidamente às novas regras durante o período de transição e nas futuras atualizações regulatórias;
– Decisões mais assertivas: com dados fiscais precisos e em tempo real, as empresas podem obter o planejamento financeiro adequado dos negócios;
– A centralização dos dados garante a consistência em todos os sistemas envolvidos e elimina silos de informações que possam trazer insegurança operacional.
“Uma integração moderna pode ser baseada em APIs e microsserviços, com a flexibilidade necessária para adicionar ou modificar sistemas e adicionar funcionalidades para atender a quaisquer novas regulações – não apenas a tributária -, sem a necessidade de grandes reestruturações, sendo fundamental para acompanhar as constantes evoluções das legislações.
No entanto, para colher seus benefícios e evitar riscos, as empresas precisarão investir em tecnologia, integração e governança de dados. “A integração entre sistemas será um fator decisivo para garantir conformidade, eficiência e competitividade no novo cenário tributário brasileiro.”, afirma André Renato Ramos.